Extrassístoles: o que são, características clínicas e diagnóstico

Por Dr. José Aldair Morsch, 13 de outubro de 2021
Extrassístoles

As extrassístoles estão entre as principais arritmias observadas por cardiologistas.

Batimentos extras do coração, elas demandam uma avaliação criteriosa, pois sua gravidade depende da origem.

Muitas vezes, são desencadeadas por substâncias ou situações passageiras.

Nesses casos, não indicam qualquer problema para o paciente.

É o que ocorre com extrassístoles decorrentes de um susto, esforço físico ou da presença de grande quantidade de cafeína no organismo.

Outras vezes, porém, as pulsações adicionais são sintomas de doenças cardiovasculares ou aumentam o risco de insuficiência cardíaca.

Nos próximos tópicos, detalho melhor o que são extrassístoles e seus tipos.

Você também vai descobrir quando o quadro requer uma investigação aprofundada.

Por fim, apresento uma ferramenta de suporte para o diagnóstico dessa condição: atelemedicina cardiológica.

Se o assunto interessa, continue lendo até o final.

O que são extrassístoles?

Extrassístoles são batimentos cardíacos extras, que interrompem o ritmo sinusal.

O nome extrassístole se refere a uma contração adicional, quando seria normal que a sístole fosse seguida por diástole ou momento de repouso.

Conforme define a Socerj Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro:

“As extrassístoles são batimentos isolados que ocorrem antes do que seria esperado. Após uma extrassístole, ocorre uma breve pausa e o batimento seguinte, que retoma o ritmo normal, costuma ser mais forte e se faz sentir.”

Ou seja, trata-se de umaarritmia que pode surgir devido a um estímulo ou sinalizar uma patologia cardíaca.

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Mesmo pessoas saudáveis podem registrar extrassístoles como resposta a estímulos como:

  • Excesso de álcool no organismo
  • Ingestão de altas doses de cafeína (por meio de cafés, refrigerantes, chás)
  • Uso de drogas ilícitas como cocaína e anfetaminas
  • Logo após exercício físico de alta intensidade
  • Em situações estressantes
  • Como resposta a emoções fortes, a exemplo de raiva e medo.

Entretanto, as extrassístoles podem surgir devido alesões cardíacas provocadas por infarto ou problemas estruturais do órgão.

Quando se tornam frequentes, as extrassístoles alteram o ritmo normal do miocárdio e podem levar à insuficiência cardíaca.

Extrassístoles ventriculares

Extrassístoles ventriculares são os batimentos prematuros originados nos ventrículos ou câmaras inferiores do coração.

Extra sístoles ventricular isolada

Observe em vermelho o batimento extrassistólico com QRS alargado

Geralmente, essas batidas extras se iniciam no nó atrioventricular, que fica entre as câmaras superiores e as inferiores.

Esse é o tipo de extrassístole mais comum e observado em pacientes saudáveis após um estímulo proveniente de substâncias ingeridas ou da liberação de adrenalina no corpo.

Esse padrão pode evoluir para um comportamento de extrassístole ventricular pareada e até mesmo para taquicardia ventricular não sustentada, conforme imagens abaixo.

Extras ístoles ventricular pareada

Neste registro de Holter de ECG digital, observe que ocorre dois batimentos consecutivos em vermelho, com QRS alargado

Agora veja quando a coisa começa a complicar, ou seja, os batimentos extrassistólicos começam a ficar mais frequentes e se transformam em taquicardia ventricular.

Taquicardia ventricular não sustentada

Observe a sequência de batimentos em vermelho onde o QRS está alargado, típico de taquicardia ventricular não-sustentada

Extrassístoles supraventriculares

Também conhecidas como extrassístoles atriais, surgem nas câmaras superiores: os átrios.

Nesses casos, é provável que tenham se originado de uma falha no funcionamento do nó sinusal ou sinoatrial.

Quantas extrassístoles é normal em 24 horas?

Na verdade, o ideal é que o paciente não apresente extrassístoles.

Porém, como citei antes, muitas causas passageiras podem provocar essa condição e até mesmo desencadear sintomas.

Isso porque pessoas sensíveis acabam percebendo o batimento sinusal que vem depois da extrassístole, pois costuma ser mais forte que os outros.

Atualmente,estudos demonstram que a presença de extrassístoles aumenta conforme a idade avança, principalmente depois dos 40 anos.

Extrassístole ventricular

Extrassístoles apresentam sintomas como tontura, sensação de asfixia e dor no peito, especialmente precordial

Conduta médica em crises de extrassístoles

O diagnóstico de extrassístole é dado com base em informações coletadas durante aanamnese, incluindo possíveis sintomas.

Mas nem sempre essa condição provoca qualquer perturbação física, passando despercebida para muitos pacientes até que façam umECG de rotina.

É por meio da análise dasondas do eletrocardiograma que os batimentos extras são identificados.

Eles podem aparecer de modo isolado, pareados ou em salvas.

Quando há sintomas, a lista inclui tontura, sensação de asfixia e dor no peito, especialmentedor precordial.

No entanto, o ECG só vai registrar as extrassístoles se for feito no momento que elas ocorrem.

Por isso, muitas vezes o cardiologista solicita umholter de 24 horas quando há suspeita de anormalidades nos batimentos, aumentando o período de monitoramento.

Outro procedimento que pode ser útil é oteste ergométrico, que permite a avaliação cardiológica durante o esforço físico.

Tratamento das extrassístoles

A identificação da origem das extrassístoles dá base ao tratamento, que é personalizado de acordo com as necessidades do paciente.

Muitas vezes, basta um acompanhamento periódico e a retirada de fatores estressores para diminuir os batimentos prematuros.

Caso haja alguma lesão cardíaca ou outra patologia, as batidas anormais serão controladas assim que a doença for tratada.

Após a indicação de insuficiência cardíaca, por exemplo, podem ser administrados betabloqueadores para impedir a formação de extrassístoles.

Os medicamentos também podem ser prescritos para reduzir o incômodo sentido por algumas pessoas que percebem extrassístoles com frequência.

Casos raros requerem uma avaliação aprofundada para melhorar a qualidade de vida do paciente, feita através de estudos eletrofisiológicos.

Nesses processos, um especialista descobre o mecanismo que gera a extrassístole.

Se for possível, ele realiza uma técnica chamada ablação por radiofrequência, que consiste na queima da estrutura onde o mecanismo ocorre.

Conheça a telemedicina cardiológica

Diagnosticar as extrassístoles pode ser uma tarefa complexa e consumir tempo.

A boa notícia é que você e sua equipe podem contar com ferramentas tecnológicas para auxiliar na detecção desse e outros males com agilidade, como a telemedicina cardiológica.

Também chamada de telecardio, essa é uma disciplina que auxilia na avaliação, interpretação de exames cardiológicos e emissão delaudos a distância.

Extrassístole supraventricular

Testes de rotina ou por solicitação médica podem ser analisados online, com agilidade e qualidade

Diversos testes se beneficiam dessa opção, incluindo:

Basta realizar o teste normalmente e compartilhar os registros viaplataforma de telemedicina, solicitando sua interpretação.

Enviando os registros viasistema Morsch, você recebe o laudo médico em minutos.

E o melhor: sem abrir mão da qualidade, pois o exame é analisado por um cardiologista qualificado e recebeassinatura digital do especialista.

O serviço também dá suporte por meio dasegunda opinião médica e treinamento online.

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Conclusão

Gostou de conhecer melhor as causas, diagnóstico e tratamento para extrassístoles?

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin