Cansaço: causas, sintomas e doenças relacionadas

Por Dr. José Aldair Morsch, 20 de janeiro de 2022
Cansaço

O cansaço tem atrapalhado a sua rotina?

Ele costuma ser consequência da realização de atividades intensas, tanto físicas quanto intelectuais.

No entanto, embora seja natural, não é necessariamente inofensivo.

Aliás, parece que as pessoas nunca estiveram tão cansadas, como sugere esta matéria publicada na revista Veja.

Se há mesmo uma “epidemia” de cansaço, não posso afirmar.

O que se pode dizer é que, quando o cansaço permanece ainda que não haja esforço, é preciso ligar o sinal de alerta.

É sobre isso que falo neste conteúdo.

Esclareço, a partir de agora, o que fazer quando o cansaço aparece, quais suas causas, formas de manifestação mais comuns e que doenças ele pode sinalizar.

Você pode receber atendimento médico online para a avaliação desses e outros sintomas com agilidade.

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O que é cansaço?

Cansaço é a sensação de esgotamento físico ou mental que surge após esforço prolongado, sono inadequado ou estresse emocional.

Trata-se de um sintoma comum, e não de uma doença em si, embora possa estar relacionado a condições como anemia, depressão, apneia do sono, infecções e distúrbios hormonais.

Quando persistente, o cansaço interfere nas atividades diárias e exige investigação médica.

Identificar a causa é essencial para que o tratamento seja eficaz, seja com mudanças no estilo de vida, terapias ou medicamentos.

Falo mais sobre o que pode provocar cansaço na sequência.

É normal sentir cansaço?

Sim, é totalmente normal sentir cansaço. 

Essa é uma reação bem-vinda em certos casos, pois sinaliza que é hora de parar o que se está fazendo.

Nesse cenário, o cansaço nem sempre é um problema a ser combatido.

Contudo, ele pode manifestar uma condição patológica quando não tem motivo aparente ou permanece mesmo depois de uma noite de sono.

Nessas situações, o cansaço pode ser um sintoma de uma doença ou indício de que algo vai mal com o corpo.

Quando o cansaço excessivo liga o alerta?

Todo cansaço injustificado é um sinal de alerta.

Ele pode ser um sintoma de patologias, deficiências hormonais ou distúrbios comportamentais, como explicarei mais à frente.

As causas para a falta de energia são bastante heterogêneas, o que pode demandar avaliação médica para um diagnóstico adequado.

Só um profissional capacitado (às vezes mais de um) é capaz de dizer se a fonte de um cansaço permanente é física, mental ou uma mescla de ambas.

Esse é o caminho mais seguro para encontrar o tratamento certo e acelerar a volta a uma vida com qualidade.

Além disso, evita a sempre perigosa automedicação ou o uso indiscriminado (e às vezes, sem efeito) de suplementos vitamínicos ou alimentares.

Cansaço excessivo

O cansaço pode surgir sem um motivo aparente, tendo manifestações físicas, emocionais ou ambas

Cansaço e falta de ar é grave?

Quando é manifestação de alguma doença, o cansaço normalmente vem acompanhado de outros sintomas físicos.

Um dos mais recorrentes é a falta de ar, que pode ser uma das indutoras do cansaço crônico.

Por sua vez, ela é também um sintoma de doenças respiratórias ou que prejudicam a oferta de oxigênio para as células do corpo.

Logo, é comum que, ao sentir falta de ar, a pessoa também sinta cansaço.

Nesse caso, é preciso procurar ajuda médica para prevenir complicações de saúde.

Tipos de cansaço e seus sintomas

Enquanto reação fisiológica, o cansaço pode ter suas origens facilmente identificadas.

Quando praticamos esporte, por exemplo, ficamos cansados porque exigimos do nosso corpo uma performance que vai além do usual.

Por outro lado, o cansaço que se segue depois de muito tempo estudando é diferente, embora provoque a mesma sensação de esgotamento.

Tem ainda o cansaço permanente, que dificulta a identificação da origem. 

O mais importante é que, quanto mais “misteriosa” for a causa, mais preocupante tende a ser o cansaço.

Conheça, a seguir, as três causas mais comuns associadas ao cansaço e de que forma ele pode se manifestar em cada uma delas.

Cansaço mental

A sensação de cansaço mental é bastante comum entre pessoas que exercem profissões ou atividades que envolvam um esforço cognitivo intenso e constante.

Embora também leve ao esgotamento físico, ele se caracteriza por alguns sinais específicos, como dor de cabeça, sensação de peso na nuca ou uma dor aguda na testa.

Também pode levar a uma sensação de entorpecimento ou de sonolência, dependendo da intensidade do esforço a que a pessoa tenha se submetido.

O cansaço mental também pode ser uma consequência de tensões emocionais ou de eventos traumáticos que levem a um estado de estresse e ansiedade.

Cansaço físico

Por sua vez, o cansaço físico se caracteriza pelo esgotamento das capacidades físicas, utilizadas para realizar tarefas como erguer peso, andar, correr ou saltar.

É mais comum entre praticantes de esportes ou entre pessoas que exercem profissões sujeitas a trabalhos intensos, como estivadores e operários da construção civil.

Também pode ser acompanhado do cansaço mental, embora não provoque as mesmas sensações.

Situações de grande estresse também podem levar ao cansaço físico, conforme a intensidade.

Esse tipo de estafa ainda pode ser específica, variando de acordo com o tipo de esforço realizado. 

Ciclistas, por exemplo, sentem um cansaço mais intenso nas pernas, diferentemente de um atleta de levantamento de peso, cujo cansaço se concentra nos braços e ombros.

Cansaço respiratório

Problemas respiratórios levam à falta de ar e, consequentemente, a um forte cansaço por causa do suprimento insuficiente de oxigênio no organismo.

É uma reação frequente em pessoas com crise de asma ou bronquite, além das que sofrem de pneumonia e coronavírus.

Todas essas doenças podem ser desencadeadas por agentes como vírus, bactérias ou até substâncias químicas, levando a uma redução da capacidade respiratória.

Seja qual for o caso, o cansaço respiratório é sempre patológico, ou seja, ele jamais pode ser considerado uma reação natural, como a fadiga física e mental por esforço.

Portanto, deve ter sua causa diagnosticada por um médico, a fim de encontrar o tratamento adequado.

O que pode causar cansaço?

Mencionei, acima, que o cansaço pode ser natural ou patológico.

Entre as causas naturais mais frequentes, destaco a prática desportiva e o trabalho que exige esforço físico.

Também é bastante comum que a estafa decorra de intenso esforço mental, sendo mais frequente entre estudantes ou pessoas que exercem atividades intelectuais.

Em uma terceira hipótese, a exaustão pode ter como origem doenças que afetam o sistema respiratório ou a capacidade dos pulmões em transferir oxigênio para o sangue.

A seguir, falo sobre esses e outros tipos de patologias capazes de desencadear um cansaço extremo, também chamado de fadiga.

Doenças que causam cansaço

Além das patologias respiratórias, existem outras doenças que levam à sensação de esgotamento.

Ou seja, mesmo que não afetem os pulmões ou as vias aéreas.

Algumas delas são de ordem emocional e cognitiva, mas também podem ter raiz em problemas cardíacos, hormonais, na intolerância ou deficiência de certos nutrientes. 

Veja, abaixo, algumas dessas doenças que podem ter o cansaço como sintoma.

Apneia

Embora seja relativamente comum, a interrupção da respiração durante o sono pode vir a se tornar um problema de saúde, levando à Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS).

Trata-se de um distúrbio do sono relativamente comum, afetando cerca de 35% da população brasileira.

Entre os fatores de risco para desenvolver essa condição, estão a idade e, principalmente, a obesidade.

Quem sofre de SAOS acaba por despertar mais vezes durante a noite, interrompendo assim os ciclos do sono necessários para atingir a fase de descanso profundo ou sono REM.

Por isso, pessoas que sofrem de apneia do sono sentem sonolência e cansaço durante o dia, em razão da noite mal dormida.

Anemia

No caso da anemia, a estafa vem da falta de ferro no sangue.

Existem algumas condições que podem levar a um quadro de anemia, como a menstruação intensa, hemorragias ou lesões internas.

A doença também pode ser causada por deficiência de certas vitaminas, como a B12, ou ser autoimune, como a anemia hemolítica (AHAI).

Há, ainda, a anemia causada por agentes infecciosos ou que é provocada pelo uso de certos tipos de medicamentos.

Tendo em vista a grande variedade de causas, é fundamental consultar um clínico geral para obter o encaminhamento para um (ou mais de um) especialista capaz de prescrever o tratamento adequado.

Depressão 

É preciso que a sociedade esteja alerta à depressão, uma doença silenciosa e ainda alvo de forte estigma.

O desconhecimento sobre os reais sintomas e causas da depressão leva pacientes a tentar ocultá-la, com medo de serem taxados pejorativamente.

No entanto, as autoridades de saúde estão cada vez mais conscientes de que essa é uma questão de saúde pública, tendo em vista o aumento do número de casos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil é de 15,5%.

Pessoas deprimidas sentem cansaço intenso em razão do seu estado emocional e mental desequilibrado, em que prevalecem sentimentos de culpa, tristeza e abandono.

Diabetes mellitus

Doença crônica caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia), o diabetes pode se manifestar através da fadiga.

Isso porque a glicose não está sendo absorvida de forma adequada pelas células. 

Assim, há menor disponibilidade dessa fonte de energia, aumentando a sensação de cansaço.

Esse quadro ocorre devido à produção ou absorção insuficiente da insulina, hormônio responsável pela regulação da glicose no sangue, e afeta mais de 13 milhões de brasileiros, sendo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Além da fadiga, o diabético pode sofrer com fome e sede constantes, perda de peso, fraqueza, aumento na vontade de urinar, entre outras manifestações clínicas.

Distúrbios de ansiedade

A ansiedade pode ser a origem da fadiga mental.

Mas essa condição também pode desencadear o cansaço e outros sintomas físicos, como dor no peito e falta de ar.

Ou até provocar dor no corpo devido a um estado de tensão constante, sem que a pessoa perceba.

Outro problema que agrava o cansaço é a insônia, sintoma comum entre pessoas com ansiedade e que provoca sonolência no dia seguinte.

Doença celíaca

Essa patologia decorre da intolerância ao glúten, prejudicando a absorção de nutrientes como minerais, vitaminas e água.

Como o glúten está presente em trigo, cevada, centeio e seus derivados, muitas vezes, é necessário excluir esses itens da dieta para evitar cólicas abdominais, falta de apetite, prisão de ventre ou diarreia constante.

Em casos mais graves, a doença celíaca pode levar à anemia e até à desnutrição – quadros em que a fadiga é comum devido à falta de nutrientes necessários para dar energia às células.

DPOC 

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) leva a um cansaço profundo, mesmo em esforços físicos pequenos, como caminhar alguns metros.

Consiste em uma obstrução progressiva das vias aéreas, sendo normalmente acompanhada de uma resposta inflamatória do sistema respiratório.

O fator de risco número 1 para essa doença grave é o tabagismo, sendo apontado como causa em aproximadamente 90% dos casos.

Pessoas que trabalham expostas a gases, poeira ou poluição por períodos prolongados também apresentam risco elevado de desenvolver DPOC.

Uma vez que se estabeleça a doença, ela é irreversível e, portanto, incurável, tendo seus sintomas tratados com broncodilatadores ou oxigenoterapia.

