Remédio para asma: descubra como funciona e qual o melhor

Por Dr. José Aldair Morsch, 23 de novembro de 2022
Remédio para asma

Usar o remédio para asma da forma correta é um dos principais mecanismos de controle das crises ou exacerbações.

Falo dos episódios em que a doença se manifesta de forma aguda, com falta de ar, chiado e tosse.

A crise de asma ocorre como resposta ao agravo da inflamação nos dois grandes tubos que levam o ar até os pulmões – os brônquios.

A obstrução e consequente estreitamento dessas estruturas dificultam a expiração, deixando a impressão de que não há ar suficiente nos pulmões.

Nesses momentos, o paciente deve utilizar a medicação de alívio, normalmente administrada por via inalatória, com a ajuda das bombinhas.

O tratamento completo para a patologia costuma incluir mais uma classe de medicamentos, a fim de prevenir as crises.

Siga com a leitura para conhecer os principais tipos de remédio para asma, seu mecanismo de atuação e qual a melhor terapia.

Apresento também um bônus para renovar suas receitas de um jeito prático, via telemedicina.

Remédio para asma: conheça os principais

Antes de falar sobre o medicamento, vamos a uma breve definição para a patologia.

Asma é uma doença crônica caracterizada pela inflamação dos brônquios, capaz de provocar exacerbações com maior ou menor frequência.

Em especial quando o paciente é exposto a gatilhos como pólen, pelos de animais, ácaros, fungos, cheiros fortes ou até mesmo atividade física intensa.

Contudo, o asmático costuma levar uma vida normal fora dos períodos de crise, em especial quando segue as terapias receitadas pelo pneumologista ou clínico geral.

Geralmente, o tratamento inclui três frentes:

  • Mudanças no comportamento, como parar de fumar e se afastar de alérgenos (objetos ou substâncias que podem provocar crises)
  • Medicação de controle para a asma, tomada regularmente, ainda que na ausência de sintomas
  • Remédio de resgate, que promove o alívio das crises.

Saiba mais sobre as principais classes de medicamentos abaixo.

Broncodilatadores de ação curta

Considerados pilares para aliviar as crises de asma, remédios como fenoterol e salbutamol fazem efeito rapidamente, dentro de poucos minutos.

Como o nome sugere, são substâncias que dilatam os brônquios, reduzindo a dificuldade respiratória, opressão no peito, chiado e demais sintomas da asma.

Só devem ser usados para conter exacerbações.

Antimuscarínicos

Quando há intolerância aos broncodilatadores ou crises severas, o médico pode receitar o ipratrópio.

Esse antimuscarínico complementa o tratamento imediato para a obstrução das vias aéreas inferiores, aliviando o paciente das exacerbações.

Corticosteroides inalatórios

São remédios usados para combater o quadro inflamatório nos brônquios, revertendo um dos principais mecanismos por trás das exacerbações da asma.

Por isso, os corticosteroides ou corticoides estão entre os medicamentos mais prescritos para o controle da asma.

Existem diferentes substâncias que fazem esse papel, a exemplo de:

  • Mometasona
  • Fluticasona
  • Beclometasona
  • Budesonida.

É comum que os corticoides inalatórios sejam receitados junto a um broncodilatador de longa duração.

Tanto que existem remédios que combinam princípios ativos de ambas as classes.

Broncodilatadores de longa duração

Ao contrário dos corticosteroides, os broncodilatadores de longa duração não devem ser prescritos de maneira isolada, e, sim, combinados aos corticoides.

Sua ação demora para iniciar, no entanto, tem duração prolongada por até 12 horas, aumentando a passagem do ar pelos brônquios através do efeito de abertura (dilatação).

Entre as substâncias enquadradas nesta classe, vale citar:

  • Salmeterol
  • Formoterol
  • Indacaterol.

Esses remédios são indicados para casos mais graves de asma, quando o uso de corticoides isolados não faz o efeito desejado.

Medicamentos para asma

Para tratar a doença sem comprometer a qualidade de vida, realizar a avaliação médica é importante

Antileucotrienos

Também chamados antagonistas dos leucotrienos, podem servir como reforço ou substituição para os corticosteroides inalatórios no controle da asma.

Entretanto, seu mecanismo de ação é diferenciado, uma vez que combatem os leucotrienos formados durante reações alérgicas.

Montelucaste é um dos representantes dessa classe.

Corticosteroides de ação sistêmica

Diante da necessidade de combater a inflamação dos pulmões do asmático, nem sempre basta administrar corticosteroides inalatórios.

Isso porque a patologia pode se manifestar através de crises severas com impacto generalizado, pedindo o uso de corticoides de ação sistêmica.

Prednisona e prednisolona são os mais conhecidos, sendo receitados em forma oral (comprimidos) para tratamentos pontuais por aliviarem os sintomas críticos da asma.

Mas há casos em que o paciente deve se dirigir até uma unidade de saúde para receber metilprednisolona por via endovenosa.

Omalizumabe

Indicado para asma grave, o omalizumabe foi aprovado recentemente pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec).

Significa que foi liberado seu uso no Sistema Único de Saúde (SUS).

Esse medicamento bloqueia a imunoglobulina (IgE), diminuindo a reação inflamatória do asmático em contato com alérgenos.

Metilxantinas

Também provocam ação broncodilatadora, mas com base em propriedades anti-inflamatórias.

Segundo estudos, as metilxantinas já foram a classe de remédios mais prescritos para asmáticos em todo o mundo, com alta popularidade até o século 19.

O cenário mudou com o desenvolvimento de medicamentos com menos efeitos colaterais, já que as xantinas podem causar incômodos como dor abdominal, enjoo, vômitos, dor de cabeça, tremores e arritmias.

Mesmo assim, ainda hoje a teofilina serve como auxiliar no tratamento de pacientes que não alcançam resultados positivos usando outras substâncias.

Como funciona um remédio para asma?

O remédio para asma funciona suprimindo as duas principais consequências dessa doença.

A primeira está na inflamação das paredes dos brônquios, que acabam ficando inchadas e espessas.

Simultaneamente, os músculos no entorno desses órgãos sofrem contrações, agravando a dificuldade respiratória.

Medicamentos broncodilatadores agem para reverter essa contração, favorecendo o relaxamento da musculatura dos brônquios.

Nesse cenário, aumenta o calibre das vias aéreas inferiores, o que dá mais espaço para que o ar entre e saia normalmente durante os movimentos respiratórios.

Geralmente, são administrados por via inalatória, mas também poderiam ser por via oral ou intravenosa (diretamente na veia).

A escolha pela inalação, contudo, é o caminho mais seguro, pois evita efeitos adversos.

Além de potencializar o impacto da medicação, que é aspirada e vai diretamente aos brônquios e pulmões, propiciando uma ação local reforçada.

Já os corticosteroides são usados para diminuir a inflamação dos brônquios, revertendo o inchaço que restringe as vias aéreas.

Corticoides do tipo inalatório têm ação localizada, com poucos impactos sobre o restante do organismo.

Já os corticoides de ação sistêmica são receitados com cautela, pois desencadeiam respostas mais intensas em diferentes partes do organismo.

É por isso que os remédios inalatórios são usados por mais tempo no tratamento para a asma, enquanto os de ação sistêmica e administração oral são restritos a uma ou duas semanas, na maioria das vezes.

O uso correto desses remédios para controle da asma é capaz de reduzir ou até eliminar a necessidade da medicação de alívio, ou seja, de broncodilatadores de curta duração.

Remédios de asma

A asma costuma requerer tratamento contínuo para evitar crises e preservar o bem-estar do paciente

Para que serve a bombinha para asma?

A popularmente conhecida “bombinha” é um dispositivo de suporte ao uso de medicamentos inalatórios.

Daí a fama entre pessoas que sofrem de asma e, muitas vezes, são tratadas com remédios por via inalatória.

Tanto os corticoides quanto broncodilatadores podem ser administrados através da bombinha, que serve para dispensar as doses corretas da medicação.

Conforme explica a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia:

“Bombinha é a maneira que as pessoas chamam todas as medicações inalatórias usadas no tratamento da asma. Esse nome vem dos primeiros dispositivos que surgiram e ainda existem. Na verdade, bombinha quer dizer o recipiente que é utilizado para armazenar os diferentes tipos de remédios (broncodilatadores e corticoides inalatórios). Hoje existem dispositivos com medicação na forma líquida (aerossol) e em pó. Uma mesma substância pode vir sob aerossol ou sob pó”.

