Derivações no ECG: entenda o que são, quais são e como interpretar

As derivações no ECG oferecem diferentes pontos de observação da atividade elétrica cardíaca.
Elas permitem avaliar o comportamento de partes distintas do miocárdio a partir da passagem da corrente elétrica, o que é fundamental para interpretar o eletrocardiograma corretamente.
Daí a necessidade de que não apenas cardiologistas, mas médicos generalistas e de outras especialidades médicas entendam o que significam as derivações do exame.
É esse tipo de informação que procura?
Continue a leitura para saber o que elas representam, seu papel na análise do traçado do ECG e como se beneficiar com o laudo de eletrocardiograma a distância.

O que são as derivações no ECG?
Derivações no ECG são registros de um estímulo elétrico a partir de diferentes ângulos ou pontos de vista, obtidas a partir do resultado de um eletrocardiograma.
Cada derivação surge da diferença de potencial elétrico entre dois pontos, que podem ser virtuais ou relativos aos eletrodos.
Assim, viabiliza a observação de uma área do músculo cardíaco.
Portanto, não é recomendado analisar uma derivação de maneira isolada, e, sim, o conjunto das derivações para identificar possíveis alterações no ritmo cardíaco.
Afinal, todas elas representam a passagem de um mesmo impulso elétrico pelo coração, mostrando detalhes sobre um batimento cardíaco.

Quais são as 12 derivações do ECG?
Um eletrocardiograma pode compreender um número distinto de derivações, dependendo do tipo de aparelho de eletrocardiograma utilizado.
O equipamento mais popular possui entrada para 10 eletrodos, sendo empregado no ECG de 12 derivações.
Nesse contexto, há 4 eletrodos periféricos e 6 precordiais, dando origem à divisão mais comum para as derivações.
Entretanto, elas também podem ser classificadas conforme os pontos utilizados para verificar a diferença de potencial elétrico, como explicarei a seguir.

Derivações no ECG são registros de um estímulo elétrico a partir de diferentes ângulos
Derivações periféricas no ECG
São aquelas obtidas a partir dos eletrodos periféricos, colocados nas extremidades dos membros superiores e inferiores conforme as instruções:
- Vermelho (R): no braço direito (Right)
- Amarelo (L): no braço esquerdo (Left)
- Verde (F): na perna esquerda (Foot)
- Preto (N): na perna direita (Neutro).
As derivações periféricas oferecem dados sobre o plano frontal, podendo ser unipolares aumentadas (aVR, aVL e aVF) ou bipolares (D1, D2 e D3).
Derivações precordiais no ECG
São as 6 derivações obtidas por meio dos eletrodos precordiais: V1, V2, V3, V4, V5 e V6.
Todas elas são unipolares e oferecem informações sobre o plano horizontal.
Seu registro parte da colocação dos eletrodos no tórax do paciente, normalmente, nas seguintes posições:
- O primeiro eletrodo torácico (V1), precisa ficar no 4º espaço intercostal, à margem direita do esterno
- O segundo (V2) fica no 4º espaço intercostal, à margem esquerda do esterno
- O terceiro (V3) deve ser inserido no espaço entre V2 e V4
- O quarto (V4) fica no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha abaixo do ponto médio da clavícula (hemiclavicular)
- O quinto eletrodo (V5) deve ser posicionado também no 5° espaço intercostal, nível de V4, mais para a esquerda, na linha axilar anterior
- O último dispositivo (V6) deve ficar no mesmo nível que V4 e V5, pouco mais para a esquerda, na linha axilar média.
Então, passamos às derivações bipolares.

Derivações bipolares no ECG
São as derivações originadas da diferença de potencial elétrico entre dois eletrodos.
Elas compõem o triângulo de Einthoven – criado pelo médico Willem Einthoven, que ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1924 pela descoberta do mecanismo do ECG.
Formado pelas derivações periféricas D1, D2 e D3, o triângulo ilustra a lei de Einthoven, que estabeleceu uma equação de grande importância para a interpretação do exame: D2= D1+D3.
Derivações unipolares no ECG
Por fim, as derivações unipolares surgem da diferença de potencial elétrico entre um eletrodo e um ponto virtual.
Existem 9 delas, sendo 6 precordiais – V1, V2, V3, V4, V5 e V6 – e 3 periféricas, formadas a partir de um eletrodo e um ponto teórico no centro do triângulo de Einthoven.
Derivações unipolares aumentadas no ECG
As derivações periféricas unipolares também são chamadas derivações unipolares aumentadas, pois seus potenciais são amplificados na comparação com os potenciais usados nos primeiros eletrocardiogramas.
São elas: aVR, aVL e aVF.
Seus nomes são compostos por uma letra “a” minúscula, que se refere a “aumentada”, e outras duas letras, sendo um “V”, de vetor, e outra letra referente ao membro analisado (R, L e F, em inglês).
Como interpretar as derivações no ECG?
Naturalmente, cada derivação permite a visualização das áreas mais próximas, incluindo as paredes do ECG.
Assim, sua interpretação deve ser feita considerando seguinte correlação:
- Área anterosseptal: VI,V2, V3, V4
- Área anterolateral: V4, V5, V6, D1 e aVL
- Área lateral alta: D1 e aVL
- Área anterior extensa: VI a V6 em D1 e aVL
- Área inferior: D2, D3 e aVF.
Essa interpretação é facilitada com o laudo digital via telemedicina, como explico a seguir.

A análise do traçado do ECG é uma tarefa complexa, que envolve ondas do eletrocardiograma
Como funciona o laudo eletrônico do ECG?
A análise do traçado do ECG é uma tarefa complexa, que envolve ondas do eletrocardiograma, paredes, derivações, conhecimento sobre o ritmo sinusal e possíveis alterações patológicas.
Nesse cenário, faz sentido que a interpretação do ECG seja restrita a cardiologistas especializados no exame, que reúnem todos esses saberes.
Mas a realização do eletrocardiograma é simples, podendo ser feita por um médico generalista ou técnico de enfermagem treinado.
E a análise dos resultados pode ocorrer por meio de uma plataforma de telemedicina, que conecta a equipe médica local a especialistas online.
Contando com a Telemedicina Morsch, seu time poderá acessar o sistema a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
Uma vez que os gráficos do ECG sejam compartilhados em nosso software em nuvem, um cardiologista logado fará sua avaliação à luz da hipótese diagnóstica e histórico do paciente.
Em seguida, vai elaborar o telelaudo, finalizado com sua assinatura digital.
Essa dinâmica permite a entrega de laudos online em minutos, ao passo que urgências são analisadas em tempo real, por videoconferência.
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Conclusão
Agora que está por dentro das derivações do ECG e suas aplicações, você aprofundou os conhecimentos sobre esse importante exame cardiológico.
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