Petidina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 14 de junho de 2024
Petidina

Analgésico potente, a petidina só deve ser usada sob supervisão médica.

Esse cuidado ajuda a aproveitar melhor o tratamento, reduzindo o risco de dependência química e outros efeitos colaterais.

Neste artigo, apresento outros cuidados e explico como administrar e solicitar a receita médica online para esse medicamento.

O que é petidina?

Petidina é um remédio analgésico opioide. Ou seja, tem seu princípio ativo derivado do ópio, pertencente à mesma classe de fármacos que a morfina.

Como mencionei na abertura do texto, tem ação eficaz, porém, seu uso seguro requer que paciente e cuidador sigam à risca a prescrição médica.

Para que serve petidina

O medicamento serve para tratar episódios agudos de dor moderada a grave e espasmos (contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular).

Seu efeito sedativo faz dessa uma droga útil também como pré-anestésico.

A petidina tem curta duração e pode apresentar toxicidade quando acumulada no organismo, portanto, não é recomendada para o alívio da dor crônica – aquela que se estende por longos períodos.

Principais indicações

Segundo informa a bula do Dolosal®, marca de referência cadastrada no bulário da Anvisa, o fármaco é indicado em casos de:

  • Dor de infarto agudo do miocárdio (morte de parte do coração por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigênio)
  • Glaucoma agudo (aumento da pressão intraocular)
  • Pós-operatório
  • Dor consequente à neoplasia maligna (câncer)
  • Espasmos da musculatura lisa do trato gastrintestinal, biliar, urogenital e vascular
  • Rigidez e espasmos do orifício interno do colo uterino (do útero) durante trabalho de parto
  • Tetania uterina (transtorno caracterizado por puxões musculares, cãibras e espasmo no útero)
  • Como pré-anestésico ou terapia de apoio ao procedimento anestésico.

Lembrando que a indicação de qualquer remédio é uma decisão médica.

Como tomar cloridrato de petidina

O medicamento está disponível sob a forma de solução injetável 50 mg/mL.

Ele pode ser administrado por via intramuscular (no músculo), via subcutânea (abaixo da pele) ou via intravenosa (diretamente na veia).

Siga rigorosamente a recomendação médica sobre a dose, horários e via de administração indicada para você.

A dose única para pacientes adultos é de 25 a 150 mg por via intramuscular e subcutânea, ou 25 a 100 mg por via intravenosa.

Em emergências, caberá ao médico ou profissional de saúde providenciar o rápido alívio de cólicas agudas ou outra dor grave, administrando 25-50 mg por injeção intravenosa lenta (1 a 2 minutos) – preferencialmente com 10 mL de solução fisiológica ou glicosada 10%.

Alguns casos de dor severa são tratados com a administração de até 50 mg diluídos com glicose ou solução salina por injeção intravenosa e o restante da ampola via intramuscular.

Receita de petidina

Para ter acesso à petidina, você deve apresentar a receita A1.

Esse documento é formado por duas vias diferentes, sendo que a primeira corresponde a uma notificação de receita amarela.

Contendo dados do paciente, médico prescritor e instituição onde ele trabalha, fornecedor e comprador, essa primeira via fica retida na farmácia ou drogaria no momento da compra.

Ela é destinada ao monitoramento por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com a finalidade de coibir o abuso de opioides.

Afinal, a petidina faz parte da lista A1 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, que reúne as substâncias entorpecentes.

Devido a perigos como a dependência química e a tolerância, que faz o usuário buscar por quantidades cada vez maiores da droga para ter o mesmo efeito, esses fármacos obedecem a normas de prescrição muito rígidas.

Além de terem a embalagem marcada com tarja preta.

Junto à notificação de receita, o paciente ou cuidador também recebe uma segunda via, geralmente de cor branca, que serve para conferência da orientação médica sobre doses, horários etc.

Cada receita A1 é válida por 30 dias, restringe a prescrição a um único medicamento e pode liberar remédio suficiente para até um mês de tratamento ou 5 ampolas, em caso de compostos injetáveis.

Dúvidas frequentes sobre petidina

Esclareço algumas questões comuns a respeito da petidina a seguir.

Qual o mais forte: morfina ou petidina?

Embora tenha estrutura semelhante à da morfina, a petidina é menos potente.

Quais os efeitos colaterais da petidina?

Existe o risco das seguintes reações adversas:

  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Bradicardia e taquicardia
  • Rubor, sudorese e prurido
  • Desorientação, confusão, delírio, alucinações
  • Mudanças de humor (euforia, disforia)
  • Agitação
  • Sedação
  • Vertigem (tontura)
  • Tremor
  • Movimento involuntário dos músculos
  • Convulsões
  • Náusea
  • Vômito
  • Constipação
  • Boca seca
  • Retenção urinária
  • Dor no local da injeção
  • Urticária ou rash (erupções cutâneas) após administração intravenosa
  • Necrose muscular e dano no nervo após administração intramuscular.

Em casos raros, o paciente pode sofrer depressão respiratória ou anafilaxia (reação alérgica grave) incluindo choque (colapso circulatório em que existe um fluxo sanguíneo inadequado para os tecidos e células do corpo).

Diante de sintomas intensos, procure ajuda médica.

Quem toma petidina pode beber?

Não se deve ingerir bebida alcoólica durante o tratamento com petidina.

Isso porque tanto o álcool quanto os opioides possuem efeito depressor do sistema nervoso central, que é potencializado quando ambos são usados simultaneamente.

Nesse cenário, aumenta o risco de sedação, depressão respiratória, coma e morte.

Conclusão

Agora que você conhece melhor a petidina, pode utilizar esse fármaco conforme a indicação médica.

Evite a automedicação, que pode piorar seu quadro de saúde e elevar as chances de eventos graves.

Se estiver com dores intensas, consulte um clínico geral ou outro médico para receber a assistência necessária de maneira segura.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin