Diretriz ECG: confira as principais orientações da SBC

Por Dr. José Aldair Morsch, 8 de dezembro de 2022
Diretriz ECG

Você já conhece a revisão mais recente da diretriz ECG?

Esse é um documento publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que se propõe a atualizar padrões de interpretação para o exame.

Ao evidenciar a atividade elétrica do miocárdio, o eletrocardiograma permite uma avaliação ágil para a identificação de situações de risco à vida e suporte ao manejo clínico do paciente com rapidez, evitando desfechos desfavoráveis.

Portanto, é essencial que cardiologistas, médicos que atendem emergências e urgências estejam familiarizados com a diretriz para ECG da SBC.

Preparei um resumo com temas e comentários ao longo deste artigo, incluindo os benefícios da telecardiologia.

O que é diretriz ECG?

Diretriz ECG é um conjunto de protocolos que estabelecem padrões para a interpretação do traçado do eletrocardiograma.

As revisões deste documento são feitas para atualizar a avaliação e os laudos emitidos, adicionando conhecimentos atuais sobre doenças cardiovasculares e sua identificação.

Os assuntos são divididos em 15 partes diferentes – desde tipos de laudos de ECG até características referentes a grupos de pacientes como atletas e crianças.

O que diz a diretriz ECG da SBC sobre a emissão de laudos?

A diretriz descreve boas práticas para a interpretação do eletrocardiograma, mencionando quatro tipos de laudos:

  • Laudo descritivo, contendo a análise completa do ritmo cardíaco
  • Laudo conclusivo, com a síntese dos diagnósticos mencionados na diretriz
  • Laudo automatizado, que deve ser revisado pelo cardiologista
  • Laudo via internet, emitido a distância por especialistas das empresas de telemedicina.

A seguir, comento rapidamente cada trecho da diretriz para ECG.

1 – Normatização para análise e emissão do laudo eletrocardiográfico

É nesta primeira parte que são definidos os tipos de laudo para o ECG, além das três características a se considerar na interpretação do exame.

Particularidades ligadas à idade, biotipo e sexo devem ser avaliadas.

2 – Avaliação da qualidade técnica do traçado

Falta de calibração de eletrocardiógrafos analógicos e troca de eletrodos estão entre os fatores que interferem na qualidade do exame.

Também é preciso identificar tremores musculares, febre e outras condições capazes de gerar artefatos no traçado.

3 – A análise do ritmo cardíaco

Neste trecho, a SBC define o ritmo sinusal e analisa as alterações de ritmo supraventricular.

Arritmia sinusal, fibrilação atrial (FA), flutter atrial e arritmias supraventriculares com complexo QRS alargado, entre outros ritmos anômalos são descritos.

4 – Condução atrioventricular

Aborda características e anomalias que afetam o intervalo P-R, que corresponde à ativação atrial e retardo fisiológico na junção atrioventricular (AV) e/ou sistema His-Purkinje.

Sua duração normal é de 120 a 200 ms, com base numa FC de até 90 bpm.

Atrasos ou bloqueios da condução atrioventricular (AV) e outros mecanismos anormais são analisados.

5 – Análise da ativação ventricular

Discorre sobre o QRS normal e disfunções deste complexo, que podem indicar patologias de maior ou menor gravidade.

Fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular (TV) e ritmo idioventricular acelerado (RIVA) estão entre os fenômenos definidos.

6 – Sobrecargas das câmaras cardíacas

Menciona os diferentes tipos de sobrecarga das câmaras cardíacas, especificando critérios para sua identificação no ECG.

7 – Análise dos bloqueios (retardo, atraso de condução) intraventriculares

Manifestam-se através de mudanças na forma e duração do complexo QRS.

A diretriz ECG comenta o bloqueio do ramo esquerdo (BRE), bloqueio do ramo direito (BRD) e associações entre eles.

8 – Análise do ECG nas coronariopatias

São apresentados critérios diagnósticos da presença de isquemia, lesão e áreas eletricamente inativas (AEI), incluindo características topográficas.

Há também orientações sobre infartos de localização especial e diagnósticos diferenciais.

9 – Análise da repolarização ventricular

Essa avaliação contribui para a estratificação de risco de eventos arrítmicos graves e morte súbita.

Repolarização ventricular normal e variantes são descritas.

10 – O ECG nas canalopatias e demais alterações genéticas

Cardiomiopatia hipertrófica e displasia arritmogênica do ventrículo direito estão entre as doenças cardíacas de origem genética abordadas neste espaço.

11 – Caracterização das alterações eletrocardiográficas em situações clínicas específicas

A apresentação no ECG de doenças sistêmicas, distúrbios metabólicos e decorrentes do uso de fármacos (como a intoxicação digitálica), entre outras condições, é detalhada neste trecho.

Diretriz eletrocardiograma

A diretriz de ECG aborda bloqueio do ramo esquerdo, bloqueio do ramo direito e associações entre eles

12 – O ECG em atletas

Traz recomendações para a interpretação do ECG de atletas, que pode conter anomalias sem qualquer comprometimento à função cardíaca.

Achados eletrocardiográficos normais, alterados e limítrofes são comentados.

13 – O ECG em crianças

O desenvolvimento das crianças pode desencadear alterações anatômicas e fisiológicas específicas, que devem ser consideradas no laudo de ECG pediátrico.

Peculiaridades normais e anormais são tratadas pela diretriz, a exemplo da FC aumentada nos primeiros anos de vida.

14 – O ECG durante estimulação cardíaca artificial

Orienta a interpretação do ECG de portadores de DCEI ou dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, como o cardioversor-desfibrilador implantável (CDI), ressincronizador cardíaco (RC) e marcapasso convencional.

15 – Tele-eletrocardiografia

Menciona a contribuição dos laudos eletrônicos para o diagnóstico de alterações potencialmente fatais, detalhando os requisitos fundamentais na adoção da telecardiologia.

Benefícios da tele-eletrocardiografia segundo a diretriz ECG

Reproduzo aqui a lista de vantagens reconhecidas pela diretriz para ECG da SBC quanto ao laudo digital para o exame.

São elas:

  • Diagnóstico eletrocardiográfico rápido, permitindo identificações de casos normais e diferentes do normal
  • Atendimento (pré) ao paciente em seu local de origem
  • Acesso a especialistas em acidentes e emergências
  • Redução do tempo e custo dispendido pelo paciente
  • Agilização da triagem por especialistas
  • Auxílio e orientação a não especialistas
  • Facilita gerenciamento dos recursos de saúde
  • Na reabilitação, aumenta a segurança do paciente pós-cirúrgico
  • Cooperação e integração de pesquisadores para compartilhamento de registros clínicos
  • Acesso a programas educacionais de formação e qualificação
  • Segunda opinião.

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Conclusão

A diretriz ECG tem grande relevância para qualificar a avaliação e os resultados desse exame.

Por isso, vale consultar seus protocolos sempre que necessário.

Além de contar com a comodidade do laudo online para o ECG, emitido em minutos por cardiologistas da Telemedicina Morsch.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin