Osteopenia: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
A osteopenia é frequentemente confundida com a osteoporose.
Isso acontece porque, nas duas situações, os ossos são os órgãos do corpo afetados, e ambas resultam na diminuição da massa óssea.
Entretanto, osteopenia e osteoporose diferem em definição, sintomas e tratamento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com o chamado T-score, o paciente tem osteopenia quando a densidade dos ossos está entre -1% e -2,5% (artigo em inglês).
Se os valores detectados pelo exame que avalia a densidade óssea for de até -1%, o resultado é considerado dentro dos parâmetros de normalidade, de acordo com a idade.
Neste texto, esclareço o que é osteopenia e quais as diferenças entre essa condição e a osteoporose, além de apresentar soluções em telemedicina que podem ajudar no tratamento.
Acompanhe!
O que é osteopenia?
Osteopenia é a perda gradual de massa óssea.
Não se trata de uma doença, mas sim, de uma condição pré-clínica.
As células do corpo humano estão sempre se renovando, o que inclui os ossos, e a osteopenia acontece quando algo sai errado nesse sistema.
Ao longo dos anos, um osso novo dá lugar ao osso antigo, que, por sua vez, é reabsorvido pelo organismo.
Esse processo ocorre devido à ação de três tipos de células: os osteoblastos (que fazem a reprodução da matriz óssea), os osteócitos (que regulam os minerais no tecido ósseo), e os osteoclastos (responsáveis por absorver a massa envelhecida e substituí-la por matrizes novas).
É por isso que o corpo consegue restaurar os ossos em casos de lesões ou fraturas.
Quando um paciente é acometido pela osteopenia, significa que houve um desequilíbrio nesse processo de renovação.
Isso ocorre quando o corpo não consegue reabsorver o osso antigo, ou quando o osso novo não surge com a rapidez que deveria.
Essa dificuldade, então, gera perda gradual de densidade óssea.
A partir dessa situação, pode surgir um quadro de osteoporose, doença que compromete a resistência óssea.
Qual a diferença entre osteopenia e osteoporose?
Osteopenia e osteoporose são dois quadros que têm a mesma origem, porém, com riscos e possibilidades de tratamento diferentes.
A principal diferença entre elas é que a osteoporose é uma doença degenerativa dos ossos causada principalmente pelo avanço natural da idade.
Ao longo dos anos, a capacidade do organismo de se regenerar e de produzir ossos novos diminui.
Em função disso, os ossos enfraquecem e ficam mais suscetíveis a fraturas.
Já a osteopenia não é considerada uma doença, e sim uma condição pré-clínica na qual o paciente apresenta densidade óssea abaixo do normal.
Outra diferença está nos sintomas.
A osteopenia é silenciosa e não apresenta sinais, a não ser que evolua para uma osteoporose.
Quando isso acontece, aí sim os sintomas costumam ser mais evidentes, embora a osteoporose também possa se desenvolver de forma silenciosa.
Quem tem essa doença pode sentir dores nas costas, ter deformações ósseas e sofrer fraturas com facilidade.
Entretanto, quando há um quadro de osteopenia, é porque a massa óssea já está enfraquecida.
Isso por si só já indica fragilidade nos ossos e, portanto, aumentam as chances de fratura.
Só que o risco se torna ainda maior quando se trata de osteoporose.
Esta, por sua vez, ocorre principalmente nas regiões do fêmur, da coluna e dos pulsos.
É por isso que uma das recomendações médicas nesse caso é tomar cuidado ao se movimentar, pois uma queda pode ser suficiente para ocasionar a ruptura dos ossos.
A partir de qual idade estas condições surgem?
Tanto a osteopenia quanto a osteoporose tendem a aparecer a partir dos 55 anos de idade.
Metade dos casos costumam surgir por volta dessa faixa etária.
Em relação aos dois quadros, embora ambos os sexos possam desenvolver essas condições, existe uma maior predisposição em mulheres, por causa da menopausa.
É que a partir desse período, a produção de estrogênio diminui.
E como esse hormônio facilita a absorção de cálcio, ele ajuda na saúde dos ossos.
Logo, sua ausência aumenta a chance de desenvolver osteopenia e osteoporose.
Em relação ao diagnóstico, as duas situações podem ser identificadas por meio do mesmo exame, a densitometria óssea.
Rápido e indolor, o procedimento utiliza raios X para medir a densidade dos ossos em regiões normalmente afetadas pela perda de massa óssea.
Como parâmetro geral, uma perda óssea inferior a 30% costuma indicar osteopenia.
Se a perda de massa óssea for superior, o caso é considerado como osteoporose.
Outra grande diferença entre osteopenia e osteoporose é que, no primeiro caso, geralmente não é preciso usar medicação.
Via de regra, são recomendadas mudanças de hábitos relacionadas ao estilo de vida.
Tais como a prática de exercícios, expor a pele ao sol diariamente e ingerir alimentos saudáveis e ricos em cálcio e em vitamina D.
Remédios são indicados apenas se o quadro for associado a outros fatores que possam aumentar o risco de fraturas, como baixo peso, genética, tabagismo, alcoolismo e uso frequente de corticoides.
Já o tratamento da osteoporose necessita de medicação, reposição de vitamina D e cálcio.
Também pode ser recomendado a prática de exercícios e fisioterapia.
A osteoporose não tem cura, por isso, o paciente precisa de acompanhamento médico regular, além do trabalho de um fisioterapeuta para fortalecimento muscular e proteção das estruturas ósseas.
E, se necessário, do acompanhamento de um neurologista em função das possíveis dores.
Quais os sintomas da osteopenia?
Por ser absolutamente assintomática, pessoas com osteopenia só apresentam sintomas quando a situação já evoluiu para a osteoporose.
Nesse caso, o primeiro sintoma pode ser a ocorrência de uma fratura.
Por isso, o hábito de fazer exames preventivos e ir ao médico com regularidade, principalmente após os 50 anos, é essencial.
Afinal, só assim é possível ter um diagnóstico precoce, o que pode evitar um quadro mais grave.
Como citei anteriormente, a osteoporose também pode ser silenciosa, mas alguns sinais podem evidenciar a presença da doença.
Tais como perder altura, ter dores nas costas, ter sensibilidade óssea, postura curvada e fraturar ossos com facilidade.
Osteopenia causa dor?
Da mesma forma como não apresenta sintomas, a osteopenia também não causa dores.
Porém, em vez de um benefício, essa informação deve servir como sinal de alerta.
Toda condição silenciosa precisa ser diagnosticada cedo para evitar maior severidade.
Por isso, é importante saber que há fatores de risco para a doença.
A massa óssea é formada enquanto somos jovens e, por volta dos 30 anos de idade, começa a diminuir de forma natural.
Como eu já citei, por causa da menopausa, nas mulheres, essa perda pode ser mais rápida em função da diminuição dos níveis dos hormônios.
Por isso, a menopausa precoce está entre os fatores de risco.
Outros fatores são:
- Idade avançada
- Expor-se pouco ao sol
- Não ingerir alimentos com cálcio e vitamina D
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Peso corporal acima ou abaixo do que é considerado saudável
- Sedentarismo
- Uso prolongado de medicamentos que interferem na formação óssea
- Doenças que impactam na absorção de vitaminas e minerais.
A seguir, explico como se dá o diagnóstico dessa condição.
Como diagnosticar a osteopenia?
A osteopenia é diagnosticada através de um exame chamado densitometria óssea.
Ele detecta a redução da massa óssea com precisão, mesmo que o quadro ainda seja precoce.
O procedimento avalia as regiões comumente atingidas pela osteopenia: coluna lombar e região do fêmur e do rádio.
É um exame rápido, que dura aproximadamente cinco minutos, e com baixa exposição à radiação.
Se a densitometria óssea for feita cedo e o diagnóstico for precoce, há muito mais chances de retardar ou até prevenir uma situação mais grave.
E até mesmo evitar que o quadro evolua para para uma osteoporose.
Durante a densitometria óssea, o paciente fica deitado em uma mesa semelhante à utilizada no raio X.
Nesse momento, o laser pode percorrer o corpo e digitalizar os ossos.
É importante citar que, além de um bom equipamento, também é preciso que o exame seja realizado por um técnico competente.
E que um médico avalie se o exame foi bem feito para que o laudo seja confiável.
Qual o tratamento para osteopenia?
O principal tratamento para osteopenia se faz pela mudança de hábitos de vida.
A primeira recomendação, se for o caso do paciente, é abandonar o tabagismo e o sedentarismo.
Entre as atividades mais recomendadas estão corrida, musculação e dança, sendo sempre essencial o acompanhamento de um profissional da área.
Exercícios na água, como hidroginástica e natação, não ajudam na absorção de cálcio e de vitamina D, por isso não são recomendados para este propósito específico – apesar de serem muito bons para a saúde em geral.
Também é importante corrigir se houver deficiência de vitaminas e minerais.
Normalmente, isso é feito através dos alimentos e do aumento da exposição ao sol.
Em caso de maior risco de fratura, é possível utilizar os mesmos medicamentos indicados para o tratamento da osteoporose.
Quem trata osteopenia?
Como a osteopenia é um quadro relacionado ao metabolismo, há mais de um especialista capaz de investigar, diagnosticar e tratar a situação.
Esse acompanhamento pode ser feito por endocrinologista, reumatologista, ortopedista e, no caso das mulheres, até mesmo pelo ginecologista.
Pois, como citei ao longo do texto, as alterações hormonais da menopausa influenciam na diminuição da massa óssea.
Entretanto, caso o quadro evolua para osteoporose, provavelmente será necessário o acompanhamento de um fisioterapeuta para fortalecimento físico e de um neurologista para tratar possíveis dores.
Osteopenia tem cura?
Reverter um quadro de osteopenia é muito difícil.
Não há cura, mas há como controlar. Por isso, o melhor investimento é na prevenção.
E se o diagnóstico de osteopenia já estiver confirmado, é essencial manter um acompanhamento médico por tempo indeterminado.
Nesse caso, o principal objetivo é evitar fraturas e a osteoporose.
Como prevenir a osteopenia?
A prevenção da osteopenia deve começar ainda na juventude.
A melhor maneira de fazer isso é investir em alimentação, hábitos e estilo de vida saudáveis.
Além disso, ir ao médico com regularidade também é uma forma de prevenção.
É preciso manter uma alimentação com todos os nutrientes, rica em cálcio e em vitamina D.
Expor a pele ao sol, deixando braços e pernas expostos sem protetor solar durante dez a quinze minutos por dia – nos horários recomendados, é claro – é importante.
Além de exercitar-se durante pelo menos 30 minutos por dia.
O ideal é que a regularidade seja de cinco dias por semana.
Esse hábito ajuda o corpo a manter a densidade óssea, a fortalecer a musculatura e a melhorar o equilíbrio em geral.
Até porque isso reduz a chance de o paciente levar um tombo, o que pode ocasionar fraturas.
Também é altamente recomendável não consumir bebidas alcoólicas e cafeína em excesso, além de não fumar.
Telemedicina no diagnóstico e tratamento da osteopenia
Embora já amplamente reconhecida entre profissionais da área, a telemedicina ainda encontra alguma resistência entre os pacientes.
É preciso dizer que esse método é um grande aliado na prevenção e no diagnóstico de doenças.
Não há, em nenhum aspecto, quaisquer prejuízos em optar por uma teleconsulta, desde que a condição do paciente permita esse atendimento a distância.
Em muitas especialidades, a conversa entre médico e paciente já é suficiente para um bom atendimento.
É possível que os médicos executem seu trabalho como se estivessem de fato frente a frente com o paciente, tal como na forma presencial.
Em caso de prevenção ou de diagnóstico da osteopenia, o médico consegue questionar sobre a rotina, solicitar exames ou falar sobre o laudo de um exame já realizado e dar o diagnóstico e tratamento corretos.
Da mesma forma, é possível propor novos hábitos, recomendar novos exames e receitar medicamentos.
Por isso, acredito muito na telemedicina como uma ajuda valiosa para médicos e pacientes.
Principalmente porque economiza tempo, e isso para quem precisa de atendimento médico é primordial.
Conclusão
A osteopenia tem como principal causa o envelhecimento.
A perda de massa óssea é uma consequência da idade em função da alteração no sistema de reconstrução dos ossos.
Claro que os fatores genéticos, hereditários e hábitos de vida influenciam muito, mas investir em um estilo de vida saudável e na prevenção é o melhor caminho.
Principalmente quando falamos sobre a possibilidade de essa condição clínica se transformar em osteoporose.
Nesse caso, o agravamento pode trazer sérias consequências.
Pensando sob esse aspecto, a telemedicina pode ajudar a obter um diagnóstico precoce que possibilite o controle da situação e evite um quadro mais severo.
Por isso, se você tem alguma suspeita, se enquadra em um dos fatores de risco, ou tem mais de 55 anos, marque uma teleconsulta e comece já a prevenção.
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