Diagnóstico de DPOC na espirometria: melhores práticas

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de julho de 2022
Espirometria DPOC

Identificar a DPOC na espirometria pede conhecimentos sobre valores de referência e cruzamento com sintomas.

Especialmente a dispneia, que sinaliza redução da capacidade pulmonar do paciente.

Nesse contexto, a prova de função pulmonar oferece dados importantes.

É o exame que permite a tomada de decisão correta para cada caso.

Isso sem falar em como oportuniza qualificar o diagnóstico e o tratamento de distúrbios respiratórios.

Nas próximas linhas, discorro sobre a relação entre espirometria e DPOC, informações e valores relevantes para o diagnóstico dessa patologia.

Siga com a leitura e conheça também opções de laudo online usando o sistema de telemedicina.

A DPOC na espirometria

A DPOC pode ser definida como um conjunto de doenças respiratórias de caráter obstrutivo às vias aéreas.

Enfisema pulmonar e bronquite crônica fazem parte desse grupo, caracterizadas por falta de ar, tosse persistente e produção de muco.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DPOC é a quarta maior causa de morte no mundo, com 90% das vítimas em países de renda média e baixa.

A doença é progressiva e não tem cura, contudo, o tratamento adequado pode retardar sua evolução e garantir mais qualidade de vida ao paciente.

Isso porque, em estágios avançados, os sintomas se intensificam aos mínimos esforços físicos, resultando em grande incômodo para o doente.

Isso é sinal de comprometimento da função ventilatória pulmonar – medida pela espirometria.

Conhecido também como teste do sopro e prova de função pulmonar, o exame avalia a saúde dos pulmões, indicando a possibilidade de patologias restritivas e obstrutivas (como a DPOC).

Para isso, o procedimento permite a verificação da quantidade de ar e velocidade com que é inspirado e expirado.

Quando os valores registrados são menores que os considerados normais, é preciso prescrever e iniciar um tratamento.

Como é o diagnóstico da DPOC por espirometria

O diagnóstico da DPOC por espirometria começa com o posicionamento do paciente de forma confortável, evitando esforços.

Ele é orientado a soprar num bocal descartável, ligado ao aparelho de espirometria (espirômetro).

Normalmente, o equipamento é leve e portátil, mas também pode ser mais robusto e ficar apoiado sobre uma mesa.

Na primeira etapa do procedimento, o paciente respira normalmente para registrar os valores iniciais.

Em seguida, precisa aspirar o máximo de ar possível e expirar com força total, o mais rápido que conseguir.

A expiração forçada prossegue por seis segundos, a fim de esvaziar os pulmões por completo.

Esses movimentos dão origem a no mínimo três gráficos, que serão analisados posteriormente pelo pneumologista.

Dependendo da recomendação no pedido médico, a espirometria é encerrada ou estendida com o uso de medicamento broncodilatador.

Nesse caso, a substância é administrada por spray, provocando a expansão dos brônquios – tubos que levam o ar para dentro dos pulmões.

Depois, os mesmos movimentos que descrevi acima são repetidos, permitindo a avaliação da capacidade pulmonar sob efeito do broncodilatador.

Essa fase é fundamental para analisar a intensidade da DPOC e o nível de comprometimento da função pulmonar.

DPOC na espirometria

O espirômetro normalmente é leve e portátil, mas também pode ser mais robusto e ficar apoiado sobre uma mesa

Valores da espirometria para DPOC

Existem diretrizes de suporte ao diagnóstico da DPOC por meio da espirometria.

Uma referência é dada pela Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD), que sugere um critério fixo para definir padrões obstrutivos.

Segundo a entidade, a DPOC pode ser identificada quando houver relação VEF1/CVF pós-broncodilatador < 70%, lembrando que:

  • VEF1 corresponde ao volume expiratório forçado no primeiro segundo
  • CVF é a capacidade vital forçada expiratória.

Entretanto, a relação VEF1/CVF sofre influência de fatores como idade e sexo, o que não é representado com integridade num critério fixo.

Por isso, outras instituições médicas e científicas vêm tomando por base a seguinte regra adaptável para diagnosticar distúrbios respiratórios obstrutivos:

  • VEF1/CVF < Limite Inferior (LI)
  • VEF1 e fluxos geralmente reduzidos.

Diferença entre asma e DPOC na espirometria

Asma é uma doença crônica inflamatória, que apresenta crises diante de alérgenos como poeira, pelos de animais e odores de produtos de limpeza.

Seus sintomas incluem falta de ar, chiado no peito, tosse persistente e dor torácica sentida como um aperto.

Devido a esses sinais e perfil obstrutivo semelhante à DPOC, o diagnóstico diferencial é complexo, exigindo uma investigação detalhada.

Para tanto, vale combinar sintomas clínicos a respostas registradas pelo espirômetro, considerando a tendência de melhora na capacidade respiratória de asmáticos com o uso de broncodilatador.

E relacionar a DPOC à história pregressa ou atual de tabagismo, pois essa é sua principal causa.

Nesse contexto, tomo como base o estudo “Comparação da variação de resposta ao broncodilatador através da espirometria em portadores de asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica”, que afirma:

“É possível diferenciar asma e DPOC pela resposta broncodilatadora na espirometria. Um aumento maior ou igual a 10% do VEF1 em relação ao valor previsto mostrou o melhor poder discriminatório para diferenciar asma de DPOC”.

Interpretação e laudo de espirometria online

Como determina o CFM, apenas pneumologistas qualificados em espirometria podem laudar o exame.

O que não surpreende, dada a complexidade do diagnóstico diferencial entre as patologias respiratórias que podem ser diagnosticadas por meio da prova de função pulmonar.

Contudo, diversas regiões brasileiras sofrem com a falta de especialistas, incluindo aqueles com especialização em Pneumologia.

Nem sempre esses profissionais estão presentes em pequenos municípios e áreas remotas, o que atrasa a avaliação dos resultados da espirometria.

Assim como o diagnóstico de DPOC, asma e outras doenças.

Para esse problema, a tecnologia oferece uma solução simples: o serviço de laudos à distância via telemedicina.

Basta que um técnico de enfermagem devidamente treinado realize a espirometria e, sem seguida, compartilhe os gráficos do exame na plataforma de telemedicina.

Esse sistema fica hospedado na nuvem, protegido por senhas e criptografia.

Então, um pneumologista de plantão analisa os valores e os interpreta sob o prisma das evidências clínicas e histórico do paciente.

Ele produz o laudo online, assinado digitalmente para garantir a autenticidade.

Times de telemedicina bem estruturados, como a equipe Morsch, entregam o laudo online em minutos no sistema.

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Conclusão

Gostou de aprofundar os conhecimentos sobre espirometria e DPOC?

Conte com a Telemedicina Morsch para otimizar a interpretação de exames na sua unidade de saúde, reforçando seu time de especialistas.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin