Escala de Cincinnati: o que é, para que serve e como aplicar
Importante instrumento de avaliação pré-hospitalar, a escala de Cincinnati permite a identificação de casos suspeitos de acidente vascular cerebral (AVC).
Sua simplicidade e rapidez auxiliam na tomada de decisão da equipe médica ou dos socorristas, que podem iniciar condutas como a trombólise com maior segurança.
E melhorar o prognóstico para a vítima, evitando a morte ou sequelas graves que surgem após minutos no AVC hemorrágico, e poucas horas em caso de AVC isquêmico.
Neste artigo, mostro como utilizar a escala de Cincinnati, para que serve e qual a eficácia desse instrumento.
Além da contribuição de ferramentas tecnológicas como a telemedicina para o diagnóstico dessa emergência médica.
O que é escala de Cincinnati?
Escala de Cincinnati é um instrumento padronizado de avaliação de casos suspeitos de AVC.
Chamada originalmente de Cincinnati Prehospital Stroke Scale (CPSS), a ferramenta revela maior ou menor possibilidade de casos agudos da doença.
Isso se dá a partir da análise de três manifestações clínicas comuns.
De acordo com o documento de “Tradução, adaptação transcultural e validação da escala de Cincinnati no Brasil”:
“A CPSS foi elaborada por pesquisadores da University of Cincinnati Medical Center e publicada em 1999. Sua elaboração foi baseada na National Institutes of Health (NIH) Stroke Scale, e possui 3 itens que são avaliados quanto sua normalidade ou anormalidade: paralisia facial, queda do braço e fala.”
Para que serve a escala de Cincinnati?
O diagnóstico do AVC é desafiador.
Principalmente devido à variabilidade de sintomas, que mudam conforme os vasos sanguíneos e região cerebral afetados pelo déficit de oxigênio e nutrientes.
O cenário fica ainda mais complexo devido ao fato de o AVC ser um evento tempo-dependente.
Ou seja, capaz de se agravar em poucos minutos.
Daí a importância de utilizar instrumentos de avaliação rápida e simples, como a escala de Cincinnati, para acelerar a detecção dos sinais de acidente vascular cerebral.
A ferramenta se baseia em três itens de fácil observação e que estão entre as manifestações clínicas mais frequentes nas vítimas de AVC:
- Assimetria facial
- Alterações na linguagem e na fala
- Paralisia ou perda súbita dos movimentos.
Diante da alta possibilidade de um AVC em curso, a equipe médica ou pré-hospitalar pode dar seguimento à confirmação do diagnóstico, realizando exames como a tomografia com agilidade.
E iniciar tratamentos como a administração de medicamentos trombolíticos para reverter os efeitos da patologia, restaurando o fluxo sanguíneo.
Quanto mais rápida for essa abordagem, melhores as chances de um desfecho positivo.
Em alguns casos, a vítima sobrevive sem sequelas permanentes.
Como é realizada a escala de Cincinnati?
Usar a escala é simples: basta aplicar três testes e observar os resultados.
A presença de um resultado anormal corresponde a 72% de probabilidade de ocorrência de um AVC, enquanto anormalidades nos três parâmetros elevam a probabilidade para mais de 85%.
Veja detalhes a seguir.
1. Assimetria facial
O primeiro teste tem como objetivo verificar se existe paralisia facial no paciente.
Para isso, peça que ele sorria ou mostre os dentes e observe a existência, ou não, de assimetria facial – quando um dos lados parece distorcido ou “torto”.
Em seguida, verifique qual o resultado, que pode ser:
- Normal: quando ambos os lados da face se movem igualmente
- Anormal: caso um lado não se mova tão bem quanto o outro.
Em seguida, vem a avaliação da fraqueza muscular.
2. Queda do braço
Solicite que o paciente feche os olhos e estenda ambos os braços de maneira simultânea, durante 10 minutos.
Nessa etapa, o resultado será:
- Normal: se ambos os braços se moverem de modo similar, ou ambos os braços não se moverem completamente
- Anormal: caso um braço não se mova, ou sofra queda quando comparado com o outro braço.
Por fim, há o teste de fala.
3. Repetição de uma frase
Para verificar se a fala está prejudicada, escolha uma frase e peça para o paciente repetir.
Prefira uma sentença simples e conhecida, como “o rato roeu a roupa do rei de Roma” e analise o desempenho da repetição.
O resultado será:
- Normal: se o paciente conseguir reproduzir a frase corretamente, sem dificuldade de pronúncia
- Anormal: caso apresente dificuldade para dizer as palavras ou esteja incapaz de falar.
Com estes três testes, a equipe médica dá um passo importante para a confirmação ou não do diagnóstico de AVC.
Qual a eficácia da escala de Cincinnati no diagnóstico do AVC?
A ferramenta é considerada altamente eficaz, com acurácia de 93% e sensibilidade de 92,4% em relação ao diagnóstico final, segundo o estudo que mencionei acima, realizado com 64 pacientes brasileiros.
A confiabilidade colabora para a popularização da escala, que é importante para conferir agilidade ao diagnóstico do acidente vascular cerebral.
Dados divulgados em 2022 revelam que o AVC é a principal causa de morte no país, causando uma média de 12 óbitos por hora.
Como a telemedicina agiliza o diagnóstico e tratamento do AVC?
A telemedicina neurológica nasceu para dar suporte às clínicas, hospitais e até às ambulâncias.
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O que faz a diferença para emergências como o AVC, que exigem assistência imediata.
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Conclusão
Agora que você entende para que serve a escala de Cincinnati, vale a pena incluir os parâmetros na avaliação de suspeitas de AVC.
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