Triagem hospitalar: o que é e como funciona a classificação dos pacientes
A triagem hospitalar tem papel crítico para diminuir as filas de espera e melhorar a experiência do paciente nos serviços de saúde.
Afinal, contar com um sistema de priorização viabiliza seu atendimento com agilidade, reduzindo complicações como sequelas e óbitos.
Nesse cenário, até os casos de menor gravidade recebem a assistência com maior rapidez.
E isso resulta em benefícios para pacientes, profissionais e estabelecimentos de saúde.
As aplicações, responsabilidades e dinâmica da triagem hospitalar pautam este artigo, no qual também comento o processo de triagem via telemedicina.
O que é triagem hospitalar?
Triagem hospitalar é a avaliação inicial do paciente visando seu encaminhamento à assistência necessária.
Ela se baseia em critérios de classificação de risco, a fim de separar os doentes em grupos para viabilizar a priorização da assistência conforme a gravidade da condição clínica.
Geralmente, a triagem é realizada por meio de um sistema de pontuação, ferramenta que combina diferentes parâmetros para dividir os casos.
No Brasil, o sistema mais utilizado é o protocolo de Manchester, modelo de classificação que atribui escalas de urgência identificadas através de cores.
Volto a falar dessa ferramenta mais à frente.
Para que serve a triagem hospitalar?
A triagem hospitalar serve para organizar o pronto atendimento, sendo amplamente empregada em locais como prontos-socorros.
Ela é fundamental para orientar um correto fluxo de pacientes, permitindo que sejam encaminhados a diferentes locais de acordo com sintomas, histórico e outros parâmetros de interesse.
Nesse contexto, dispor de uma ferramenta de triagem ajuda a combater problemas como a superlotação de hospitais, direcionando rapidamente as pessoas ao devido atendimento.
Além de prevenir sequelas, complicações e até salvar a vida de doentes em estado crítico, possibilitando intervenções médicas antes que seu quadro se agrave.
Outra finalidade está na transparência da triagem, que informa um tempo estimado de atendimento.
Dessa forma, eleva-se a satisfação do paciente, que tem a oportunidade de avaliar a situação e tomar a decisão mais conveniente.
Portanto, vale dizer que a triagem é um instrumento de acolhimento em saúde, que ajuda os serviços a receberem bem os clientes para aumentar as chances de fidelização.
Quem faz a triagem hospitalar?
Segundo determina a Resolução Cofen 661/2021, a classificação de risco e priorização da assistência é privativa do enfermeiro, observando que:
“Para executar a Classificação de Risco e Priorização da Assistência, o Enfermeiro deverá ter curso de capacitação específico para o protocolo adotado pela instituição, além de consultório em adequadas condições de ambiente e equipamentos para desenvolvimento da classificação.”
A norma ainda estabelece que o profissional não deve exercer outras atividades simultaneamente, definindo o tempo médio de 4 minutos para a triagem, com limite de até 15 classificações por hora.
Como funciona a triagem hospitalar?
A triagem deve ser realizada no contexto do processo de enfermagem, sendo incorporada desde a primeira etapa (avaliação de enfermagem).
Basicamente, a classificação de risco é conduzida logo após a passagem pela recepção da clínica ou hospital, utilizando ferramentas de anamnese na enfermagem combinada ao histórico do paciente e inspeção.
Como mencionei acima, o processo vai depender do modelo de classificação adotado, sendo um dos mais conhecidos o protocolo de Manchester.
Essa metodologia se baseia em algoritmos de classificação de risco, utilizando ferramentas como a escala de dor junto aos sinais vitais e sintomas para atribuir uma pontuação ao paciente.
Quanto mais alta a pontuação, maior a prioridade dada a esse caso.
Sala de triagem hospitalar
A sala ou consultório destinado à triagem deve ser limpa e organizada, dispondo de condições adequadas de iluminação, umidade e conforto térmico.
Esse ambiente precisa estar próximo à recepção, porém, com certa discrição para permitir a coleta de dados de maneira tranquila.
Equipamentos para aferição de sinais vitais e outros materiais comuns devem estar disponíveis ao enfermeiro responsável, incluindo:
- Balança para pesagem e medição da altura
- Luvas descartáveis
- Máscaras
- Etiquetas de identificação (com a escala de gravidade)
- Esfigmomanômetro
- Estetoscópio
- Glicosímetro
- Oxímetro
- Prontuário médico
- Relógio de frequência cardíaca
- Termômetro.
Então, passamos às perguntas direcionadas ao paciente.
Perguntas da triagem hospitalar
As questões podem variar conforme o relato do paciente e sintomas, sendo desenvolvidas de forma personalizada pelo enfermeiro.
Contudo, a maioria dos questionários é formado por perguntas básicas, reservando espaço para:
- Data e hora da triagem
- Dados do paciente (data de nascimento e sexo)
- Número do registro hospitalar
- Queixa principal referida pelo doente
- Sinais e sintomas identificados pelo enfermeiro segundo as categorias respiração/ventilação, pulso, disfunção neurológica, perfusão, dor, hemorragias, ferimentos e deformidades
- Encaminhamento dado ao paciente: alta ou baixa prioridade.
Então, passamos à classificação propriamente dita, que atende a um esquema de cores.
Cores da triagem hospitalar
A divisão por cores facilita a identificação e priorização no atendimento dos casos mais graves.
Cada paciente recebe uma pulseira com as cores:
- Vermelho: para emergências, ou seja, indivíduos em risco de morte ou em condições de extrema gravidade, que devem ter atendimento imediato
- Laranja: para casos muito urgentes, que devem receber assistência médica em até 10 minutos
- Amarelo: casos urgentes que podem aguardar por até 1 hora para a intervenção médica
- Verde: situações pouco urgentes, com tempo de espera máximo de 2 horas
- Azul: situações que não se enquadram como urgentes, geralmente, atendimentos de rotina. A assistência deve ser dada em até 4 horas.
Quer entender como isso acontece na telemedicina? Explico a seguir.
Como acontece a triagem remota na telemedicina?
Serviço viabilizado pela telemedicina, a teletriagem consiste na avaliação de sintomas e condição clínica a distância, tendo o mesmo propósito da triagem realizada presencialmente.
Claro que emergências e urgências devem receber atendimento presencial, entretanto, o processo via medicina digital confere agilidade às demandas de menor gravidade.
Assim como a orientação necessária para que pacientes em risco procurem o pronto-socorro mais próximo.
Plataformas completas como a Telemedicina Morsch oferecem a avaliação remota em poucos cliques, feita através de videoconferência.
Usando recursos de vídeo e áudio, o enfermeiro conduz a anamnese e outras técnicas para identificar possíveis anormalidades, podendo encaminhar o doente à teleconsulta ou consulta presencial.
Toda a dinâmica ocorre numa sala virtual exclusiva, garantindo o sigilo médico e a proteção dos dados sensíveis.
No mesmo sistema, sua equipe ainda encontra soluções como teleconsultoria, prontuário eletrônico e segunda opinião médica.
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Conclusão
Ao final deste artigo, você está informado sobre a estrutura, normas e vantagens da triagem hospitalar.
Conte com a telemedicina e teleconsulta para ganhar ainda mais celeridade e praticidade nesse processo!
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