O recipiente deve ser utilizado corretamente, como orienta o Conselho Federal de Farmácia:

  1. Retire a tampa do bocal da bombinha
  2. Agite vigorosamente
  3. Mantenha-se em pé ou sentado, com o tronco reto
  4. Solte todo o ar dos pulmões, antes de disparar a bombinha
  5. Abra a boca e segure a bombinha na posição vertical (em forma de L) a 5 cm de distância (3 dedos)
  6. Inicie a inspiração pela boca e dispare o jato imediatamente. Puxe o ar lenta e profundamente (entre 3 e 5 segundos)
  7. Feche a boca e segure o ar nos pulmões por no mínimo 10 segundos, ou pelo tempo que suportar
  8. Respire normalmente e recoloque a tampa no bocal da bombinha
  9. Após o uso, escove os dentes ou enxágue a boca e gargareje com água, para remover resíduos de medicamento da cavidade oral.

 

Qual é o melhor remédio para asma?

O melhor remédio para asma é aquele que trata a doença sem comprometer a qualidade de vida do paciente.

Porque a asma se manifesta de maneira diferente em cada organismo, com maior ou menor intensidade, origens e gatilhos distintos.

Há asmáticos que levam uma vida normal, apresentando crises leves poucas vezes ao ano.

Outros indivíduos sofrem com sintomas diários, passando por exacerbações todas as semanas ou até mais de uma vez por semana.

Daí a importância de que todos sejam avaliados pelo médico antes de iniciar o tratamento com remédios.

Nem sempre o que funciona para um conhecido fará o mesmo efeito para você ou seu filho.

Na verdade, a automedicação pode até piorar o quadro, mascarando sintomas e impedindo uma terapia que realmente reverta os impactos da asma sobre os brônquios.

Além de, como citei mais acima, expor o paciente a riscos desnecessários devido ao uso prolongado de corticoides de ação sistêmica.

Mesmo os broncodilatadores podem resultar em efeitos adversos como tremores e taquicardia (quando o ritmo do coração se acelera).

Portanto, nunca utilize remédio para asma sem prescrição médica, e siga a receita à risca para melhor aproveitamento dos fármacos.

Remédio caseiro para asma funciona?

Remédios caseiros para asma não têm eficácia comprovada, como explica artigo sobre o tema:

“Após a revisão crítica de literatura, constatou-se que a maioria das espécies é utilizada com base em relatos fundamentados no saber popular, sendo assim carente de evidências científicas para as atividades farmacoterapêuticas esperadas. Neste sentido, há necessidade de mais estudos farmacológicos para comprovação das atividades terapêuticas peculiares a cada produto de origem natural bem como para avaliar possíveis efeitos tóxicos destes produtos”.

Embora plantas como alho, cebola e erva cidreira tenham propriedades anti-inflamatórias e antialérgicas, ainda é preciso confirmar seu efeito sobre as reações desencadeadas pela asma.

Portanto, servem no máximo como coadjuvantes ao tratamento da asma, que deve ser indicado por um médico.

Remédio para asma precisa de receita?

Sim, esses medicamentos precisam de receita.

Tanto que a legislação exige que os laboratórios insiram uma tarja vermelha em suas embalagens, acompanhada pela mensagem:

“Venda sob prescrição médica”.

Para obter a receita, é preciso passar em consulta online ou presencial com um pneumologista, alergologista ou clínico geral.

O médico fará a avaliação necessária para diagnosticar a asma e indicar o tratamento adequado conforme a intensidade da doença, idade e condição clínica do paciente.

Como renovar a receita do remédio para asma?

Por ser uma doença crônica, a asma costuma requerer tratamento contínuo para evitar crises e preservar o bem-estar do paciente.

O que implica em receber monitoramento médico, normalmente feito por um pneumologista – que é especialista no estudo e tratamento das vias aéreas inferiores, incluindo os brônquios.

Ou de um alergologista, uma vez que a asma costuma se agravar a partir de mecanismos alérgicos.

Esses profissionais prescrevem terapias comportamentais e medicamentosas, entregando a receita ao paciente.

Só que nem sempre dá tempo de adquirir os remédios antes que esse documento perca a validade, o que ameaça a continuidade do tratamento.

A boa notícia é que você não precisa passar novamente em consulta apenas para renovar a receita médica.

Basta acessar esta página e solicitar um novo documento dentro da plataforma de telemedicina Morsch.

É rápido, seguro e a um preço que cabe no seu bolso.

Conclusão

Ao final deste artigo, você está por dentro de como funciona o remédio para asma, quais os tipos e por que eles só devem ser usados sob prescrição médica.

Também já sabe como pedir a renovação da sua receita via Telemedicina Morsch, evitando a interrupção do tratamento e crises em potencial.

Gostou deste conteúdo?

Compartilhe com seus contatos!

Se quiser ser avisado sobre os próximos artigos, assine nossa newsletter.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin