Diagnóstico de DPOC na espirometria: melhores práticas
Identificar a DPOC na espirometria pede conhecimentos sobre valores de referência e cruzamento com sintomas.
Especialmente a dispneia, que sinaliza redução da capacidade pulmonar do paciente.
Nesse contexto, a prova de função pulmonar oferece dados importantes.
É o exame que permite a tomada de decisão correta para cada caso.
Isso sem falar em como oportuniza qualificar o diagnóstico e o tratamento de distúrbios respiratórios.
Nas próximas linhas, discorro sobre a relação entre espirometria e DPOC, informações e valores relevantes para o diagnóstico dessa patologia.
Siga com a leitura e conheça também opções de laudo online usando o sistema de telemedicina.
A DPOC na espirometria
A DPOC pode ser definida como um conjunto de doenças respiratórias de caráter obstrutivo às vias aéreas.
Enfisema pulmonar e bronquite crônica fazem parte desse grupo, caracterizadas por falta de ar, tosse persistente e produção de muco.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DPOC é a quarta maior causa de morte no mundo, com 90% das vítimas em países de renda média e baixa.
A doença é progressiva e não tem cura, contudo, o tratamento adequado pode retardar sua evolução e garantir mais qualidade de vida ao paciente.
Isso porque, em estágios avançados, os sintomas se intensificam aos mínimos esforços físicos, resultando em grande incômodo para o doente.
Isso é sinal de comprometimento da função ventilatória pulmonar – medida pela espirometria.
Conhecido também como teste do sopro e prova de função pulmonar, o exame avalia a saúde dos pulmões, indicando a possibilidade de patologias restritivas e obstrutivas (como a DPOC).
Para isso, o procedimento permite a verificação da quantidade de ar e velocidade com que é inspirado e expirado.
Quando os valores registrados são menores que os considerados normais, é preciso prescrever e iniciar um tratamento.
Como é o diagnóstico da DPOC por espirometria
O diagnóstico da DPOC por espirometria começa com o posicionamento do paciente de forma confortável, evitando esforços.
Ele é orientado a soprar num bocal descartável, ligado ao aparelho de espirometria (espirômetro).
Normalmente, o equipamento é leve e portátil, mas também pode ser mais robusto e ficar apoiado sobre uma mesa.
Na primeira etapa do procedimento, o paciente respira normalmente para registrar os valores iniciais.
Em seguida, precisa aspirar o máximo de ar possível e expirar com força total, o mais rápido que conseguir.
A expiração forçada prossegue por seis segundos, a fim de esvaziar os pulmões por completo.
Esses movimentos dão origem a no mínimo três gráficos, que serão analisados posteriormente pelo pneumologista.
Dependendo da recomendação no pedido médico, a espirometria é encerrada ou estendida com o uso de medicamento broncodilatador.
Nesse caso, a substância é administrada por spray, provocando a expansão dos brônquios – tubos que levam o ar para dentro dos pulmões.
Depois, os mesmos movimentos que descrevi acima são repetidos, permitindo a avaliação da capacidade pulmonar sob efeito do broncodilatador.
Essa fase é fundamental para analisar a intensidade da DPOC e o nível de comprometimento da função pulmonar.
Valores da espirometria para DPOC
Existem diretrizes de suporte ao diagnóstico da DPOC por meio da espirometria.
Uma referência é dada pela Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD), que sugere um critério fixo para definir padrões obstrutivos.
Segundo a entidade, a DPOC pode ser identificada quando houver relação VEF1/CVF pós-broncodilatador < 70%, lembrando que:
- VEF1 corresponde ao volume expiratório forçado no primeiro segundo
- CVF é a capacidade vital forçada expiratória.
Entretanto, a relação VEF1/CVF sofre influência de fatores como idade e sexo, o que não é representado com integridade num critério fixo.
Por isso, outras instituições médicas e científicas vêm tomando por base a seguinte regra adaptável para diagnosticar distúrbios respiratórios obstrutivos:
- VEF1/CVF < Limite Inferior (LI)
- VEF1 e fluxos geralmente reduzidos.
Diferença entre asma e DPOC na espirometria
Asma é uma doença crônica inflamatória, que apresenta crises diante de alérgenos como poeira, pelos de animais e odores de produtos de limpeza.
Seus sintomas incluem falta de ar, chiado no peito, tosse persistente e dor torácica sentida como um aperto.
Devido a esses sinais e perfil obstrutivo semelhante à DPOC, o diagnóstico diferencial é complexo, exigindo uma investigação detalhada.
Para tanto, vale combinar sintomas clínicos a respostas registradas pelo espirômetro, considerando a tendência de melhora na capacidade respiratória de asmáticos com o uso de broncodilatador.
E relacionar a DPOC à história pregressa ou atual de tabagismo, pois essa é sua principal causa.
Nesse contexto, tomo como base o estudo “Comparação da variação de resposta ao broncodilatador através da espirometria em portadores de asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica”, que afirma:
“É possível diferenciar asma e DPOC pela resposta broncodilatadora na espirometria. Um aumento maior ou igual a 10% do VEF1 em relação ao valor previsto mostrou o melhor poder discriminatório para diferenciar asma de DPOC”.
Interpretação e laudo de espirometria online
Como determina o CFM, apenas pneumologistas qualificados em espirometria podem laudar o exame.
O que não surpreende, dada a complexidade do diagnóstico diferencial entre as patologias respiratórias que podem ser diagnosticadas por meio da prova de função pulmonar.
Contudo, diversas regiões brasileiras sofrem com a falta de especialistas, incluindo aqueles com especialização em Pneumologia.
Nem sempre esses profissionais estão presentes em pequenos municípios e áreas remotas, o que atrasa a avaliação dos resultados da espirometria.
Assim como o diagnóstico de DPOC, asma e outras doenças.
Para esse problema, a tecnologia oferece uma solução simples: o serviço de laudos à distância via telemedicina.
Basta que um técnico de enfermagem devidamente treinado realize a espirometria e, sem seguida, compartilhe os gráficos do exame na plataforma de telemedicina.
Esse sistema fica hospedado na nuvem, protegido por senhas e criptografia.
Então, um pneumologista de plantão analisa os valores e os interpreta sob o prisma das evidências clínicas e histórico do paciente.
Ele produz o laudo online, assinado digitalmente para garantir a autenticidade.
Times de telemedicina bem estruturados, como a equipe Morsch, entregam o laudo online em minutos no sistema.
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Conclusão
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