Fadiga crônica

Mais prevalente entre mulheres na faixa dos 50 anos, a Síndrome da Fadiga Crônica (SFC) é diagnosticada quando o cansaço prolongado não tem uma causa aparente.

Nesse caso, o que ocorre é um somatório de sintomas que se somam à SFC, entre os quais os mais recorrentes são dores abdominais, variações de peso, diarreia, náuseas e tonturas, entre outros.

Por ser uma síndrome com forte componente emocional, no tratamento podem ser indicadas terapias cognitivo-comportamentais ou de grupo.

Hipotireoidismo

Essa doença surge devido a uma disfunção na glândula tireoide que faz com que diminua a produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).

Por consequência, há desregulação de funções importantes do organismo, comprometendo o desempenho físico e mental e gerando cansaço excessivo.

Conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, falhas de memória, dor muscular, queda de cabelo, ganho de peso e aumento de colesterol são outros sintomas do hipotireoidismo.

Insuficiência cardíaca

Comumente, a insuficiência cardíaca surge como complicação de doenças cardiovasculares preexistentes e outros problemas que afetam o coração, prejudicando sua capacidade de bombear o sangue através das artérias.

Assim, órgãos e tecidos dispõem de menos oxigênio e energia para desempenhar suas funções, o que faz com que o paciente sinta um cansaço crônico.

Falta de ar, inchaço nos membros inferiores, tosse persistente, tonturas e palpitação são outros sintomas que podem surgir.

Estar cansado

Clínico geral, psiquiatra e reumatologista são algumas opções de médicos que atendem casos de cansaço

Como tratar o cansaço?

O tratamento depende da causa do cansaço.

Quando não há uma doença de fundo, investir em uma boa higiene do sono pode ser suficiente para descansar.

Vale tomar um banho quente ou um chá relaxante pouco antes de se deitar, fazer uma leitura leve e se desligar das telas.

Procure, também, manter o ambiente escuro, silencioso e ventilado para garantir o conforto durante a noite de sono.

Já nos casos em que o cansaço tem origem em uma doença, é necessário tratar a causa.

Doenças respiratórias pedem repouso, aumento na ingestão de líquidos e, em certas situações, remédios prescritos pelo médico.

Por sua vez, o tratamento da apneia obstrutiva do sono depende das causas primárias do distúrbio, sendo indicada a redução de peso para pessoas obesas. 

Também pode ser prescrito o uso de máscaras especiais para dormir ou, em casos mais extremos, a solução pode ser a cirurgia.

Casos de ansiedade e depressão pedem sessões de terapia, que pode ser em grupo ou individual e, algumas vezes, antidepressivos ou ansiolíticos para devolver o equilíbrio aos neurotransmissores.

Devo tomar remédio para cansaço?

Toda e qualquer medicação, mesmo aquelas que não são sujeitas a uso controlado, devem ser prescritas exclusivamente por um médico.

A automedicação pode trazer riscos sérios, até quando se faz uso de substâncias aparentemente inofensivas.

Essa recomendação deve ser seguida à risca principalmente com antidepressivos, uma das classes de fármacos comumente indicadas no combate ao cansaço crônico.

Só tome remédios conforme orienta a receita médica.

Qual médico procurar se sente cansaço excessivo?

Existem profissionais comumente consultados em casos de cansaço crônico sem causa aparente:

  • Clínico geral: faz a avaliação inicial, podendo tratar condições mais leves ou direcionar o paciente para especialistas
  • Psicólogo ou psiquiatra: para tratar de possíveis problemas de saúde mental
  • Pneumologista: para casos de cansaço respiratório, entre outras causas.

A boa notícia é que você não precisa sair de casa para isso, como explico a seguir.

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O cansaço não é uma doença, mas pode indicar que a saúde está em risco. 

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Conclusão

Sentir cansaço não é um problema quando ele acompanha atividades intensas.

Contudo, quando se torna crônico ou surge sem motivo aparente, passa a ser um sintoma de patologias e, sendo assim, é preciso conversar com um médico.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin