Polissonografia de noite inteira: quando é indicado e como funciona o exame?

A polissonografia de noite inteira feita em laboratório é considerada o método padrão ouro para o diagnóstico de distúrbios como a Síndrome de Apneia obstrutiva do sono (SAOS).
Supervisionado por profissionais de saúde, esse é um dos principais exames de medicina do sono.
Mas as tecnologias modernas também permitem a realização do procedimento em casa, se for permitido pelo médico solicitante.
Trago mais detalhes sobre as indicações e tipos de polissonografia nas próximas linhas.
Incluindo os benefícios da telemedicina que dão mais celeridade à interpretação desse importante exame.

O que é polissonografia de noite inteira?
Polissonografia de noite inteira é um exame que mede diversos parâmetros durante o sono.
Geralmente a expressão “de noite inteira” se refere à polissonografia basal ou tipo 1, que é realizada sob supervisão em laboratório do sono.
Trata-se da modalidade mais completa do método, que monitora 7 canais de forma simultânea. No entanto, como mencionei na abertura do texto, também existe a polissonografia domiciliar que pode, inclusive, ser feita com 7 canais (tipo 2).
Essa alternativa costuma dar mais comodidade ao paciente, além de diminuir as chances de problemas para dormir por estar num ambiente desconhecido.
Conforme a solicitação do exame, o paciente pode realizar, ainda, a versão com pelo menos 4 (tipo 3) ou 1 canal (tipo 4).

Quando a polissonografia de noite inteira é indicada?
De maneira resumida, o exame está indicado na suspeita de distúrbios do sono ou complicações que afetem a qualidade do sono.
Geralmente, essas condições se manifestam através de sintomas como:
- Ronco
- Dor de cabeça ao acordar
- Sonolência excessiva durante o dia
- Dificuldade para adormecer
- Ataques súbitos de sono durante o dia
- Alterações do humor, como irritabilidade
- Lapsos de memória
- Depressão
- Ansiedade
- Problemas cognitivos que afetam a concentração, aprendizado, raciocínio e pensamento.
Contudo, o exame também é recomendado para rastrear doenças como a apneia obstrutiva do sono (AOS) em situações específicas.
Um exemplo está nos pacientes com doença obstrutiva do sono (DPOC), nos quais os sintomas clássicos podem não ser úteis para a suspeição da apneia.
Nesses casos, o Consenso em Distúrbios Respiratórios do Sono da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda o seguinte:
“Nos pacientes com DPOC, a polissonografia (PSG) está indicada quando houver suspeita clínica de AOS, surgimento de complicações hipoxêmicas (cor pulmonale e policitemia) ou presença de hipertensão pulmonar desproporcional ao comprometimento do fluxo aéreo.”

A interpretação da polissonografia é um desafio para as instituições de saúde
O que a polissonografia de noite inteira detecta?
A polissonografia basal pode detectar uma série de distúrbios do sono, incluindo:
- Insônia
- Narcolepsia
- Hipersonia
- Apneia obstrutiva do sono
- Hipopneia
- Síndrome da hiperresistência das vias aéreas superiores (SHVAS)
- Estágios avançados de DPOC
- Síndrome dos movimentos periódicos dos membros (PLMS)
- Síndrome das pernas inquietas
- Sonambulismo
- Terror noturno
- Paralisia do sono
- Pesadelos
- Bruxismo
- Enurese noturna.
A seguir, entenda como o exame é realizado.
Como é feito o exame de polissonografia de noite inteira?
O exame começa com a orientação do paciente, que deverá comparecer ao laboratório próximo ao horário em que costuma dormir.
Dependendo da recomendação no pedido médico, ele terá eletrodos e/ou sensores fixados em diferentes partes do corpo.

São esses itens que captam os dados de diferentes funções do organismo, permitindo sua avaliação durante a noite toda.
As ondas cerebrais, por exemplo, são registradas por meio dos eletrodos do EEG (eletroencefalograma), e convertidas em gráficos analisados posteriormente por um especialista.
O monitoramento do sono pode englobar exames como:
- Eletrocardiograma (ECG) para mostrar a atividade elétrica do coração
- Eletroencefalograma (EEG) para monitorar os impulsos elétricos do cérebro
- Oximetria de pulso para medir o nível de oxigênio no sangue
- Eletromiograma para medir o movimento dos músculos
- Eletro-oculograma para identificar as fases do sono e em que momento se iniciam, através do movimento dos olhos (indicativo de sono REM).
Entenda a seguir quais parâmetros são avaliados.
Parâmetros polissonográficos
A partir desses procedimentos, pode-se observar os seguintes parâmetros – descritos no estudo “Métodos diagnósticos nos distúrbios do sono”:
- Tempo total de sono (TTS), tempo de vigília, tempo total de registro (TTR)
- Eficiência do sono: TTS/TTR
- Latência para o início do sono, Latência para o sono REM e para os demais estágios do sono
- Duração (minutos) e as proporções dos estágios do sono do TTS
- Número total e o índice das apneias e hipopneias (IAH) por hora de sono
- Valores da saturação e os eventos de dessaturação da oxi-hemoglobina
- Número total e o índice dos movimentos periódicos de membros inferiores por hora de sono
- Número total e índice dos micro despertares por hora de sono e sua relação com os eventos respiratórios ou os movimentos de pernas
- Ritmo e frequência cardíaca.
Continue lendo para saber como é o preparo para o exame.

O exame também é recomendado para rastrear doenças como a apneia obstrutiva do sono (AOS)
Preparo para a polissonografia de noite inteira
Indolor e não invasiva, a polissonografia tem preparo simples.
O paciente pode realizar as atividades diárias e tomar os medicamentos normalmente, a não ser que o médico tenha solicitado sua suspensão.
Vale evitar bebidas alcoólicas e estimulantes, como a cafeína, pois eles podem interferir na qualidade do sono.
Também é importante que o paciente compareça com o couro cabeludo e a pele limpos, mas sem qualquer cosmético aplicado.
Ele deve usar roupas confortáveis e levar objetos de uso pessoal, como a escova de dentes e o travesseiro ao laboratório.
Vantagens da telemedicina para o diagnóstico do paciente
Por reunir vários exames, a interpretação da polissonografia é um desafio para as instituições de saúde.
Afinal, é preciso dispor de um verdadeiro time de especialistas para emitir o laudo médico.
Mas você pode contar com a telemedicina para agilizar a entrega de resultados de exames, diminuindo o tempo de espera pelo diagnóstico.
Basta compartilhar os registros via plataforma de Telemedicina Morsch para que sejam avaliados por médicos especialistas, que elaboram e assinam digitalmente o laudo.
Nossa equipe possui diversas especialidades para suprir as necessidades da sua clínica ou hospital, ofertando também uma segunda opinião médica, teleconsultoria para questões amplas de saúde e muito mais!
Consulte soluções pensadas para o seu negócio aqui!
Conclusão
Ao final deste artigo, você está informado sobre a polissonografia de noite inteira e sua relevância na identificação dos distúrbios do sono.
Se o texto foi útil, não deixe de compartilhar!
Leia também outros conteúdos sobre neurologia que publico aqui no blog.
