Diretriz ECG: confira as principais orientações da SBC
Você já conhece a revisão mais recente da diretriz ECG?
Esse é um documento publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que se propõe a atualizar padrões de interpretação para o exame.
Ao evidenciar a atividade elétrica do miocárdio, o eletrocardiograma permite uma avaliação ágil para a identificação de situações de risco à vida e suporte ao manejo clínico do paciente com rapidez, evitando desfechos desfavoráveis.
Portanto, é essencial que cardiologistas, médicos que atendem emergências e urgências estejam familiarizados com a diretriz para ECG da SBC.
Preparei um resumo com temas e comentários ao longo deste artigo, incluindo os benefícios da telecardiologia.
O que é diretriz ECG?
Diretriz ECG é um conjunto de protocolos que estabelecem padrões para a interpretação do traçado do eletrocardiograma.
As revisões deste documento são feitas para atualizar a avaliação e os laudos emitidos, adicionando conhecimentos atuais sobre doenças cardiovasculares e sua identificação.
Os assuntos são divididos em 15 partes diferentes – desde tipos de laudos de ECG até características referentes a grupos de pacientes como atletas e crianças.
O que diz a diretriz ECG da SBC sobre a emissão de laudos?
A diretriz descreve boas práticas para a interpretação do eletrocardiograma, mencionando quatro tipos de laudos:
- Laudo descritivo, contendo a análise completa do ritmo cardíaco
- Laudo conclusivo, com a síntese dos diagnósticos mencionados na diretriz
- Laudo automatizado, que deve ser revisado pelo cardiologista
- Laudo via internet, emitido a distância por especialistas das empresas de telemedicina.
A seguir, comento rapidamente cada trecho da diretriz para ECG.
1 – Normatização para análise e emissão do laudo eletrocardiográfico
É nesta primeira parte que são definidos os tipos de laudo para o ECG, além das três características a se considerar na interpretação do exame.
Particularidades ligadas à idade, biotipo e sexo devem ser avaliadas.
2 – Avaliação da qualidade técnica do traçado
Falta de calibração de eletrocardiógrafos analógicos e troca de eletrodos estão entre os fatores que interferem na qualidade do exame.
Também é preciso identificar tremores musculares, febre e outras condições capazes de gerar artefatos no traçado.
3 – A análise do ritmo cardíaco
Neste trecho, a SBC define o ritmo sinusal e analisa as alterações de ritmo supraventricular.
Arritmia sinusal, fibrilação atrial (FA), flutter atrial e arritmias supraventriculares com complexo QRS alargado, entre outros ritmos anômalos são descritos.
4 – Condução atrioventricular
Aborda características e anomalias que afetam o intervalo P-R, que corresponde à ativação atrial e retardo fisiológico na junção atrioventricular (AV) e/ou sistema His-Purkinje.
Sua duração normal é de 120 a 200 ms, com base numa FC de até 90 bpm.
Atrasos ou bloqueios da condução atrioventricular (AV) e outros mecanismos anormais são analisados.
5 – Análise da ativação ventricular
Discorre sobre o QRS normal e disfunções deste complexo, que podem indicar patologias de maior ou menor gravidade.
Fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular (TV) e ritmo idioventricular acelerado (RIVA) estão entre os fenômenos definidos.
6 – Sobrecargas das câmaras cardíacas
Menciona os diferentes tipos de sobrecarga das câmaras cardíacas, especificando critérios para sua identificação no ECG.
7 – Análise dos bloqueios (retardo, atraso de condução) intraventriculares
Manifestam-se através de mudanças na forma e duração do complexo QRS.
A diretriz ECG comenta o bloqueio do ramo esquerdo (BRE), bloqueio do ramo direito (BRD) e associações entre eles.
8 – Análise do ECG nas coronariopatias
São apresentados critérios diagnósticos da presença de isquemia, lesão e áreas eletricamente inativas (AEI), incluindo características topográficas.
Há também orientações sobre infartos de localização especial e diagnósticos diferenciais.
9 – Análise da repolarização ventricular
Essa avaliação contribui para a estratificação de risco de eventos arrítmicos graves e morte súbita.
Repolarização ventricular normal e variantes são descritas.
10 – O ECG nas canalopatias e demais alterações genéticas
Cardiomiopatia hipertrófica e displasia arritmogênica do ventrículo direito estão entre as doenças cardíacas de origem genética abordadas neste espaço.
11 – Caracterização das alterações eletrocardiográficas em situações clínicas específicas
A apresentação no ECG de doenças sistêmicas, distúrbios metabólicos e decorrentes do uso de fármacos (como a intoxicação digitálica), entre outras condições, é detalhada neste trecho.
12 – O ECG em atletas
Traz recomendações para a interpretação do ECG de atletas, que pode conter anomalias sem qualquer comprometimento à função cardíaca.
Achados eletrocardiográficos normais, alterados e limítrofes são comentados.
13 – O ECG em crianças
O desenvolvimento das crianças pode desencadear alterações anatômicas e fisiológicas específicas, que devem ser consideradas no laudo de ECG pediátrico.
Peculiaridades normais e anormais são tratadas pela diretriz, a exemplo da FC aumentada nos primeiros anos de vida.
14 – O ECG durante estimulação cardíaca artificial
Orienta a interpretação do ECG de portadores de DCEI ou dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, como o cardioversor-desfibrilador implantável (CDI), ressincronizador cardíaco (RC) e marcapasso convencional.
15 – Tele-eletrocardiografia
Menciona a contribuição dos laudos eletrônicos para o diagnóstico de alterações potencialmente fatais, detalhando os requisitos fundamentais na adoção da telecardiologia.
Benefícios da tele-eletrocardiografia segundo a diretriz ECG
Reproduzo aqui a lista de vantagens reconhecidas pela diretriz para ECG da SBC quanto ao laudo digital para o exame.
São elas:
- Diagnóstico eletrocardiográfico rápido, permitindo identificações de casos normais e diferentes do normal
- Atendimento (pré) ao paciente em seu local de origem
- Acesso a especialistas em acidentes e emergências
- Redução do tempo e custo dispendido pelo paciente
- Agilização da triagem por especialistas
- Auxílio e orientação a não especialistas
- Facilita gerenciamento dos recursos de saúde
- Na reabilitação, aumenta a segurança do paciente pós-cirúrgico
- Cooperação e integração de pesquisadores para compartilhamento de registros clínicos
- Acesso a programas educacionais de formação e qualificação
- Segunda opinião.
Escolhendo a central de Telemedicina Morsch como parceira do seu negócio, você aproveita esses e outros benefícios numa plataforma intuitiva e segura.
Conheça as soluções de telecardiologia para sua clínica neste link.
Conclusão
A diretriz ECG tem grande relevância para qualificar a avaliação e os resultados desse exame.
Por isso, vale consultar seus protocolos sempre que necessário.
Além de contar com a comodidade do laudo online para o ECG, emitido em minutos por cardiologistas da Telemedicina Morsch.
Se este artigo foi útil para você, compartilhe!
Assine a newsletter e não perca nenhuma novidade sobre medicina e tecnologia.