Lisdexanfetamina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 12 de abril de 2024
Lisdexanfetamina

A lisdexanfetamina tem efeito estimulante para o sistema nervoso central.

Essa substância está disponível em medicamentos sob a forma de cápsulas gelatinosas duras de 30 mg, 50 mg e 70 mg.

Seu uso seguro exige que a prescrição médica seja seguida à risca, a fim de evitar a dependência física e psíquica, assim como outros efeitos adversos graves.

Neste texto, apresento as indicações, como tomar e quais as regras de prescrição desse remédio.

Trago também um passo a passo para solicitar a receita médica online.

O que é lisdexanfetamina?

Lisdexanfetamina é um fármaco estimulante que pertence ao grupo das anfetaminas.

Deve ser usada com cautela, sempre sob indicação médica para diminuir as chances de efeitos colaterais.

Jamais altere a dose ou pare o tratamento por conta própria, pois você pode sofrer com crises de abstinência, incluindo sintomas como fadiga e depressão.

Para que serve lisdexanfetamina

O medicamento serve para aumentar a concentração e atenção.

Uma vez tomado por via oral, seu princípio ativo é absorvido no estômago e intestino, e posteriormente distribuído para as células sanguíneas.

A lisdexanfetamina acelera o funcionamento do sistema nervoso central, o que promove seu efeito estimulante e redução de sintomas como hiperatividade e impulsividade.

Principais indicações

Segundo informa a bula do Vensanse® (fármaco de referência), a lisdexanfetamina é indicada para tratar casos de:

Vale ressaltar que o fármaco deve ser utilizado como parte da estratégia terapêutica, junto a outras medidas como o aconselhamento e a psicoterapia.

Como tomar lisdexanfetamina

O remédio está disponível em cápsulas gelatinosas duras de 30 mg, 50 mg e 70 mg.

É necessário que elas sejam administradas conforme orientação médica.

Tome o fármaco por via oral, com a ajuda de um copo d’água, com ou sem alimentos.

Para facilitar a ingestão por crianças e outros pacientes, as cápsulas podem ser abertas e ter o conteúdo em pó dissolvido num líquido ou alimento pastoso, a exemplo do iogurte.

Nesse caso, misture o conteúdo até que todo o pó seja dissolvido, usando uma colher para quebrar partes compactadas.

Confira a dose indicada na bula do remédio a seguir – se tiver dúvidas, consulte o médico e o farmacêutico.

  • TDAH e TCA: a dose inicial e recomendada é de 30 mg uma vez por dia, pela manhã. A dose pode ser aumentada até o máximo recomendado de 70 mg uma vez por dia pela manhã.

Caso seja necessário o uso contínuo, o médico fará interrupções no tratamento, a fim de verificar se o remédio continua produzindo o efeito desejado.

Receita de lisdexanfetamina

A receita C3 é o documento que dá acesso à lisdexanfetamina.

Emitido em duas vias diferentes, a prescrição tem a segunda via destinada à orientação de pacientes e cuidadores.

Enquanto a primeira via fica retida na farmácia ou drogaria no momento da venda, permitindo o rastreamento de dados do médico prescritor, paciente, fornecedor, comprador e até do estabelecimento de saúde onde foi feita a prescrição.

Trata-se, na verdade, de uma notificação de receita amarela, que atende às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) relativas aos remédios controlados que fazem parte da lista A3 da Portaria SVS/MS nº 344/1998.

Essas regras rígidas servem para coibir o abuso de anfetaminas e outros psicotrópicos tarja preta, que apresentam risco de dependência.

Nesse contexto, o paciente pode experimentar sintomas de abstinência quando para de ingerir a substância.

Outro problema é a tolerância, que faz o organismo se habituar à presença da lisdexanfetamina, pedindo por doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito inicial.

Por consequência, aumentam as chances de eventos graves e fatais devido à overdose ou superdosagem.

A receita de lisdexanfetamina tem validade de 30 dias e pode disponibilizar fármaco suficiente para até um mês de tratamento.

Dúvidas frequentes sobre lisdexanfetamina

Respondo a seguir perguntas comuns a respeito do uso de lisdexanfetamina.

Siga acompanhando.

Como a lisdexanfetamina age no cérebro?

O medicamento atua aumentando a oferta de dopamina e noradrenalina, a partir do estímulo a sua produção e bloqueio da recaptação da dopamina.

Vem daí o aumento do foco e concentração dos pacientes.

Quais os efeitos colaterais da lisdexanfetamina a longo prazo?

As reações adversas da lisdexanfetamina podem ser observadas mesmo durante o uso por períodos curtos, porém, tendem a se elevar no longo prazo.

Os problemas mais comuns são:

  • Redução do apetite
  • Insônia e outros problemas para dormir
  • Dor de cabeça
  • Perda de peso
  • Boca seca
  • Agitação
  • Dor abdominal superior
  • Tique
  • Labilidade emocional (variação de humor)
  • Aumento da atividade psicológica e motora
  • Agressividade
  • Tontura
  • Depressão
  • Irritabilidade
  • Inquietação
  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia
  • Erupção da pele
  • Febre
  • Transpiração excessiva
  • Dispneia (falta de ar)
  • Tremor
  • Ansiedade
  • Nervosismo
  • Bruxismo (ranger de dentes)
  • Sonolência
  • Constipação
  • Fadiga
  • Batimentos cardíacos acelerados ou descompassados (arritmias)
  • Palpitações
  • Pressão alta
  • Dificuldade de ter ou manter uma ereção ou alterações do impulso sexual (libido).

Informe ao seu médico reações percebidas no uso do remédio.

Quem não pode tomar lisdexanfetamina?

O fármaco é contraindicado para indivíduos com:

  • Menos de 6 anos ou mais de 55 anos
  • Doenças cardiovasculares
  • Endurecimento das artérias (aterosclerose)
  • Pressão alta moderada a grave
  • Hipertireoidismo
  • Glaucoma
  • Muita ansiedade, tensão ou agitação
  • História de abuso de drogas
  • Pessoas que tomam ou tomaram nos últimos 14 dias um medicamento antidepressivo inibidor da monoaminaoxidase ou IMAO
  • Sensibilidade, alergia ou reação a outros medicamentos estimulantes.

Converse com seu médico sobre possíveis restrições.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a lisdexanfetamina?

Lembre-se de seguir sempre o que o médico recomendou, evitando a automedicação, pois essa prática coloca a saúde em perigo.

Se estiver com sintomas de TDAH e outros transtornos neurológicos, fale com o neurologista ou pediatra para receber o diagnóstico correto.

Optando pela consulta online, você economiza tempo e dinheiro que seriam gastos com deslocamentos, recebendo assistência de qualidade sem sair de casa.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin