Mamografia com contraste: o que é e como é feito o exame

A mamografia com contraste foi criada para aumentar a sensibilidade e especificidade da radiografia mamária.

Isso porque o contraste evidencia áreas hipervascularizadas, como os tumores, mesmo nas mamas mais densas.

Isso torna esse exame valioso na detecção do câncer de mama.

E também para outras doenças que acometem essa área do corpo.

No entanto, o alto custo e risco de uso do contraste iodado restringem a solicitação desse tipo de mamografia, que deve ser indicado após avaliação médica criteriosa.

Neste conteúdo, explico melhor como é feita a mamografia contrastada, quais doenças é capaz de detectar e como interpretar deste procedimento.

Tanto a radiografia mamária quanto outros exames radiológicos podem se beneficiar da avaliação e laudos online, através de um sistema de telemedicina.

O que é mamografia com contraste?

Mamografia com contraste (MCC) é um exame que emprega radiação associada a um composto iodado para obter uma fotografia interna das mamas.

Trata-se de uma radiografia moderna, que revela detalhes do tecido mamário de forma não invasiva, rápida e com pouco incômodo para a paciente.

Falo do desconforto decorrente da compressão dos seios, que serve para dar clareza às imagens e mostrar uma área maior de tecido.

Na opção contrastada, o exame é capaz de gerar imagens ainda mais nítidas, chegando a fornecer registros semelhantes aos de uma ressonância magnética.

Isso agrega um salto na qualidade das imagens em relação à mamografia sem contraste.

O que muda na mamografia com contraste?

À primeira vista, parece que o uso de contraste é a única diferença entre a mamografia contrastada e a convencional, mas não é só isso.

Existem atualizações na tecnologia contida pelo mamógrafo usado na versão com contraste, como a adição de filtro de cobre.

Segundo artigo assinado pelo ginecologista Hélio Sebastião Amâncio de Camargo Júnior, as vantagens da mamografia com contraste incluem:

“Sensibilidade e especificidade melhores que a mamografia digital convencional. Muito melhores. Além disso, tem a simplicidade da mamografia. A interpretação dos achados não é afetada pela densidade da mama e as lesões são mais facilmente discriminadas que à mamografia convencional. A MCC é menos dependente do operador, com curva de aprendizado mais curta e resultados mais facilmente reprodutíveis”.

Já as desvantagens englobam alto custo e possíveis reações alérgicas ao iodo – meio de contraste utilizado no exame.

Na maioria das vezes, as reações adversas ao contraste iodado se resumem a calor, gosto metálico e náuseas enquanto o composto é administrado.

No entanto, essa substância pode desencadear reações mais graves.

Entre elas, convulsões, arritmia e até parada cardiorrespiratória.

Como é feita a mamografia com contraste?

A realização da MCC é parecida com o exame convencional, com o acréscimo da administração de contraste por via intravenosa.

No dia marcado, a paciente comparece ao serviço de saúde usando roupas confortáveis, de preferência em duas peças para facilitar a exposição dos seios.

Depois de orientar a paciente sobre o procedimento, um profissional de enfermagem faz a punção para injetar o contraste.

Depois, um médico ou técnico em radiologia habilitado posiciona a paciente em frente ao mamógrafo, conforme a necessidade para gerar imagens em diferentes incidências (craniocaudal, médio-lateral oblíqua etc.).

Em seguida, o equipamento de mamografia é ligado, emitindo feixes de raio X que atravessam o tecido mamário.

Partes moles captam menos radiação, deixando mais raios passarem, enquanto partes duras captam mais radiação.

Após ultrapassar o tecido mamário, os raios X não absorvidos se chocam contra a chapa inserida na bandeja do mamógrafo, formando as imagens.

Nos registros, áreas de maior densidade aparecem mais claras, e as menos densas, mais escuras.

Estruturas com muitos vasos sanguíneos são evidenciadas pelo contraste.

O que a mamografia com contraste pode diagnosticar?

Geralmente, a mamografia contrastada é indicada para estadiamento do câncer de mama, esclarecimento de dúvidas deixadas pelo exame convencional ou para mulheres com mamas radiologicamente densas.

Neste último caso, a maior presença de tecido fibroglandular aumenta o risco para câncer de mama e diminui a sensibilidade do exame convencional.

Contudo, a MCC é capaz de detectar uma série de condições. Por exemplo:

• Nódulos
• Cistos de mama
• Fibroadenoma
• Tumores
• Papiloma
• Lipoma
• Hamartoma
• Adenoma
• Microcalcificações
• Linfonodos intramamários
• Coleções líquidas pós-cirúrgicas
• Cicatriz pós-cirúrgica.

A seguir, trago mais informações sobre a interpretação do exame.

Como interpretar o resultado da mamografia com contraste?

A interpretação da mamografia com contraste é reservada a radiologistas especializados na área desse exame.

Esses médicos avaliam as imagens em busca de achados suspeitos de lesões no tecido mamário.

Caso sejam identificados, cabe ao especialista obter detalhes para enquadramento em uma das sete categorias da classificação BI-RADS:

• BI-RADS 0: exame inconclusivo
• BI-RADS 1: mamografia normal, sem achados suspeitos
• BI-RADS 2: achado tipicamente benigno
• BI-RADS 3: achado provavelmente benigno (98% ou mais chances de ser benigno)
• BI-RADS 4: achado suspeito de malignidade, com risco entre 2% e 95%
• BI-RADS 5: achado altamente sugestivo de malignidade, com risco maior que 95%
• BI-RADS 6: tumor maligno confirmado por biópsia (câncer de mama).

Como mencionei, somente radiologistas especializados estão aptos a classificar o resultado do exame.

Vantagens do laudo eletrônico da mamografia com contraste

Empresas de telemedicina disponibilizam a interpretação e laudo a distância para a mamografia com contraste, além de outros exames radiológicos.

Essa alternativa oferece diversos benefícios, a exemplo de:

• Maior agilidade na entrega dos laudos, liberados em minutos na plataforma Morsch
• Cobertura da demanda pela interpretação da mamografia em locais remotos, clínicas e hospitais que não contam com radiologistas em seu quadro de funcionários
• Redução da carga de trabalho dos médicos especialistas in loco
• Economia de tempo e dinheiro que seriam gastos no deslocamento de pacientes, médicos e outros profissionais de saúde
• Ampliação da quantidade e portfólio de exames realizados, sem exigir grandes investimentos
• Envio do laudo médico ao paciente com comodidade, via e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens
• Armazenamento do arquivo na nuvem, um local da internet protegido por senhas e criptografia.

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Conclusão

Ao final deste texto, espero ter deixado claras as diferenças entre mamografia com contraste e convencional.

Embora ainda custe caro, o exame contrastado deverá se popularizar nos próximos anos, qualificando o diagnóstico de doenças como o câncer de mama.

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