Via subcutânea: medicamentos, locais e outras recomendações
Insulina, anticoagulantes e hormônios são exemplos de medicações aplicadas por via subcutânea.
Geralmente, ela é utilizada para a liberação contínua de pequenas quantidades dos fármacos, resultando num efeito sistêmico e constante.
No entanto, é preciso treinamento e utilização da técnica correta para conseguir esse impacto de forma segura, minimizando riscos como alterações no padrão de gordura corporal (lipodistrofia).
Saiba mais sobre as peculiaridades da via subcutânea, locais de aplicação, volumes e substâncias compatíveis nas próximas linhas.
Leia até o final para entender como a telemedicina ajuda na escolha da via de administração e em outros cuidados de enfermagem.
O que é via subcutânea?
Via subcutânea é aquela que permite a injeção de um medicamento diretamente no tecido subcutâneo.
Como o nome sugere, esse tecido fica abaixo da camada superficial da pele (a derme) e acima do tecido muscular.
A via subcutânea faz parte do grupo de vias parenterais para a administração de medicamentos – formado pelos fármacos injetados em diferentes tecidos. Os principais meios ejetáveis para cuidados de saúde são classificados em:
- Via Intradérmica (ID): localizada entre derme e epiderme
- Via Subcutânea (SC): camada abaixo da pele
- Via Intramuscular (IM): trecho abaixo do tecido subcutâneo, que tem menor sensibilidade a medicações
- Via intravenosa (IV): injeta fármacos na corrente sanguínea.
A seguir, listo os principais medicamentos administrados por via SC, conforme este manual do Ministério da Saúde sobre terapia subcutânea:
- Heparina
- Insulina
- Clonidina
- Clorpromazina
- Dexametasona
- Brometo de n-butilescopolamina
- Fenobarbital
- Fentanil
- Furosemida
- Haloperidol
- Ketamina
- Metoclopramida
- Metadona
- Midazolam
- Sulfato de morfina
- Prometazina
- Octreotide
- Ondansetrona
- Ranitidina
- Tramadol.
A escolha da via subcutânea gera vantagens e desvantagens, como explico abaixo.
Vantagens e desvantagens da via subcutânea
A vantagem mais evidente dessa via está na absorção lenta, uniforme e contínua dos medicamentos, conforme descreve esta apresentação:
“A extensa rede de capilares possibilita a absorção gradativa do medicamento e garante o perfil farmacocinético”.
Como adiantei na abertura do artigo, essa característica viabiliza um efeito constante das substâncias no organismo.
Outro benefício está na relativa facilidade de aplicação, o que permite a injeção de substâncias por via subcutânea por cuidadores ou mesmo pacientes.
Essa possibilidade simplifica o uso de medicações como a insulina, que necessita ser ministrada com frequência em pessoas diabéticas.
Por fim, a via subcutânea serve ainda como alternativa para pacientes com acesso dificultado à via endovenosa, como idosos e bebês.
Nesses casos, também costuma haver dificuldade para medicar o paciente por via oral, o que reforça a importância da via SC para diversos tratamentos.
Entre as desvantagens, vale citar a necessidade de treinamento e de todos os cuidados para a realização desse procedimento invasivo de maneira segura.
Afinal, é preciso fazer assepsia e utilizar materiais estéreis para evitar contaminações, bem como executar movimentos firmes para diminuir a dor durante a aplicação dos fármacos.
Existe também o risco de sensibilização dos tecidos e lipodistrofia.
Quais os locais de aplicação da via subcutânea?
O rodízio entre os locais de aplicação é fundamental para uma absorção eficaz do fármaco, além de evitar a sensibilização das áreas.
As regiões mais comuns para aplicação subcutânea são:
- Áreas superiores externas dos braços
- Abdome
- Face anterior das coxas
- Região superior do dorso.
Fique atento também aos medicamentos que não devem ser administrados por via subcutânea, como esclareço abaixo.
Quais medicamentos são incompatíveis com a via subcutânea?
Existem fármacos incompatíveis, como os citados neste estudo sobre a via subcutânea para tratamentos paliativos.
Segundo os autores, diazepam, fenitoína e clorpromazina não devem ser ministrados por via SC, devido ao risco de necrose tecidual.
Também estão contraindicados o diclofenaco e eletrólitos não diluídos.
Como administrar medicamentos via subcutânea?
Comece verificando se o fármaco está diluído em água – etapa necessária para a maioria dos medicamentos injetados por via subcutânea.
Há exceções para ketamina, octreotide e ondansetrona, que devem ser diluídos em soro fisiológico a 0,9%.
Veja um exemplo descrito no já citado manual do Ministério da Saúde para administrar fármacos via SC:
Confira os materiais necessários, como solução preparada para ser instalada, equipo com dosador (ml/hora), solução antisséptica, gaze, luva de procedimento, scalps 25, 27, 23 (tipo butterfly), seringas, filme transparente para fixar.
Depois, prossiga para a instalação da hipodermóclise:
- Explique ao paciente sobre o procedimento
- Escolha o local da infusão
- Faça antissepsia e a dobra na pele
- Introduza o scalp num ângulo de 30° a 45° (a agulha deve estar solta no espaço subcutâneo)
- Fixe o scalp com o filme transparente
- Assegure que nenhum vaso sanguíneo tenha sido atingido
- Aplique o medicamento ou conecte o scalp ao equipo da solução
- Coloque data e identificação na fixação, usando um esparadrapo.
Lembrando que esse passo a passo é uma orientação do Ministério da Saúde.
Qual o volume máximo da administração via subcutânea?
É recomendado ministrar um volume máximo de 1,5ml por via subcutânea.
Contudo, é mais comum restringir o volume para até 1,0ml.
Isso garante um tempo de absorção lento, de cinco a 30 minutos.
Telemedicina na escolha da via de administração
A administração por via subcutânea deve ser definida com cautela por um profissional de enfermagem qualificado.
Deve-se considerar a condição clínica do paciente, prescrição médica e substâncias receitadas.
Nesse cenário, o time de enfermagem deve estar atento para prestar assistência com zelo, evitando erros como a superdosagem ou a escolha de medicamentos incompatíveis com a via SC.
Vale, então, contar com informações atualizadas em prontuários digitais, que podem ser vistos em qualquer dispositivo conectado à internet dentro de um sistema de telemedicina em nuvem.
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Conclusão
Ao final deste conteúdo, você está por dentro dos principais fármacos administrados por via subcutânea, dicas e cuidados para esse tipo de assistência.
Se achou as informações úteis, compartilhe com sua rede de contatos!
Continue aprendendo sobre telemedicina na enfermagem e outras áreas da saúde em nosso blog.