Amantadina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 10 de maio de 2024
Amantadina

Amantadina é um fármaco utilizado no tratamento da doença de Parkinson.

Pode ser encontrado sob a forma de comprimidos de 100 mg nas farmácias e drogarias, e deve obedecer a regras de prescrição específicas.

Explico quais são elas e como solicitar sua receita médica online ao longo deste artigo, além de trazer as principais informações sobre esse remédio.

O que é amantadina?

Amantadina é um medicamento antiparkinsoniano.

Para evitar reações adversas, deve ser tomado sempre seguindo a prescrição médica à risca, pois tem impacto sobre o funcionamento do sistema nervoso central (SNC).

Para que serve amantadina

O fármaco serve para tratar sintomas da doença de Parkinson.

Embora o mecanismo de ação não esteja completamente estabelecido, evidências indicam que a amantadina aumenta a liberação de dopamina (um neurotransmissor presente no cérebro) de maneira indireta, por meio do antagonismo dos receptores NMDA.

Como resultado, há redução de sintomas típicos de Parkinson, como tremores e movimentos lentos.

Principais indicações

De acordo com a bula do Mantidan® (marca de referência do cloridrato de amantadina), o medicamento é indicado para tratar:

  • Doença de Parkinson primária
  • Parkinsonismo secundário devido a outros agentes externos (ex: parkinsonismo pós-encefalítico e no parkinsonismo que se segue à lesão do SNC na intoxicação por monóxido de carbono)
  • Pacientes idosos com Doença de Parkinson associada a alterações ateroscleróticas
  • Reações extrapiramidais induzidas por drogas.

Uma investigação médica deve ser utilizada para confirmar a indicação do fármaco.

Como tomar cloridrato de amantadina

Os comprimidos de 100 mg devem ser tomados por via oral, com a ajuda de um pouco de água.

A seguir, reproduzo os principais esquemas terapêuticos descritos na bula do remédio.

Para mais esclarecimentos, consulte o médico e o farmacêutico.

  • Parkinsonismo: a dose usual é de 100 mg, de 12 em 12 horas, quando usado isoladamente. O seu início de ação ocorre em aproximadamente 48 (quarenta) horas. Em indivíduos portadores de outras doenças sérias associadas, ou em pacientes que estejam recebendo outros medicamentos antiparkinsonianos, a dose inicial deve ser de 100 mg/dia e pode ser aumentada para 200 mg/dia (100 mg de 12 em 12 horas), se necessário, após observação do quadro
  • Reações extrapiramidais induzidas por droga: a dose usual é de 100 mg, de 12 em 12 horas. Ocasionalmente, alguns pacientes que não respondem à dose de 200 mg/dia podem se beneficiar de um aumento até 300 mg/dia em doses divididas.

Se houver queda da efetividade da medicação após alguns meses, cabe ao médico avaliar a possibilidade de aumento da dose até 300 mg/dia.

Ou mesmo optar pela descontinuação temporária da amantadina por algumas semanas, seguida pela reintrodução do fármaco.

Receita de amantadina

É preciso apresentar uma receita C1 para adquirir amantadina.

Também chamada receita de controle especial, ela é emitida em duas vias iguais pelo médico.

A primeira via atende à exigência de venda com retenção de receita, enquanto a segunda é devolvida ao paciente ou cuidador para que consultem a orientação médica sempre que necessário.

Essa regra se aplica à amantadina e demais fármacos que constam na lista C1 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, que estabeleceu o regulamento de remédios controlados no Brasil.

Além de antiparkinsonianos, o grupo reúne antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, antidemenciais e antipsicóticos.

Eles são monitorados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a fim de coibir o uso indiscriminado e consequente aumento do risco de agravos à saúde.

O rastreamento é feito por meio da receita branca C1, que tem validade de 30 dias, contados a partir da data seguinte à prescrição.

O documento pode liberar remédio suficiente para até 60 dias de tratamento, conforme o critério médico.

Dúvidas frequentes sobre amantadina

Agora que já apresentei as características e o tipo de receita para a compra do medicamento, confira respostas rápidas para outras questões.

Qual o efeito colateral da amantadina?

Assim como qualquer fármaco, alguns pacientes podem vivenciar reações adversas durante o uso da amantadina.

As mais comuns são:

  • Náuseas
  • Tontura e instabilidade
  • Distúrbios do início e da manutenção do sono (insônias)
  • Episódios depressivos
  • Irritabilidade e mau humor
  • Alucinações
  • Confusão
  • Anorexia
  • Boca seca
  • Constipação
  • Ataxia não especificada
  • Edema (inchaço de membros inferiores)
  • Livedo reticularis (afecções da pele e do tecido celular subcutâneo)
  • Hipotensão ortostática (pressão baixa)
  • Cefaleia (dor de cabeça)
  • Sonolência
  • Nervosismo
  • Pesadelos
  • Agitação e inquietação
  • Diarreia (alteração do hábito intestinal)
  • Fadiga.

Mais raramente, podem ocorrer convulsões, ideação suicida e outros eventos graves.

Caso observe reações intensas ou severas, procure ajuda médica.

Quantos comprimidos vêm na caixa de Mantidan®?

Cada embalagem do medicamento de referência para amantadina vem com 20 ou 30 comprimidos.

Quem não pode tomar amantadina?

O remédio é contraindicado para:

  • Pessoas com hipersensibilidade (alergia) à amantadina ou qualquer outro componente da fórmula
  • Indivíduos com história de epilepsia
  • Pacientes que já tiveram úlcera gástrica e úlcera duodenal
  • Portadores de glaucoma primário de ângulo fechado que não estejam recebendo tratamento
  • Mulheres grávidas ou que estejam amamentando, pois a amantadina é excretada pelo leite materno.

Comunique seu médico caso possua qualquer impedimento.

Como parar de tomar amantadina?

Tanto o início quanto a finalização do tratamento devem ser realizados sob monitoramento médico.

Geralmente, o profissional vai diminuindo a dose diária progressivamente para prevenir efeitos adversos.

Jamais interrompa o uso de forma abrupta ou por conta própria, pois isso pode desencadear agitação e inquietação, transtornos delirantes, alucinações, reações paranoides, estupor, ansiedade generalizada e episódios depressivos.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a amantadina?

Vale lembrar, aqui, os riscos da automedicação, que pode piorar o quadro de saúde.

Portanto, faça uso racional desse fármaco, de acordo com a dosagem, horários e período de tratamento prescritos pelo seu médico.

Na dúvida, consulte novamente um neurologista, geriatra ou outro médico para investigar possíveis sintomas de doenças do sistema nervoso.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin