Aripiprazol: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 28 de setembro de 2023
Aripiprazol

O aripiprazol é um fármaco usado no tratamento de transtornos psicóticos.

Pode ser comprado em farmácias e drogarias em comprimidos de 10 mg, 15 mg, 20 mg ou 30 mg.

Para ter acesso a ele, você precisa de uma receita médica.

Falo mais sobre o mecanismo de ação, indicações e como comprar aripiprazol nas próximas linhas.

Acompanhe para conferir, ainda, de que forma solicitar sua receita digital através da telemedicina.

O que é aripiprazol?

Aripiprazol é um medicamento antipsicótico atípico que pode ser usado em monoterapia (de maneira isolada) ou junto a outros fármacos, dependendo do caso.

Devido à ação sobre o sistema nervoso central, seu uso seguro pede cautela e atendimento ao que diz a prescrição médica.

Além de não interromper o tratamento por conta própria, pois essa conduta aumenta o risco de crises de abstinência com sintomas intensos.

Para que serve aripiprazol

O remédio serve para tratar distúrbios psiquiátricos, incluindo sintomas como delírios, agressividade e impulsividade.

Seu mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido, pois o aripiprazol só foi aprovado recentemente, nos anos 2000, para o tratamento dessas condições.

Porém, sabe-se que a substância tem a capacidade de impactar receptores no sistema nervoso central.

Principais indicações

Segundo detalha a bula, o medicamento é indicado para tratar:

  • Episódios de mania ou mistos associados ao transtorno bipolar do tipo I, como terapia complementar (combinado a outros fármacos).

Outras indicações dependem de uma avaliação médica.

Como tomar aripiprazol

A droga está disponível em comprimidos de 10 mg, 15 mg, 20 mg ou 30 mg.

Tome os comprimidos apenas por via oral, com a ajuda de um copo d’água.

Normalmente, o tratamento começa com uma dose baixa e vai sendo ajustado de acordo com sua necessidade e a tolerabilidade do organismo.

Confira as recomendações gerais para cada doença tratada abaixo:

  • Esquizofrenia: a dose-alvo é de 10 mg/dia ou 15 mg/dia uma vez ao dia, independente das refeições. Modificações na dosagem não devem ser feitas antes de duas semanas, que é o tempo necessário para atingir o estado de equilíbrio. O psiquiatra deve reavaliar a dose periodicamente para que o tratamento de manutenção continue funcionando
  • Transtorno bipolar: a dose-alvo corresponde a 15 mg uma vez ao dia, como monoterapia ou como terapia adjuntiva com lítio ou valproato. A dose pode ser elevada para 30 mg/dia com base na resposta clínica. O esquema terapêutico deve ser analisado periodicamente pelo psiquiatra para garantir a efetividade.

Se precisar de mais detalhes, consulte o médico e leia a bula do remédio.

Receita de aripiprazol

Por ser um remédio controlado pela Anvisa, a compra de aripiprazol exige a receita C1.

Conhecida como receita de controle especial, ela é sempre emitida em duas vias, sendo que a segunda serve para orientar o paciente sobre a posologia – como doses e horários para tomar o medicamento, medidas não farmacológicas que ajudam na recuperação etc.

Já a primeira via fica retida na farmácia, a fim de permitir o monitoramento por parte da vigilância sanitária.

Isso porque, como mencionei acima, o aripiprazol impacta no funcionamento do sistema nervoso central, da mesma forma que outras substâncias da lista C1.

Definido pela Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, esse grupo integra drogas com efeito antipsicótico (como o aripiprazol), antidepressivo, anticonvulsivante e antiparkinsoniano.

Ao manter um controle mais rígido de sua prescrição, a Anvisa objetiva coibir o uso indiscriminado dessas substâncias.

Para tanto, usa a receita branca, que tem validade de 30 dias contados a partir da data seguinte à emissão.

A prescrição C1 pode ter até 3 substâncias e liberar a quantidade de medicamento suficiente para até 60 dias de tratamento.

Dúvidas frequentes sobre aripiprazol

Confira, agora, respostas para questões corriqueiras sobre o uso do remédio.

Qual é o efeito colateral do aripiprazol?

As reações adversas mais comuns são:

  • Náusea
  • Vômito
  • Constipação
  • Cefaleia
  • Eventos extrapiramidais, como a acatisia (transtorno do movimento caracterizado pela sensação de inquietude interna, irritabilidade, desassossego ou incapacidade de ficar parado)
  • Ansiedade
  • Insônia
  • Inquietação
  • Redução dos níveis de HDL
  • Redução de peso
  • Aumento >7% do peso corpóreo
  • Agitação
  • Irritações de pele
  • Sonolência
  • Sedação
  • Tremor
  • Fadiga.

Mais raramente, podem ocorrer efeitos colaterais graves como ideação suicida, infarto, alterações na frequência cardíaca (arritmias) e convulsões

Na presença de alguma dessas reações, avise ao médico para que o tratamento seja adaptado.

Pode tomar aripiprazol à noite?

Não há problema em utilizar o medicamento à noite.

Contudo, dependendo da dose e da condição clínica, o paciente pode se sentir agitado após tomar aripiprazol, o que atrapalha o sono.

Portanto, siga a recomendação médica em relação aos horários de administração do fármaco.

Quem não pode tomar aripiprazol?

O remédio é contraindicado para quem tem alergia ao aripiprazol e/ou demais componentes da fórmula.

Mulheres que estão amamentando e idosos que sofram com psicose associada à demência também devem evitar esse medicamento.

Além disso, pessoas que tenham diabetes, glaucoma de ângulo estreito, Alzheimer e história de convulsões devem passar por avaliação criteriosa para que o médico pese os prós e contras do tratamento com aripiprazol.

Afinal, o medicamento colabora para casos de hiperglicemia e aumenta a dificuldade para engolir.

Qual a idade para tomar aripiprazol?

Não existe contraindicação ao uso de aripiprazol por crianças.

Tanto que o tratamento de pacientes pediátricos com esse fármaco foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos.

Importante ressaltar que os riscos da automedicação são ainda maiores para crianças e adolescentes, por isso, use o medicamento apenas sob prescrição médica.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre o aripiprazol?

Vale lembrar que o tratamento com esse remédio não deve ser iniciado ou descontinuado sem monitoramento médico.

Diante de sintomas de doenças psíquicas, comece passando em consulta com o psiquiatra.

Dá para agilizar esse atendimento optando pela teleconsulta na plataforma Morsch, que te coloca em contato com esse e outros especialistas de um jeito prático.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin