Ressonância magnética para endometriose: como diagnosticar?

Por Dr. José Aldair Morsch, 17 de novembro de 2022
Ressonância magnética

A ressonância magnética na endometriose tem grande contribuição diagnóstica e para o planejamento de terapia cirúrgica.

A detecção da endometriose costuma necessitar de exames de imagem, uma vez que a manifestação clínica da doença se apresenta por sintomas difusos.

Dores abdominais crônicas, cólicas menstruais intensas e sangramento nas fezes estão entre os sinais mais comuns.

Raramente contraindicada, a ressonância magnética da pelve fornece registros em alta resolução, permitindo uma avaliação completa.

O exame tem como vantagens a rapidez, alta acurácia e suporte a diagnósticos diferenciais, a exemplo de abcessos.

No entanto, é preciso seguir o preparo correto para obter imagens de qualidade, como explicarei ao longo deste artigo.

Acompanhe até o final e saiba como usar a telemedicina para agilizar a entrega dos laudos de RM e outros exames radiológicos.

Como é feita a ressonância magnética para endometriose?

Geralmente, a RM pélvica é indicada para detecção da endometriose, uma vez que essa é a região mais acometida pelos focos da patologia.

Caso haja suspeita de lesões distantes dessa área, pode ser prescrita RM de abdômen total – ou seja, desde a área logo abaixo do tórax até a pélvica.

Caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, a endometriose pode ser classificada em três tipos: superficial, ovariana e profunda (EP).

A modalidade superficial raramente é observada a partir da ressonância ou qualquer outro método diagnóstico por imagem.

Já para a visualização dos demais tipos (ovariana e profunda), o estadiamento via RM é bastante útil, oferecendo imagens a partir de múltiplos planos.

O exame tem duração média de 20 minutos, oferecendo um registro abrangente da pelve.

Isso é possível devido à combinação entre campo magnético e ondas de rádio, realizada pelo aparelho de ressonância.

O equipamento é formado por um grande tubo, para onde se move a maca com a paciente deitada e imóvel.

Assim que é ligado, o aparelho usa seu ímã para emitir um forte campo magnético, que resulta em realinhamento de partículas presentes em átomos de hidrogênio.

Lembrando que esses prótons são abundantes no corpo humano, em sua maioria composto por água.

Os sinais da movimentação de partículas são captados com o auxílio de ondas de rádio e enviados a um computador com software específico para que se transformem em imagens.

Qual o preparo da ressonância da pelve para endometriose?

Nem sempre é necessário realizar a RM com contraste para diagnóstico da endometriose.

Na suspeita de endometriose profunda, por exemplo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) dispensa o uso de contraste endovenoso.

Contudo, a RM pélvica necessita de preparo especial para evitar artefatos e outros problemas capazes de comprometer a qualidade das imagens captadas.

Afinal, o exame é feito numa área repleta de órgãos sobrepostos.

Portanto, é importante seguir o protocolo divulgado pela Febrasgo, que recomenda:

  • Preparo intestinal: laxante via oral na véspera do exame e dieta pobre em resíduo nas 24 horas que o antecedem
  • Distensão vaginal com gel para avaliar com detalhes, se há comprometimento da parede vaginal (não realizada em pacientes virgens)
  • Antiespasmódico endovenoso, utilizado como rotina nos exames de avaliação do abdome para reduzir o peristaltismo.

Outras dicas citadas por especialistas são a realização da RM pélvica com a bexiga cheia e durante o período menstrual.

Como identificar endometriose na ressonância magnética?

A RM pélvica tem especificidade e sensibilidade superiores a 95% para identificar endometriomas, principalmente se forem maiores que 1 cm.

Ovários, ligamento largo, fundo de saco anterior e posterior e ligamentos útero-sacros são as partes mais comumente acometidas pela endometriose.

Conforme o estudo “Ressonância magnética na endometriose pélvica profunda: ensaio iconográfico”, sinais de endometriose profunda (EP) incluem:

  • Penetração subperitoneal dos implantes endometriais maior que 5 mm
  • Lesões geralmente encontradas no septo retovaginal, reto, bexiga e outras estruturas pélvicas fibromusculares, como ligamentos uterinos e vagina
  • Dor pélvica, dismenorréia, dispareunia, sintomas urinários e infertilidade
  • Lesões de permeio a aderências e a avaliação da extensão das lesões subperitoneais.

O espessamento do ligamento uterossacro também pode indicar uma EP.

Segundo o já citado protocolo da Febrasgo, a RM da pelve permite a observação de uma série de achados relacionados à endometriose profunda:

“Na avaliação das lesões retrocervicais, é possível identificar se existe infiltração profunda do paracérvix e/ou paramétrio. Também é possível definir se há apenas aderência ou invasão profunda da parede vaginal (quase sempre no fórnice vaginal posterior). Nas lesões intestinais, a RM permite informações importantes para o eventual planejamento cirúrgico: tamanho, número de lesões, camadas da parede intestinal comprometidas, circunferência da alça envolvida e a distância da borda anal”.

RM endometriose

A RM pélvica necessita de preparo especial para evitar o comprometimento da qualidade das imagens captadas

Como a telemedicina ajuda no diagnóstico da endometriose?

Além da ressonância magnética, o diagnóstico da endometriose pode se dar a partir de outros métodos de imagem, como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada.

Esses exames podem ser conduzidos por técnicos em radiologia treinados, porém, sua interpretação é restrita a radiologistas especializados.

No entanto, diversos locais afastados dos centros urbanos sofrem com a carência de especialistas para analisar os exames, o que atrasa a detecção de doenças como a endometriose.

Contudo, dá para reverter esse quadro com o auxílio da radiologia online, ofertada via plataforma de telemedicina.

Funciona assim: sua equipe realiza a ressonância magnética ou outro exame, acessa o sistema Morsch e envia as imagens captadas.

Um de nossos radiologistas começa, então, a avaliar os achados e elabora o laudo a distância.

O documento é finalizado com a assinatura digital do médico, garantindo sua confiabilidade, e liberado em nosso software.

Dessa forma, o laudo online é entregue em minutos, podendo ser impresso, enviado por e-mail ou acessado pelo próprio paciente, mediante login e senha.

A plataforma Morsch também fornece treinamento remoto para técnicos em radiologia e enfermagem, disponível 24 horas por dia.

Acesse esta página e conheça soluções pensadas para otimizar a rotina da sua equipe!

Conclusão

Neste artigo, falei sobre a importância da ressonância magnética para endometriose, protocolos e achados de interesse no diagnóstico dessa patologia.

Você pode contar com o time Morsch para reforçar a interpretação e emissão de laudos na sua clínica ou hospital, conferindo rapidez aos resultados.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin