Pericardite: o que é, sintomas, tipos, causas, diagnóstico e tratamento
Casos de pericardite requerem tratamento rápido para evitar complicações graves.
Isso porque, sem a terapia adequada, podem ocorrer tamponamento cardíaco e insuficiência, colocando a vida do paciente em risco.
Nesse cenário, é muito importante que médicos de todas as especialidades reconheçam os principais sintomas e causas dessa patologia.
É o que permite um diagnóstico precoce.
Avance na leitura para conferir esses e outros detalhes sobre a pericardite, além de como acelerar o diagnóstico com a telemedicina.
O que é pericardite?
Pericardite é um quadro inflamatório do pericárdio, a membrana que reveste o miocárdio (músculo cardíaco).
Essa condição pode alterar a quantidade de líquido pericárdico e a funcionalidade do pericárdio, impactando o desempenho cardíaco.
Vale dar uma olhada também na definição da I Diretriz brasileira de miocardites e pericardites.
Ela diz o seguinte:
“Pericardite é um processo inflamatório do pericárdio que tem múltiplas causas e se apresenta tanto como doença primária quanto secundária. Geralmente benigna e autolimitada, a pericardite pode cursar com derrame ou constrição pericárdica, o que aumenta sua morbidez.”
Qual a diferença entre miocardite e pericardite?
Ambos os termos se referem a inflamações, porém, em locais diferentes.
Para explicar melhor, vamos recordar a anatomia da região, lembrando que a parede cardíaca é composta por pericárdio, miocárdio e endocárdio.
Mencionei, acima, que o pericárdio é a membrana que reveste o órgão, ao passo que o miocárdio corresponde ao músculo cardíaco em si e o endocárdio, a uma camada interna que reveste as cavidades cardíacas.
Ou seja, a pericardite remete à inflamação da camada mais externa, enquanto a miocardite é a inflamação do músculo cardíaco.
Como ambas as áreas estão conectadas, há casos em que o quadro inflamatório se expande de uma para a outra.
E isso dá origem à miopericardite.
Quais os sintomas da pericardite?
O paciente pode sentir dor precordial intensa, que pode irradiar para o ombro esquerdo e pescoço nos casos crônicos.
Esse desconforto pode aumentar quando o doente respira fundo, tosse ou se deita, dependendo do tipo de pericardite.
Outras manifestações clínicas típicas são:
- Febre baixa
- Tosse persistente e seca
- Dispneia (falta de ar)
- Palpitação
- Inchaço nos membros inferiores e abdômen
- Fadiga
- Fraqueza.
A seguir, comento sobre os tipos de pericardite.
Tipos de pericardite
Segundo a já citada diretriz, as pericardites são classificadas conforme a evolução e forma de apresentação clínica.
Assim, há uma divisão em cinco tipos:
Pericardite aguda
É aquela que se manifesta subitamente e desaparece após algumas semanas.
Em alguns casos, pode haver recidivas ou evolução do quadro para pericardite crônica ou recorrente.
Pericardite crônica
Esse tipo de pericardite permanece por longos períodos, ultrapassando os 6 meses consecutivos.
Costuma ter início assintomático, o que atrasa o diagnóstico.
Por vezes, a doença só é detectada por meio do checkup cardiológico ou quando ocorre derrame pericárdico e comprometimento do funcionamento cardíaco devido à fibrose.
Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco
O aumento do líquido contido pelo pericárdio (derrame) pode surgir em casos agudos ou crônicos, e resulta em compressão do músculo cardíaco (tamponamento cardíaco).
Por consequência, diminui a entrada de sangue nos ventrículos, com redução do débito cardíaco e da circulação sanguínea, prejudicando a nutrição e oxigenação das células do organismo.
Pericardite constritiva
Surge a partir de um quadro inflamatório longo e/ou frequente, que desencadeou o enrijecimento do tecido pericárdico, que perde sua flexibilidade devido à formação de cicatrizes (fibrose).
Aqui, os batimentos cardíacos e fluxo sanguíneo também ficam prejudicados.
Pericardite recorrente
O termo descreve quadros agudos que se repetem por períodos prolongados.
Quais as causas da pericardite?
Muitos casos são idiopáticos, sem causa conhecida.
Até porque uma série de condições podem desencadear a inflamação do pericárdio.
Isso inclui:
- Infecções virais, bacterianas, micóticas e parasitárias
- Patologias autoimunes, a exemplo de febre reumática, esclerodermia, Lúpus Eritematoso Sistêmico e artrite reumatoide
- Doenças metabólicas, como a artrite gotosa (gota)
- IAM prévio, com sintomas que podem aparecer 72 horas após o infarto, ou ter início tardio, se manifestando de 30 a 180 dias após o evento
- Trauma aberto ou fechado
- Síndrome pós pericardiotomia (SPP), uma complicação pós-operatória devido a inflamação
- Neoplasias como mesotelioma (tipo de câncer ocupacional), câncer de pulmão e leucemia
- Pós-radioterapia
- Uso de certos medicamentos como procainamida e isoniazida.
A seguir, comento sobre a gravidade da condição.
Pericardite é grave?
Nem sempre.
Existem casos leves e autolimitados, sem recorrência.
Especialmente quando o diagnóstico é precoce, viabilizando o tratamento rápido para prevenir complicações.
Contudo, casos crônicos ou que tenham diagnóstico tardio tendem a se agravar, resultando numa condição grave que requer tratamento contínuo.
Como diagnosticar a pericardite?
O diagnóstico costuma incluir, além do exame clínico, eletrocardiograma, raio X de tórax e/ou ecocardiograma (que mostra sinais de derrame e tamponamento cardíaco).
Atenção aos achados que indicam pericardite aguda no ECG, como explica este estudo:
- Supradesnivelamento difuso do segmento ST: expressa lesão inflamatória subepicárdica do miocárdio adjacente ao pericárdio
- Infradesnivelamento do segmento PR: resulta de lesão inflamatória na parede dos átrios
- Taquicardia sinusal: evidencia comprometimento da região epicárdica do miocárdio, contígua ao pericárdio.
Exame laboratoriais e outros métodos de diagnóstico por imagem podem ser solicitados para aprofundar a investigação.
Tratamentos para pericardite
Geralmente, o tratamento envolve o controle dos sintomas utilizando medicamentos para pericardite, com destaque para anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), colchicina e corticoides.
Se houver uma doença de fundo, ela deve ser controlada para reversão do quadro.
Derrames importantes e tamponamento cardíaco podem ser aliviados por meio da pericardiocentese, que permite a retirada de líquido da membrana.
Vantagens da telemedicina no diagnóstico da pericardite
Ao conectar equipes locais a cardiologistas experientes, a telemedicina confere agilidade à entrega de laudos a distância.
Um exemplo é o laudo do ECG, produzido a partir do compartilhamento dos gráficos do exame na plataforma de Telemedicina Morsch.
Basta que um médico ou técnico de enfermagem faça o exame normalmente e envie os registros via software de telemedicina em nuvem, acessível por qualquer dispositivo com conexão à internet.
Em seguida, um cardiologista especializado na área do exame avalia os achados e elabora o laudo online, assinado digitalmente para garantir a autenticidade.
Dessa forma, os resultados ficam disponíveis em minutos.
Nosso time está sempre a postos para conduzir o telediagnóstico 24 horas por dia, mesmo aos domingos e feriados.
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Conclusão
Gostou de ampliar os saberes sobre a pericardite?
Essa condição requer atenção médica especializada, e pode ter o diagnóstico acelerado através da telecardiologia.
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