Doxepina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de abril de 2024
Doxepina

Deseja saber mais sobre a doxepina?

Prescrições incluindo esse medicamento podem ser feitas por psiquiatras ou dermatologistas, pois ele tem efeitos variados.

No Brasil, a substância costuma ser utilizada por farmácias de manipulação e está disponível sob a forma de cápsulas ou cremes.

Neste artigo, explico o mecanismo de ação e apresento principais indicações para doxepina, incluindo um roteiro para obter ou renovar a receita online.

Vamos em frente?

O que é doxepina?

Doxepina é um fármaco antidepressivo tricíclico derivado da dibenzoxepina.

Também possui propriedades anti-histamínicas, o que dá suporte ao uso no controle de alergias na pele.

Para evitar efeitos adversos, é imprescindível seguir a prescrição médica, respeitando doses, horários e período de tratamento com esse remédio.

Para que serve doxepina

O medicamento serve para tratar depressão e distúrbios do sono, além de prevenir dores e diminuir sintomas alérgicos.

Conforme explica um estudo, a doxepina aumenta a disponibilidade da noradrenalina e serotonina, que são neurotransmissores importantes para reverter quadros depressivos, elevando a disposição e bem-estar.

O mecanismo de ação ocorre por meio da:

“Inibição da recaptação de noradrenalina e, em menor grau, da serotonina. Atua também nos receptores muscarínicos, nos receptores serotoninérgicos 5HT2A e 5HT2C, no sistema histaminérgico (responsável pela ação antipruriginosa)”.

Principais indicações

A doxepina é indicada para o tratamento de:

  • Síndromes depressivas isoladas ou associadas com ansiedade
  • Psiconeurose
  • Distúrbios do sono, a exemplo da insônia
  • Psicopatias
  • Pruridos leves, síndromes pruriginosas.

Ansiedade, tensão, depressão, problemas para dormir e falta de energia estão entre os sintomas reduzidos com o uso do fármaco.

Como tomar doxepina

O modo de usar varia de acordo com a forma farmacêutica do medicamento, que está disponível em cápsulas ou cremes.

É importante seguir as instruções médicas até completar o ciclo de tratamento, ainda que você não perceba mudanças nos primeiros dias ou semanas.

O efeito antidepressivo só costuma ser notado após duas ou três semanas de uso contínuo.

Apresento os esquemas terapêuticos mais comuns a seguir.

Para mais informações, consulte a bula do remédio, o médico e o farmacêutico:

Cápsulas

Tome as cápsulas por via oral, uma ou duas vezes ao dia, conforme a prescrição do médico.

Geralmente, a dose diária inicial é de 75 mg, podendo ser posteriormente aumentada ou diminuída em intervalos apropriados e de acordo com a resposta individual.

A faixa de dose ideal usual é de 75 mg/dia a 150 mg/dia, e a dose máxima diária corresponde a 300 mg/dia.

Se for empregado o esquema de uma vez ao dia, a dose máxima recomendada é de 150 mg/dia e pode ser administrada logo antes de dormir.

Em pacientes com sintomatologia muito leve ou sintomas emocionais acompanhando doença orgânica, doses mais baixas (entre 25 e 50 mg/dia) podem ser suficientes.

Creme

Essa é a versão para uso tópico, receitada para o tratamento de dermatites, urticárias e outras síndromes pruriginosas (que provocam coceira).

Com a pele limpa e seca, aplique uma camada fina de doxepina creme, espalhando-a de maneira suave para facilitar a absorção.

O processo pode ser repetido até quatro vezes ao dia, desde que haja intervalos de pelo menos três horas entre as aplicações.

Receita de doxepina

O documento necessário para adquirir a doxepina é a receita C1.

Emitida sempre em duas vias, trata-se de uma receita de controle especial, que possibilita o rastreamento do fármaco por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Para tanto, a primeira via fica retida na farmácia ou drogaria, enquanto a segunda via é destinada à orientação médica sobre o tratamento.

Como a doxepina impacta no funcionamento do sistema nervoso central, a Anvisa impôs regras rígidas para coibir o uso indiscriminado.

A mesma norma se aplica às demais substâncias listadas no grupo C1 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998.

Falo do regulamento de remédios controlados, que reúne outros antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, antidemenciais e antipsicóticos.

Todos são prescritos por meio da receita branca tipo C1, que possui validade de 30 dias e pode dar acesso a medicamento suficiente para até dois meses de terapia.

Dúvidas frequentes sobre doxepina

Confira respostas objetivas para questionamentos corriqueiros sobre o uso da droga.

Qual o efeito colateral de doxepina?

As reações adversas mais comuns são:

  • Boca seca
  • Paladar alterado
  • Náusea
  • Vômitos
  • Sonolência
  • Tontura
  • Visão borrada
  • Constipação
  • Retenção urinária
  • Redução ou aumento do desejo sexual (libido).

No entanto, também podem ocorrer tremores, alucinações, confusão mental, taquicardia, hipertensão e hipotensão.

Diante desses e outros sintomas intensos, procure ajuda médica.

Se estiver utilizando a doxepina creme, podem surgir sinais incômodos como formigamento, inchaço e queimação na pele.

Informe ao médico se observar qualquer desses problemas, ou a piora da alergia, que poderão motivar alterações no tratamento.

Como parar de tomar doxepina?

Vale ressaltar que a interrupção do tratamento deve ser feita sob supervisão médica, e nunca por conta própria.

Uma vez indicada, a retirada do medicamento é feita de forma gradual.

Caso seja realizado abruptamente, o paciente pode sofrer com sintomas de abstinência, principalmente se estiver fazendo uso prolongado da doxepina.

Quem não deve tomar doxepina?

O remédio é contraindicado para:

  • Pacientes com hipersensibilidade (alergia) à doxepina e demais componentes da fórmula, ou outras dibenzoxepinas
  • Indivíduos com glaucoma ou tendência à retenção urinária
  • Mulheres grávidas ou amamentando, salvo sob indicação do obstetra
  • Menores de 12 anos.

Mantenha seu médico informado sobre qualquer restrição.

Conclusão

Agora que está por dentro dos efeitos da doxepina, você pode usar esse fármaco com cautela.

Jamais se automedique, altere a dosagem ou pare de tomar o remédio por conta própria, pois essa conduta pode prejudicar sua saúde.

Em vez disso, consulte um médico para tirar dúvidas ou investigar a origem de manifestações clínicas incômodas.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin