Asma ocupacional: como enfrentar essa doença relacionada ao trabalho?
A asma ocupacional deve ser uma preocupação em empresas e de profissionais de saúde e segurança no trabalho.
Essa condição tem maior prevalência entre adultos jovens, em plena capacidade produtiva.
Vivenciando crises decorrentes de exposições no ambiente de trabalho, esses profissionais veem a produtividade despencar, assim como sua qualidade de vida.
Se nada for feito, logo haverá consequências sérias para a saúde do colaborador e para a empresa, que perderá em qualidade e quantidade das entregas, reduzindo a lucratividade.
Daí a importância de manter o olhar atento à asma ocupacional, adotando medidas preventivas como as que cito nos próximos tópicos.
Trago ainda uma solução inovadora para otimizar a emissão e assinatura de laudos ocupacionais: a plataforma de telemedicina.
O que é asma ocupacional?
Asma ocupacional é uma patologia crônica que causa reações inflamatórias nos brônquios, decorrente de fatores laborais.
Lembrando que os brônquios são tubos que transportam o ar para dentro dos pulmões – já falei aqui sobre a diferença entre asma e bronquite.
Já a asma ocupacional é definida pela:
“Presença de sintomas de asma e de obstrução reversível do fluxo aéreo e/ou hiper-reatividade brônquica em virtude de condições atribuíveis ao ambiente ocupacional e não a estímulos encontrados fora do ambiente de trabalho”.
A estimativa é que a asma tenha origem ocupacional em 16% dos casos diagnosticados entre adultos, que chegam a 300 milhões no mundo.
Desses, 20 milhões correspondem a brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Causas da asma ocupacional
A asma ocupacional é causada por uma combinação de fatores.
De um lado, estão as características do trabalhador, que pode ter predisposição genética a desenvolver a doença.
Geralmente, o asmático tem pulmões mais sensíveis que o normal, facilitando reações inflamatórias diante de certos agentes.
É aí que entra a contribuição da empresa.
Porque a asma ocupacional costuma resultar de longos períodos de exposição a sensibilizantes presentes no ambiente laboral.
Metais como níquel e cromo, fungos, farinhas e grãos são exemplos de sensibilizantes capazes de provocar a doença.
Outra razão é a exposição a concentrações altas de substâncias irritantes como cloro, amônia, poeira de cimento e ozônio.
Nesses casos, a exposição aguda pode levar a crises rapidamente, evidenciando a relação entre esses agentes e os sintomas.
Abaixo, listo os setores com maiores chances de exposição a agentes sensibilizantes e irritantes:
- Limpeza
- Laboratórios
- Saúde
- Construção civil
- Indústria alimentícia
- Padarias
- Fabricação de itens de borracha
- Serviços de beleza, em especial cabeleireiros
- Marcenaria
- Carpintaria
- Indústria farmacêutica
- Refinarias
- Galvanização
- Fabricação e aplicação de tintas
- Indústria de papel e celulose
- Fundição de alumínio.
Asma ocupacional: sinais e sintomas
Os sintomas de asma ocupacional são semelhantes à doença que tem origem fora do local de trabalho, ou seja:
- Falta de ar
- Sibilo ou chiado no peito
- Tosse seca
- Peso ou aperto no peito, principalmente durante as crises
- Respiração rápida
- Cansaço crônico
- Taquicardia, ou seja, batimentos cardíacos acelerados.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é dado preferencialmente por um médico do trabalho, pois é necessário estabelecer nexo com um patógeno presente no ambiente laboral.
Normalmente, o especialista em saúde ocupacional segue três passos para a identificação da asma ocupacional:
- Diagnóstico de asma
- Início ou agravamento/exacerbação dos sintomas após ingresso em um determinado trabalho
- Associação entre os sintomas e o trabalho.
Outro sinal importante é a melhora dos sintomas durante os períodos de afastamento da atividade profissional, como férias, feriados e finais de semana.
Além da presença de um agente conhecido como causador de asma no ambiente de trabalho.
Como é o tratamento da asma ocupacional?
Uma das ações mais eficazes para diminuir crises e sintomas é a realocação do empregado.
Isso porque a reação inflamatória é reduzida quando há afastamento do agente sensibilizante ou irritante.
Contudo, nem sempre é possível adotar essa medida sem ameaçar o trabalho do colaborador.
Nesses casos, é indispensável combinar o tratamento de crises a ações preventivas no trabalho, que comento a seguir.
O tratamento é feito usando medicações com efeito broncodilatador, normalmente administrados com o auxílio de sprays ou “bombinhas”.
Corticoides e anti-inflamatórios também podem ser prescritos para evitar as crises.
Se ocorrerem episódios agudos, o paciente se beneficia do uso de corticosteroides por alguns dias.
Prevenção da asma ocupacional no ambiente de trabalho
Boas práticas de segurança e saúde do trabalho são essenciais para prevenir a asma ocupacional.
Principalmente as medidas de proteção coletiva voltadas à mitigação do risco ocupacional.
Um exemplo é a substituição de patógenos relacionados ao desenvolvimento da doença, que são trocados por alternativas que preservam o bem-estar do funcionário.
Caso não seja viável, cabe avaliar opções de enclausuramento de processos envolvendo poeiras e outros alérgenos, para diminuir o contato entre eles e os colaboradores.
Outra adaptação de engenharia interessante é a exaustão ou aumento da ventilação natural, favorecendo a dispersão do agente irritante ou sensibilizante.
Por consequência, sua concentração será menor, o que diminui o potencial de causar asma e outros agravos à saúde.
Rotinas básicas de higiene no trabalho também são fundamentais para prevenir patologias, como a limpeza do chão, paredes e equipamentos, além da umidificação do ar.
Como complemento, podem ser adotados Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a exemplo dos respiradores faciais para filtrar partículas prejudiciais aos pulmões.
Por fim, mas não menos importante, vale destacar o monitoramento dos trabalhadores por meio dos exames do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Realizando avaliações admissionais, demissionais, periódicas, de retorno ao trabalho e de mudança de função, fica mais fácil obter um diagnóstico precoce para a asma ocupacional.
Além de impedir que a enfermidade se agrave entre os colaboradores da organização.
Telemedicina dá suporte à saúde ocupacional
O acompanhamento dos trabalhadores só é eficiente quando há dados e registros fidedignos, compondo documentos ambientais e de saúde.
Porém, nem sempre os especialistas como médicos do trabalho e engenheiros de segurança estão presentes na empresa, o que acaba atrasando a emissão de laudos ocupacionais.
Pensando nisso, a telemedicina Morsch incluiu o serviço de assinatura digital para documentos de saúde ocupacional, criando uma oportunidade de otimizar o trabalho do SESMT.
Basta acessar a plataforma Morsch para emitir e assinar arquivos como:
- PCA.
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Conclusão
Abordei neste artigo as causas, sintomas e boas práticas para prevenir a asma ocupacional.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário abaixo.
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