Anfepramona: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 4 de março de 2024
Anfepramona

Assim como outros medicamentos inibidores de apetite, a anfepramona passou por períodos de permissão de uso e retirada de circulação do mercado brasileiro.

Em outubro de 2021, teve sua produção, comercialização e consumo proibidos após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a Lei 13.454/2017.

Desde então, segue indisponível para compra e venda, como explico nas próximas linhas.

Quer saber qual a alternativa nesse caso?

Siga com a leitura para entender mais sobre a ação dessa substância, riscos e como conseguir orientação médica via telemedicina.

O que é anfepramona?

Anfepramona é um fármaco psicotrópico anorexígeno derivado da anfetamina.

Sua ação estimulante está relacionada ao risco de dependência física e psíquica, que ocorre quando o funcionamento do organismo fica condicionado à presença da substância.

Outro perigo é a tolerância, que exige doses cada vez mais elevadas para atingir o mesmo efeito inicial.

Nesse cenário, aumenta o risco de overdose, pois o paciente fica tentado a elevar a dosagem até um nível potencialmente fatal.

Por isso, a prescrição médica deve dar preferência a períodos curtos de tratamento, de até 4 semanas, a fim de diminuir as chances de eventos adversos.

Para que serve anfepramona

O medicamento serve para reduzir o apetite, reforçando o impacto de medidas não farmacológicas como a adoção de dieta hipocalórica.

Seu mecanismo de ação inibe as vias cerebrais que estimulam o apetite, modificando o funcionamento do sistema nervoso central (SNC).

Simultaneamente, a anfepramona estimula a queima de gordura pelo organismo, sustentando o uso para a perda de peso.

Principais indicações

O cloridrato de anfepramona é indicado para o tratamento da obesidade exógena.

Lembrando que obesidade exógena é um distúrbio nutricional multifatorial, causado por fatores ambientais como a má alimentação e o sedentarismo (falta de atividade física).

Essa combinação de hábitos prejudiciais faz o índice de massa corporal ou IMC ser igual ou maior que 30.

Como tomar anfepramona

O medicamento costumava estar disponível sob a forma de comprimidos de 25 mg e 75 mg.

O esquema terapêutico estabelecia a dose usual de 75 mg.

Ela pode ser ingerida de uma só vez, no meio da manhã.

Ou dividida em três doses diárias de 25 mg, ingeridos uma hora antes das refeições, desde que o último fosse tomado no máximo quatro horas antes de dormir.

Receita de anfepramona

Atualmente suspensa, a liberação de anfepramona era feita por meio da receita B2.

Esse documento é formado por duas vias diferentes, tendo a primeira via retida na farmácia.

Trata-se, na verdade, de uma notificação de receita azul, contida num talonário impresso apenas com autorização da Anvisa.

Ela possui dados do médico prescritor, estabelecimento de saúde onde ele trabalha, paciente, fornecedor e do comprador, que servem para rastreio por parte da Agência.

Isso porque os fármacos pertencentes ao grupo B2 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998 – incluindo a anfepramona – são remédios controlados devido à modificação no funcionamento do SNC.

Para evitar o uso indiscriminado, sua prescrição deve seguir regras rígidas, sendo que a segunda via é carimbada e devolvida ao paciente.

Ela serve para manter à mão a recomendação médica sobre doses, horários e outras medidas terapêuticas relevantes.

A receita B2 tem validade de 30 dias e pode dar acesso a remédio suficiente para até um mês de tratamento.

Ainda que a comercialização de anfepramona esteja suspensa, fármacos como a sibutramina são prescritos através da receita B2 azul.

Dúvidas frequentes sobre anfepramona

Nesta seção, esclareço algumas das perguntas corriqueiras em relação ao medicamento.

Siga acompanhando.

Quais os perigos da anfepramona?

As reações adversas comuns são:

Diante de sintomas intensos, procure ajuda médica.

Por que a anfepramona foi proibida?

A anfepramona teve o registro cassado pela Anvisa em 2011, sob o argumento de que não há evidências suficientes para atestar a eficácia e segurança do medicamento.

O cenário foi revertido em 2017, quando o STF promulgou a Lei 13.454/2017.

Isso permitia a comercialização não apenas da anfepramona, como também de outros dois inibidores de apetite:  femproporex e mazindol.

Contudo, em outubro de 2021, a própria corte considerou a lei inconstitucional, alegando que a autoridade máxima nesse campo não é o poder legislativo, mas a Anvisa.

Os três fármacos seguem proibidos desde então.

Quem não pode tomar anfepramona?

A droga possui diversas contraindicações, incluindo pessoas que sofrem de:

É importante sempre relatar qualquer condição ao seu médico antes de iniciar um tratamento medicamentoso.

Conclusão

Espero ter esclarecido as informações sobre a anfepramona.

Embora seu registro esteja suspenso, é possível utilizar outros fármacos de suporte ao tratamento da obesidade.

Porém, é preciso consultar um endocrinologista para emagrecer com saúde, recebendo o diagnóstico e a prescrição adequados ao seu caso.

Optando pela teleconsulta na plataforma Morsch, você tem acesso a esse e outros tipos de médicos com agilidade e comodidade.

Acesse a página de agendamentos, escolha o profissional, data e horário através do filtro de especialidades e confirme a consulta online.

Em seguida, você receberá um e-mail com o link de acesso à sala virtual exclusiva.

Basta clicar sobre ele para conversar com o médico online;

Se estiver com uma receita azul que está perdendo ou acaba de perder a validade, também é possível fazer a renovação online em poucos passos.

Acesse a área de renovação e preencha os dados solicitados, prosseguindo para a confirmação do pagamento.

Depois, é só aguardar pelo e-mail com o link de rastreamento da sua receita B1.

Ela será enviada pelo correio, pois, como expliquei mais acima, o talonário da notificação de receita só está disponível no formato impresso.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin