PEPS e PIPS: entenda o que é, como são formados e impactos na saúde

Por Dr. José Aldair Morsch, 9 de junho de 2023
PEPS e PIPS

Conhecer as aplicações de PEPS e PIPS é importante para entender a dinâmica de funcionamento dos neurônios.

Afinal, esses conceitos se relacionam com a comunicação entre as células cerebrais, que é feita por meio de sinapses.

Por consequência, geram impacto na interpretação de métodos diagnósticos em neurologia, como o eletroencefalograma, assim como no tratamento de doenças que acometem o sistema nervoso.

Neste texto, explico o que são, como ocorrem e quais são os efeitos do PEPS e PIPS para a saúde humana.

Ao final, apresento os benefícios do laudo de EEG online, emitido via telemedicina.

O que é PEPS e PIPS?

PEPS e PIPS (Potencial Excitatório Pós-Sináptico e Potencial Inibitório Pós-Sináptico) são processos que excitam ou inibem a ação de neurotransmissores.

Como mencionei acima, para entender melhor os termos, é necessário voltar alguns passos e recordar o que é sinapse.

Estamos falando da área de contato entre os neurônios, que tem grande relevância por permitir a transmissão de informações entre as células cerebrais.

Portanto, as sinapses são indispensáveis na comunicação entre os neurônios, respondendo pela transformação de informação elétrica em informação química, através de neurotransmissores.

A sinapse pode ser elétrica, quando a comunicação é feita por meio de junções comunicantes ou conexinas, que repassam a informação com rapidez.

Essa é uma transmissão simplificada, que dispensa os neurotransmissores, servindo para impulsionar movimentos, por exemplo.

Já uma segunda modalidade mais complexa é a sinapse química, que tem maior precisão e capacidade de modular a expressão da informação transmitida, por meio de neurotransmissores.

O que é PEPS?

PEPS são potenciais excitatórios pós-sinápticos.

Esse processo é caracterizado pela ligação entre um neurotransmissor e uma célula alvo, reforçando sua capacidade de acionar seu potencial de ação e expressar a informação transmitida.

O PEPS provoca a despolarização da célula, deixando seu interior com carga positiva.

O que é PIPS?

PIPS são potenciais inibitórios pós-sinápticos, capazes de neutralizar o impacto dos PEPS.

Esse processo desencadeia hiperpolarização da célula, tornando seu interior mais negativo.

Como ocorre o PEPS e o PIPS?

Os processos ocorrem a partir de sinapses químicas, sob a influência de neurotransmissores.

Conforme detalha o artigo “Mecanismos das ondas elétricas cerebrais”:

“Quando há necessidade de inibir um neurônio o complexo molecular formado com o mediador na membrana pós-sináptica causa aumento da permeabilidade ao K+ ou ao Cl e isso, como seria de esperar, acarreta aumento do potencial de membrana localmente, havendo hiper polarização em vez de despolarização. Os potenciais eletrotônicos de despolarização, implicados na excitação celular, denominam-se potenciais excitatórios pós-sinápticos (PEPS); os envolvidos na inibição são os potenciais inibitórios pós-sinápticos (PIPS). Em suma, pois, os processos de excitação são precedidos de PEPS e os de inibição, de PIPS.”

Como são formados os PEPS e PIPS?

PEPS e PIPS são formados no trecho prolongado das células neuronais, ou seja, nos dendritos – responsáveis por conduzir o impulso nervoso até o corpo celular do neurônio.

Segundo ilustra esta apresentação sobre o tema:

“Os PEPS e PIPS são gerados apenas nos dendritos e no corpo celular que se propagam em direção à zona de gatilho do potencial de ação (PA). Se o PEPS atingir o valor limiar, haverá PA”.

Como PEPS e PIPS podem impactar nossa saúde?

Ambos os processos são capazes de interferir na dinâmica que encerra o sinal sináptico, desencadeando alterações fisiológicas no organismo.

No entanto, esse efeito costuma ser mais significativo em relação aos PIPS, pois nem sempre o PEPS atinge o valor limiar para ativar o potencial de ação da célula.

Já a inibição pode explicar, por exemplo, como agem certos fármacos que tratam doenças mentais.

Substâncias que inibem a recaptação da serotonina, que é um neurotransmissor, são atualmente destinadas ao combate a transtornos depressivos.

Outra aplicação na área da saúde está no registro das ondas mentais por meio do eletroencefalograma (EEG).

Isso porque os eletrodos do aparelho empregado no exame captam os sinais sinápticos emitidos pelos neurônios, permitindo sua conversão em gráficos.

A partir desses resultados, um especialista é capaz de avaliar a atividade elétrica cerebral, identificando anormalidades como as descargas típicas de crises convulsivas.

PIPS e PEPS

PEPS e PIPS são formados no trecho prolongado das células neuronais, ou seja, nos dendritos

Vantagens do telediagnóstico na neurologia

Telediagnóstico é um serviço de telemedicina que permite a interpretação e emissão de laudos a distância.

Para isso, conta com um ambiente virtual intuitivo onde são compartilhados dados de exames como o EEG e a polissonografia: a plataforma de telemedicina.

Hospedada na nuvem, ela conta com mecanismos de autenticação e criptografia para garantir a segurança das informações e o sigilo médico.

Para obter seus laudos online, basta começar com a realização normal do exame pelo médico ou técnico de enfermagem devidamente treinado.

Em seguida, o profissional compartilha os registros dentro do sistema Morsch, acessado via login e senha a partir de qualquer computador ou dispositivo conectado à internet.

Um de nossos neurologistas de plantão recebe e avalia os achados sob a luz do histórico do paciente e suspeita clínica.

Ele compõe e assina digitalmente o laudo médico.

Dessa forma, o resultado fica pronto em minutos.

A seguir, listo as principais vantagens da telemedicina neurológica:

  • Serviço disponível a qualquer hora do dia ou da noite, incluindo feriados e domingos
  • Laudos completos, emitidos apenas por especialistas qualificados e com CRM/RQE ativos
  • Agilidade na liberação dos resultados de exames
  • Dispensa de gastos com deslocamentos
  • Opção de teleconsultoria por videoconferência para discutir casos complexos
  • Cobertura de férias, folgas e outras ausências de neurologistas
  • Comodato do aparelho de EEG, que permite o uso de dispositivos modernos pagando apenas a mensalidade por um pacote de laudos.

Leve essa inovação para sua equipe hoje mesmo!

Conclusão

Finalizando este texto, espero ter ajudado na compreensão sobre PEPS e PIPS.

Embora complexo, o assunto tem papel relevante no campo da neurologia, pois esclarece mecanismos de comunicação entre as células do sistema nervoso central.

Além de fundamentar a interpretação do eletroencefalograma, que fornece dados sobre a atividade elétrica cerebral.

Esse e outros procedimentos podem ser laudados com o auxílio do telediagnóstico, que agiliza a entrega dos resultados e a escolha do tratamento adequado.

Se achou o conteúdo interessante, veja mais artigos de neurologia no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin