Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): o que é, etapas e benefícios

Por Dr. José Aldair Morsch, 25 de outubro de 2024
Sistematização da assistência de enfermagem

Quer entender como funciona a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)? 

Ela oferece suporte a cada etapa do processo de enfermagem a partir de ferramentas empregadas para organizar a rotina assistencial.

Por consequência, permite qualificar os cuidados de enfermagem, o que resulta em maior eficiência e aumento da satisfação do paciente.

Se deseja entender melhor o modelo de cuidado e como funciona a SAE, avance na leitura deste artigo.

Ao final, você ainda vai conferir os benefícios da telemedicina na enfermagem.

O que é Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)?

Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma metodologia que permite a operacionalização do processo de enfermagem.

Para tanto, oferece recursos de organização referentes ao método, pessoal e instrumentos utilizados pelos profissionais de enfermagem na prática da assistência ao paciente.

Nesse cenário, a SAE permite a aplicação de teorias da enfermagem e ações relativas à consulta de enfermagem, bem como das instruções presentes em protocolos e manuais, de forma eficaz.

A SAE ainda possibilita a padronização do processo de enfermagem, conferindo mais equidade à prestação de cuidados ao paciente.

Na sequência, trago detalhes sobre como ela funciona.

Como funciona a Sistematização da Assistência de Enfermagem?

A metodologia funciona a partir de técnicas de gestão, atendimento humanizado e tomada de decisões assistenciais de forma embasada, a fim de otimizar o processo de enfermagem.

Aqui, cabe uma ressalva: embora SAE e Processo de Enfermagem (PE) tenham sido citados como sinônimos nos últimos anos, são conceitos diferentes.

Enquanto o PE é definido como o padrão da prática assistencial, sendo dividido em 5 etapas, a SAE fornece os elementos organizativos para essas etapas.

De qualquer forma, os cuidados devem ser conduzidos pela equipe de enfermagem, nos termos dos Arts. 6º e 7º da Resolução Cofen 736/24, que afirmam:

“Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, no processo de enfermagem cabe-lhe privativamente o Diagnóstico de Enfermagem e a Prescrição de Enfermagem.

“Os Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, participam do Processo de Enfermagem, com Anotações de Enfermagem, bem como na implementação dos cuidados prescritos e sua checagem, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro.”

SAE

Sistematização da Assistência de Enfermagem oferece recursos de organização referentes ao método

5 etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem

Neste espaço, descrevo as fases de aplicação da SAE, que correspondem à estrutura do Processo de Enfermagem, conforme a já citada Resolução Cofen 736/24.

Confira:

1. Avaliação de Enfermagem

Basicamente, a avaliação de enfermagem é formada pela anamnese ou entrevista, que oferece dados subjetivos; e o exame físico, que fornece dados objetivos sobre a saúde do paciente e fatores que interferem em seu bem-estar.

Para tanto, emprega técnicas específicas como escalas de avaliação e protocolos institucionais, junto a informações obtidas em exames de imagem, laboratoriais etc.

2. Diagnóstico de Enfermagem

Consiste no julgamento clínico das informações coletadas previamente, viabilizando a identificação de problemas e vulnerabilidades.

A partir da análise e aplicação do raciocínio crítico, o profissional formula recomendações para melhorar os comportamentos de saúde.

3. Planejamento de Enfermagem

Com o diagnóstico em mãos, o enfermeiro avança para a etapa de planejamento dos cuidados, que exige um plano assistencial personalizado para o paciente.

Essa etapa envolve três premissas essenciais:

  • Priorização de diagnósticos de enfermagem
  • Determinação de resultados (quantitativos e/ou qualitativos) esperados e exequíveis de enfermagem e de saúde
  • Tomada de decisão terapêutica, declarada pela prescrição de enfermagem das intervenções, ações/atividades e protocolos assistenciais.

Então, passamos à Implementação de Enfermagem.

4. Implementação de Enfermagem

Como o nome sugere, é nesta fase que os cuidados são efetivamente prestados, seguindo o plano assistencial criado na etapa anterior.

Vale ressaltar que a implementação de enfermagem deve atender aos padrões de cuidados estabelecidos na legislação:

  • Padrões de cuidados de enfermagem: cuidados autônomos do enfermeiro, prescritos pelo enfermeiro de forma independente e realizados pelo enfermeiro, por técnico de enfermagem ou por auxiliar de enfermagem, observadas as competências técnicas de cada profissional e os preceitos legais da profissão
  • Padrões de cuidados interprofissionais: cuidados colaborativos com as demais profissões de saúde
  • Padrões de cuidados em programas de saúde: cuidados advindos de protocolos assistenciais, tais como prescrição de medicamentos padronizados nos programas de saúde pública ou a solicitação de exames de rotina e complementares.

Por fim, chegamos à Evolução de Enfermagem.

5. Evolução de Enfermagem

Etapa de análise e revisão do PE e da Sistematização da Assistência de Enfermagem, na qual é avaliada a resposta do indivíduo às ações planejadas e implementadas.

Nesse contexto, é possível mensurar resultados, identificando pontos fortes e ações que devem ser corrigidas para alcançar um desfecho mais favorável.

Operacionalização do processo de enfermagem

A SAE permite a aplicação de teorias da enfermagem e ações relativas à consulta de enfermagem

Quais os benefícios da Sistematização da Assistência de Enfermagem?

Aplicar a SAE ao seu Processo de Enfermagem agrega os seguintes benefícios para o paciente, estabelecimento e profissionais de saúde:

  • Processos mais padronizados, permitindo sua mensuração, aperfeiçoamento e melhoria contínua
  • Aprimoramento da experiência do paciente, que conta com uma jornada mais ágil e transparente
  • Mais autonomia para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que reconhecem suas atribuições e papel dentro da SAE
  • Valorização do time de enfermagem e suas competências
  • Aumento da eficiência na gestão em saúde, alocando os recursos de maneira inteligente e aumentando o valor das entregas
  • Melhora na comunicação entre as equipes de saúde, pacientes e acompanhantes, uma vez que o processo ganha clareza.

Esses benefícios são reforçados quando o serviço investe em tecnologia na saúde, contando com inovações como o prontuário eletrônico.

Prático e intuitivo, esse sistema reúne, compila, organiza e armazena os dados do paciente, que podem ser localizados em poucos cliques.

Ao contrário dos documentos em papel, os arquivos digitais não sofrem desgaste pelo tempo, não são perdidos nem extraviados, o que lhes confere maior segurança.

Caso estejam guardados num software de telemedicina em nuvem, eles ainda contam com mecanismos de autenticação e criptografia de ponta a ponta, impedindo o vazamento dos dados.

Sistemas completos como a Telemedicina Morsch também permitem atualizações em tempo real e a integração com outras plataformas para otimizar sua rotina!

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Conclusão

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Veja também mais conteúdos sobre gestão na saúde que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin