Manutenção hospitalar: como fazer o planejamento e controle
A manutenção hospitalar deve ser priorizada nas unidades de saúde, pois oferece diversos benefícios.
Empresários e gestores ganham por diminuir os custos com reparos e a troca de equipamentos.
Isso sem falar na redução da indisponibilidade de serviço por causa de paradas para o conserto de aparelhos.
Por sua vez, os profissionais de saúde se beneficiam ao trabalhar em um ambiente mais seguro e eficiente.
Como bônus, há maior confiabilidade nos resultados apresentados pelos equipamentos.
Por fim, os pacientes também se favorecem de programas de manutenção adequados.
Afinal, eles encontram locais adaptados às suas necessidades, com os melhores serviços para monitorar seu estado de saúde.
Sempre lembrando que a falta de cuidados pode fazer com que um aparelho pare de funcionar de repente, representando risco ao tratamento e até à vida do doente, dependendo de sua condição.
Neste texto, falo sobre a função, importância e como adotar rotinas de manutenção hospitalar de um jeito simples.
Se o assunto interessa, acompanhe até o final para receber dicas que vão facilitar os cuidados com o estabelecimento de saúde.
O que é manutenção hospitalar?
Podemos entender a manutenção hospitalar como um conjunto de atividades que servem para conservar e aproveitar o potencial da estrutura e equipamentos durante sua vida útil.
Ou, como define em artigo o arquiteto e gestor hospitalar José Mauro Carrilho Guimarães, são todos os processos e operações realizados para alcançar desempenho satisfatório de um dado sistema na unidade de saúde.
Nesse contexto, a manutenção hospitalar inclui desde a estrutura da edificação – como paredes, portas e janelas – até os equipamentos hospitalares e dispositivos utilizados para a gestão.
Hoje em dia, muitos processos são controlados por computadores, o que faz deles objetos de interesse para a manutenção.
Entram na conta, também, a rede de energia elétrica, fornecimento de água e climatização, que são fundamentais para o bom funcionamento do hospital.
Lembrando que esses serviços só se completam quando há geradores que garantem seu fornecimento de forma ininterrupta, independentemente de problemas com a concessionária ou a rede local.
Afinal, pacientes internados ou no meio de uma cirurgia não podem se sujeitar ao risco de ter o serviço interrompido na hora que mais precisam.
Importância da manutenção em hospitais
A importância de investir na manutenção está nos possíveis impactos para gestores, operadores e usuários das instalações e equipamentos.
Isso porque a falta de manutenção custa caro para as pessoas que frequentam o ambiente hospitalar.
Mais acima, mencionei potenciais riscos à vida e à saúde do paciente, caso a unidade de saúde tenha problemas com um equipamento ou instalação.
Doentes em estado crítico são os mais vulneráveis, podendo ficar sem oxigênio ou ter seu tempo de cirurgia estendido.
Ou pior, não ter a oportunidade de socorro diante de uma parada cardiorrespiratória (PCR) porque o desfibrilador está quebrado ou sem bateria.
Contudo, pacientes em estado menos grave e acompanhantes também são prejudicados quando há negligência com a manutenção.
Eles podem ter procedimentos e exames suspensos, receber atendimento em locais contaminados ou ter de esperar sem o mínimo conforto, em salas abafadas.
Tudo isso compromete a credibilidade do hospital e afasta novos pacientes, diminuindo a lucratividade.
Além disso, sem cuidados preditivos e preventivos, estruturas e aparelhos tendem a entrar em colapso rapidamente, elevando os custos para sua troca.
Nesse cenário, dispositivos acabam ficando parados, o que representa outro tipo de perda pela redução dos serviços realizados ou inutilização de espaços.
Gestores ainda terão de lidar com custos mais altos para colocar tudo em ordem.
Por fim, mas não menos importante, a manutenção adequada tem a capacidade de diminuir os riscos para funcionários, evitando acidentes de trabalho.
Eleva, ainda, a confiabilidade nos resultados de exames, o conforto e a produtividade.
Tipos de manutenção hospitalar
Existem três tipos de manutenção hospitalar: preditiva, preventiva e corretiva.
Todas devem ser realizadas de modo simultâneo para o sucesso das ações.
Vamos entender melhor qual o papel de cada uma delas em um hospital ou clínica médica?
Manutenção hospitalar preventiva
Pequenos reparos e troca de peças são exemplos de manutenção preventiva.
A ideia desse formato de manutenção é evitar que pequenas avarias se tornem grandes dores de cabeça.
Se deixadas de lado, elas podem levar ao desgaste, paradas durante o horário em que o equipamento deveria funcionar e até ao seu colapso.
Como diz o ditado: é melhor prevenir que remediar.
Você concorda?
Manutenção hospitalar corretiva
Esse é o tipo mais conhecido, que ocorre em resposta a um problema maior.
A manutenção corretiva consiste em paradas, geralmente não programadas, para consertar uma estrutura ou aparelho, trocar peças e fazer testes.
Embora seja natural fazer isso de vez em quando, o melhor é diminuir a quantidade de ações corretivas.
Afinal, elas impactam no orçamento e mesmo na oferta dos serviços hospitalares.
Sem falar nos riscos aos operadores e usuários.
Pense, por exemplo, no perigo de lidar com um equipamento elétrico instável, que pode dar choque e provocar queimaduras.
Manutenção hospitalar preditiva
A manutenção preditiva costuma ser adotada por unidades que aprenderam a gerenciar os riscos, priorizando as atividades de manutenção.
Isso porque ela se caracteriza por medidas planejadas com o propósito de evitar falhas e estender a vida útil de edificações e dispositivos.
As palavras-chave aqui são monitoramento e inspeção.
O monitoramento pode ser remoto ou feito pessoalmente, de maneira contínua.
Já a inspeção é sempre programada considerando os dados coletados durante o monitoramento.
O que verificar na manutenção hospitalar
Quando se fala em manutenção hospitalar, logo vêm à mente os equipamentos utilizados para exames, a exemplo do mamógrafo e do aparelho de raio X.
Mas o processo de conservação vai além dos dispositivos mais óbvios.
Ele inclui estruturas como:
- Geradores de energia
- Caldeiras
- Fiação
- Encanamento
- Pintura e conservação de paredes, piso, teto, portas e janelas
- Móveis
- Sistema de gás
- Aparelhos de ar condicionado
- Dispositivos de laboratório
- Computadores, monitores, notebooks e tablets
- Condições de armazenamento de medicamentos, vacinas e outras substâncias
- Aparelhos e sistemas de segurança.
Isso apenas para citar alguns exemplos.
Um bom plano de manutenção deve mapear todas as oportunidades encontradas no hospital ou clínica, como comento a seguir.
Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) em hospitais
Neste ponto do artigo, você já entendeu que a manutenção de sucesso é aquela realizada continuamente.
Para isso, é preciso combinar manutenção preditiva, preventiva e corretiva com planejamento, captação e análise de dados.
E, de preferência, ter uma equipe ou um profissional dedicado a essas tarefas.
Chamamos esse processo de Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) em hospitais.
Quando a unidade de saúde realiza o PCM corretamente, ela se torna mais eficiente.
Em outras palavras, consegue entregar mais usando menos recursos.
Não estou falando só de dinheiro, mas também de mão de obra, material e tempo.
Sem planejamento e controle, fica difícil promover o uso consciente desses recursos.
Simplesmente porque o PCM é que mostra o quê, quando, onde e como cada recurso deve ser empregado para o bom funcionamento do hospital.
O primeiro passo para modificar um processo é conhecer como ele se dá, quais recursos utiliza e para que serve, concorda?
Assim, o gestor saberá o que deve mudar, quais os motivos para isso e como planejar a manutenção para aproveitar melhor o potencial de seus recursos.
Nessa dinâmica, é possível para evitar o desperdício e situações caóticas como a inutilização repentina de um espaço ou equipamento.
Como fazer manutenção hospitalar
A manutenção em hospitais precisa ser organizada e estruturada para funcionar bem.
Caso contrário, não vai existir a modalidade preventiva, muito menos a preditiva, limitando os responsáveis por esse conjunto de ações a “apagar incêndios”.
Para evitar esse quadro, é preciso se comprometer com as etapas de planejamento, realização e mensuração de tarefas, e análise de dados.
Dessa forma, será possível estabelecer ciclos de melhoria contínua na manutenção, com vantagens para todos.
Pensando nisso, montei um roteiro com 8 passos para te ajudar a implementar um PCM de um jeito simples.
Acompanhe as etapas e mais dicas!
1. Comece pelo planejamento
Se a ideia é criar e desenvolver etapas com organização, planejar é indispensável.
Procure dividir o plano conforme os três tipos de manutenção, priorizando a preditiva.
Você pode começar listando as tarefas de inspeção e monitoramento.
Assim, fica mais fácil visualizar as ferramentas e profissionais necessários para pôr tudo em prática.
2. Aposte em profissionais especializados
Sim, eu sei que manter um departamento de manutenção com vários empregados é custoso.
Porém, vale avaliar o tamanho e as demandas do seu estabelecimento antes de decidir cortar gastos justamente nesse quesito.
Por vezes, contratar uma empresa terceirizada pode sair ainda mais caro, em especial se ela for chamada apenas quando houver problemas.
Tente dispor de ao menos um ou dois funcionários capacitados, que entendam de conservação da estrutura hospitalar e te ajudem na gestão desse processo.
3. Oriente sua equipe de saúde
Embora exija profissionais qualificados, a manutenção não depende só deles para ser bem-sucedida.
É essencial que os operadores de equipamentos e demais integrantes das equipes de saúde entendam um pouco desse assunto.
Então, faz sentido investir em treinamento e orientações no dia a dia que ensinem sobre a vida útil do aparelho e o que fazer para que tenha o melhor aproveitamento possível.
Isso inclui a maneira correta de ligar e desligar o dispositivo, como deve ser operado e guardado, além dos produtos de limpeza adequados para evitar seu desgaste.
4. Tenha um inventário
Pode parecer óbvio, mas há instituições que não montam ou atualizam seu inventário de aparelhos há um bom tempo.
Essa desorganização, provavelmente, está gerando perdas para o hospital, pois as estruturas e dispositivos não são consertados e podem estar subutilizados.
Não cometa esse erro.
Cuide para que cada aparelho, acessório e móvel esteja listado no inventário, a fim de que você controle melhor seu uso.
5. Monitore estruturas e equipamentos
Aqui está um motivo excelente para ter um inventário atualizado: ele é o ponto de partida para o monitoramento.
Lembra que essa é uma ação fundamental para a manutenção preditiva?
Monitorar significa acompanhar de perto o uso dos recursos materiais do hospital, verificando o que precisa ser trocado, averiguado e inspecionado.
Essa dinâmica é fundamental para prevenir o excesso de ações corretivas na manutenção hospitalar.
6. Faça inspeções periódicas
Com o planejamento e monitoramento em mãos, você vai conseguir determinar o período de inspeção de cada equipamento.
Muitas vezes, ele pode ser programado com o auxílio do manual do fabricante.
7. Analise os dados coletados
Pouco adianta monitorar e colher dados se você não analisá-los.
Compare e avalie indicadores para verificar o progresso do seu PCM, a fim de fazer os ajustes necessários.
8. Considere os feedbacks dos usuários
Funcionários, pacientes e acompanhantes podem reparar em sinais de que as estruturas e equipamentos estão se deteriorando.
Por isso, é importante ouvi-los e levar em conta esses feedbacks para aprimorar o PCM.
Tecnologia a favor da manutenção hospitalar
Existem diversos programas que podem ajudar no seu PCM – Planejamento e Controle da Manutenção.
Softwares médicos, aplicativos de gestão de hospitais e controle de insumos são alguns exemplos.
Apesar de pedirem algum investimento inicial, essas ferramentas otimizam o trabalho, apresentando ganhos em produtividade.
Além da área de manutenção, a tecnologia pode reforçar o treinamento, melhorar o controle e análise de dados e otimizar a entrega de laudos de exames.
Você pode aproveitar essas vantagens contratando uma plataforma de telemedicina completa como a Morsch, que contempla:
- Treinamento dentro do sistema, que pode ser realizado a qualquer hora do dia ou da noite
- Entrega de laudos a distância, dispensando a necessidade de manter um time de especialistas dedicados à interpretação dos testes de imagem
- Prontuário eletrônico do paciente, que fornece o histórico de saúde
- Armazenamento de arquivos na nuvem (internet), com segurança e praticidade.
Conclusão
Ignorar as ações de manutenção hospitalar impede a identificação e corte de desperdício de mão de obra, tempo, recursos materiais e financeiros.
Daí a importância de elaborar um plano de gestão que permita o controle dessas atividades de forma eficiente.
Recursos tecnológicos auxiliam o gestor nessa tarefa, além de otimizar serviços como a entrega de laudos, que pode ser feita online.
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