Qual a saturação normal de oxigênio e o que isso significa
Ter uma saturação normal de oxigênio é um importante indicador de saúde, sinalizando que o sistema respiratório está funcionando bem.
Além disso, sugere que o sangue está recebendo o volume adequado de O2, o que por sua vez revela que o corpo está sendo bem oxigenado.
Em contrapartida, uma saturação em níveis baixos pode representar uma preocupação, uma vez que esse pode ser sintoma de problemas respiratórios.
Você deveria se preocupar com isso?
Na verdade, sim, pois não são poucos os brasileiros que sofrem com algum tipo de problema pulmonar.
Nesse sentido, cito uma pesquisa da Boehringer-Ingelheim, que identificou que 44% da população sofre com algum tipo de sintoma relacionado a doenças que afetam pulmões ou as vias aéreas.
Mesmo assim, a medição da saturação não é um procedimento muito habitual, quando deveria ser.
É justamente por isso que elaborei este conteúdo.
Nele, você vai entender o que é a saturação normal de oxigênio no sangue, como medir, valores de referência e mais.
Acompanhe até o final, tire suas dúvidas e conheça soluções da Morsch para casos como esse.
O que é saturação normal de oxigênio?
Medida em percentuais, a saturação de oxigênio indica o quanto desse composto essencial para a vida circula na corrente sanguínea.
Para isso, o que se busca saber é a relação entre a hemoglobina ligada ao O2 e a hemoglobina “solta”.
Sendo assim, quanto mais perto de 100% estiver essa proporção, mais saudável será o organismo.
Lembrando que um índice de saturação considerado normal está geralmente acima de 95%.
As exceções nesse caso são pessoas portadoras de deficiências respiratórias crônicas, como DPOC ou asma.
Para elas, a saturação pode oscilar em torno de 90%, sendo considerada normal ainda assim.
Já em pessoas saudáveis, a queda da saturação em percentuais abaixo de 90% é um forte indicador de problemas graves, como anemia, pneumonia ou insuficiência cardíaca.
Nesses casos, o melhor a ser feito é levar a pessoa enferma para o hospital, a fim de receber atendimento de urgência, como acontece com asmáticos e portadores de bronquite, por exemplo.
Importância de medir a saturação
É certo que a saturação vem a ser um importante parâmetro para avaliar o estado de saúde geral, em especial do sistema respiratório.
Ela é, assim como a pressão, os batimentos cardíacos e os níveis de açúcar no sangue um importante índice para balizar diagnósticos médicos.
Tanto é que ela é usada para orientar na detecção de uma série de doenças, tais como:
- Asma
- DPOC
- Enfisema
- Embolia
- Fibrose cística
- Insuficiência cardíaca
- Defeitos congênitos no coração
- Anemia.
Sendo fundamental para detectar esses e outros problemas de saúde, a saturação é também usada como instrumento de controle, permitindo saber se um tratamento está sendo ou não bem-sucedido.
Também por essa razão, a medição da saturação vem ganhando destaque recente, já que é uma das formas de diagnosticar e tratar do coronavírus.
Saturação x Covid-19: qual a relação?
Por ser uma doença que afeta o sistema respiratório, a Covid-19 leva a uma diminuição da saturação do oxigênio.
Entre os sintomas dessa enfermidade, destacam-se a sensação de aperto no peito, dificuldade para respirar, tosse intensa e cansaço.
O vírus causador da doença atinge os pulmões, fazendo com que a troca de oxigênio nos alvéolos e brônquios seja prejudicada.
Por isso, em pessoas infectadas com coronavírus é considerada normal uma saturação na faixa de 90% a 95%, descontadas possíveis comorbidades.
Abaixo disso, o quadro passa a ser considerado mais grave, demandando cuidados intensivos, como o uso de oxigênio suplementar em leito hospitalar.
Caso o índice esteja abaixo de 80%, a pessoa precisa ser internada com urgência, a fim de receber cuidados médicos em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).
Cabe ressaltar que os sintomas do coronavírus são, em alguns casos, muito parecidos com os da gripe.
Portanto, a melhor forma de diagnosticá-la é por meio da consulta e anamnese.
Há diferentes níveis de saturação normal por idade?
Talvez por ser um parâmetro relativamente desconhecido para a população, existe a crença de que a saturação de oxigênio pode variar conforme a idade.
Uma possível explicação para isso é a prevalência de doenças como a pneumonia e DPOC em pessoas idosas, que também são as mais vulneráveis ao coronavírus.
De qualquer forma, não existe uma correlação isolada entre idade e nível de saturação de oxigênio no sangue.
Em outras palavras: a idade até tem um peso, mas não deve jamais ser tomada como um critério isolado.
O que existe na verdade é uma variação, que pode ser considerada normal ou não, dependendo do histórico do paciente, do seu estado de saúde e de outros parâmetros.
Como vimos, para pessoas que sofrem de problemas respiratórios, uma saturação em torno dos 90% é aceitável, enquanto para alguém saudável esse é um índice preocupante.
Qual a saturação normal?
A variação da saturação é avaliada ponderando uma série de parâmetros clínicos e a faixa etária de cada pessoa.
Para isso, os médicos utilizam uma tabela, na qual esses dados podem ser cruzados.
Assim, é possível compreender se a situação de um paciente está dentro de um espectro saudável.
Os dados abaixo constam neste documento sobre classificação de sinais vitais da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP):
SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO (Porcentagem) | |||
Verde | Amarelo | Vermelho | |
Saturação | ≥ 96 | 90 – 95 | ≤ 90 |
Como comentei antes, esses são valores definidos para pessoas saudáveis, sem doença conhecida.
É importante levar esse dado em consideração.
Isso vale para o paciente, na hora de buscar atendimento médico. E também para o profissional de saúde, no momento em que oferece assistência.
Na sequência, vou falar sobre o que se deve fazer quando a saturação normal não é identificada na medição.
Ouça este conteúdo no formato de podcast Morsch.
O que fazer quando a saturação não está normal?
Quando se fala em saturação normal, é preciso levar em conta a função dos nossos pulmões.
É a partir deles que recebemos o oxigênio que entra pelas vias respiratórias, levando-o à corrente sanguínea para que possa alimentar o restante do organismo.
Sendo assim, tudo que concorra para prejudicar essa tarefa pode levar a níveis críticos de saturação.
Uma pessoa em um quadro de hipoxemia, como é chamada a baixa concentração de O2, precisa ser encaminhada a um pronto-socorro para receber atendimento de urgência.
Existem casos em que esse atendimento deve até ser previsto, considerando o risco iminente de problemas em função dos baixos níveis de oxigênio.
É o caso das pessoas que visitam locais em altitudes muito elevadas.
Nesse caso, é preciso ficar atento, porque há um risco aumentado de ocorrência de hipoxemia.
Como já falei ao longo do texto, também portadores de DPOC, asma, pneumonia e bronquite, além do coronavírus, devem receber atenção especial das equipes de saúde.
Há, ainda, os casos em que a baixa saturação decorre da anemia, ou seja, da falta de ferro e outros nutrientes no sangue.
Ela também pode ser resultado de algum problema do sistema circulatório.
E não para por aí.
A falta de oxigenação pode ser causada por intoxicação por compostos como álcool, cianeto e substâncias psicoativas.
Isso sem contar a chamada hipóxia neonatal, um grave problema que pode afetar o bebê antes, durante ou após o parto.
Ou seja, o que não faltam são possíveis causas para uma saturação abaixo do normal – e todas elas precisam ser investigadas.
Esse é um diagnóstico que começa na medição dos parâmetros.
Como medir a saturação normal
Se você não abre mão de um diagnóstico profissional (o que é sempre recomendado), então, a melhor escolha é marcar uma consulta presencial com um médico de sua preferência.
Nesse caso, estamos falando de um clínico geral ou mesmo de um pneumologista, que é o popularmente conhecido médico de pulmão.
Dependendo do caso, pode ser que o especialista indique a realização de uma gasometria arterial.
Nesse exame, é coletada uma amostra do sangue do paciente, que em seguida é submetida a testes de laboratório para aferir a concentração de oxigênio.
Ela pode ser indicada quando o médico suspeita de alguma doença mais grave ou simplesmente quer ter mais um dado a considerar antes de dar um diagnóstico.
No entanto, o exame mais comumente prescrito é o que se faz com o oxímetro de dedo.
Sendo um procedimento não invasivo, ele é mais rápido que a gasometria arterial, podendo até ser realizado em casa pelo próprio paciente.
Isso porque o oxímetro detecta a saturação por um sensor de luz que consegue medir os níveis de oxigênio pela circulação que passa pelo dedo.
Tudo que a pessoa precisa fazer é posicionar o aparelho em um dedo qualquer e seguir as instruções conforme o fabricante do aparelho determinar.
Qual médico cuida da saturação de oxigênio?
Com tudo que vimos até aqui, você poderia responder sem medo de errar: o médico que cuida do assunto é o pneumologista.
Certo? Nem sempre.
A saturação de oxigênio está ligada a diversos parâmetros de saúde e, por isso, nem sempre ela tem relação com problemas respiratórios.
Por essa razão, a assistência à saúde pode começar com um clínico geral, que é um profissional habilitado a fazer o controle desse indicador em pessoas saudáveis.
Em casos de urgência, em que a pessoa esteja sofrendo uma crise de asma, bronquite ou de pneumonia, a única solução é buscar socorro em uma emergência hospitalar.
O mais importante é manter um monitoramento da saturação periódico que, como vimos, pode ser feito em casa com um oxímetro de dedo.
Já para pacientes com problemas no sistema respiratório, aí sim, o especialista mais indicado é o médico pneumologista.
No entanto, dependendo do caso, ele pode ser auxiliado por outros profissionais, como o angiologista, por exemplo.
Isso porque, como vimos, a baixa concentração de oxigênio nem sempre tem relação com distúrbios e infecções respiratórias.
Cabe ressaltar que, como o coronavírus tem sintomas bastante parecidos com os da gripe, é grande o risco de o paciente recorrer à automedicação.
Esse é um comportamento de risco que deve ser evitado, principalmente quando os sintomas se assemelham ao de uma gripe mais forte.
Nesses e em outros casos, somente o médico é capaz de dar um diagnóstico preciso e, assim, prescrever o tratamento adequado e com a medicação certa.
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Conclusão
Medir a saturação de oxigênio deveria ser algo tão rotineiro quanto aferir a pressão arterial.
Como vimos, esse é um parâmetro de certa forma subestimado, quando na verdade ele é fundamental para uma avaliação completa do estado de saúde de uma pessoa.
Uma das possíveis razões que podem justificar a falta de atenção à saturação é que ela deve ser avaliada considerando outros parâmetros como pressão arterial, temperatura e glicemia capilar.
Talvez por isso nem todos se prontifiquem a medir regularmente os níveis de saturação no sangue, já que demandaria uma bateria de exames complementares.
Além disso, nem sempre a baixa saturação leva à hipoxemia e seus efeitos mais graves, como acontece com pessoas acometidas de hipóxia, mas que não sentem falta de ar.
Esse é um dos dificultadores no diagnóstico do coronavírus, que pode avançar silenciosamente, levando a um quadro mais grave.
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