Naloxona: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 25 de março de 2024
Naloxona

A naloxona é o princípio ativo de um medicamento utilizado apenas em ambiente hospitalar.

Portanto, não está disponível para o público geral, nas farmácias ou drogarias.

Porém, esse fármaco tem papel importante em emergências e urgências, como explico ao longo do artigo.

Trago também um passo a passo para consultar o médico online, esclarecendo suas dúvidas de forma rápida e segura.

Acompanhe até o final para ficar por dentro do tema.

O que é naloxona?

Naloxona é um remédio antagonista de opioides, ou seja, que corta o efeito dessas substâncias no organismo.

Deve ser manuseado por profissionais de saúde experientes, a fim de prevenir reações adversas e complicações potencialmente fatais.

Pode ser usado em adultos, crianças ou mesmo em bebês recém-nascidos, quando necessário.

Para que serve naloxona

O fármaco serve para reverter os efeitos dos opioides, tais como depressão respiratória, sedação, hipotensão, efeitos disfóricos (mal-estar psíquico) e psicotomiméticos (modificações no estado mental).

Uma vez administrado por via parenteral, é metabolizado no fígado e distribuído pelo corpo, anulando a ação de substâncias como a morfina, metadona, nalbufina, tramadol, buprenorfina e sufentanila.

Seu efeito é percebido após poucos minutos, até que o composto seja excretado pela urina.

Principais indicações

O cloridrato de naloxona é indicado para:

  • Tratamento de emergência de superdose ou intoxicação aguda por opioide, suspeita ou comprovada, que se manifesta por depressão respiratória e/ou depressão do sistema nervoso central
  • Reversão completa ou parcial dos efeitos adversos de opioides, especialmente depressão respiratória, causados com seu uso terapêutico
  • Diagnóstico de superdose aguda, suspeita ou conhecida, por opioides
  • Reversão da depressão respiratória em neonatos de mães que receberam opioides durante o trabalho de parto.

Essas são as indicações previstas em sua bula.

Como tomar cloridrato de naloxona

Como mencionei acima, o medicamento é de uso hospitalar exclusivo.

Portanto, pacientes não devem administrar naloxona.

Essa tarefa é reservada a profissionais de saúde devidamente treinados, que poderão aplicar a solução injetável de 0,4 mg/mL conforme as instruções da bula do remédio, por via intravenosa, subcutânea ou intramuscular.

Nas emergências, é comum utilizar a via intravenosa para um efeito mais rápido.

Já nos casos em que se deseja estender a ação do medicamento, é utilizada a via intramuscular.

A seguir, reproduzo o preparo para a infusão intravenosa do cloridrato de naloxona – para mais informações, fale com seu médico.

  • O cloridrato de naloxona deve ser diluído, para aplicação intravenosa, em solução de cloreto de sódio 0,9% ou solução de glicose a 5%
  • A adição de 2 mg (5 ampolas) de cloridrato de naloxona em 500 mL de qualquer solução citada, fornece a concentração de 0,004 mg/mL
  • As misturas devem ser usadas dentro de 24 horas e a bolsa de infusão deve ser protegida da luz durante sua utilização
  • Após 24 horas, a solução restante não utilizada deve ser descartada. A dose deve ser ajustada de acordo com a resposta do paciente.

A seguir, trago detalhes sobre a receita para aquisição do medicamento.

Receita de naloxona

O medicamento só pode ser adquirido por gestores de unidades de saúde, mediante a apresentação da receita de controle especial em duas vias.

Devido a esse formato, a receita C1 permite a retenção da primeira via pela fornecedora ou distribuidora da droga, que poderá ter a atividade rastreada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Dessa forma, a Anvisa pode coibir o uso indiscriminado do fármaco, diminuindo os riscos do manuseio fora do ambiente hospitalar.

As regras se aplicam à naloxona porque ela consta na lista C1 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, que criou o regulamento de remédios controlados no Brasil.

Ansiolíticos, anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, antidemenciais, antidepressivos e antipsicóticos também fazem parte do grupo prescrito através da receita branca C1.

O documento é válido por 30 dias e pode dar acesso a produto suficiente para até 60 dias de tratamento ou 5 ampolas, caso o fármaco seja injetável.

Dúvidas frequentes sobre naloxona

Agora que já conhece as principais indicações e regras de prescrição, veja respostas rápidas para outras perguntas sobre o medicamento.

Como a naloxona age?

Sua ação antagonista específica de opiáceos (substâncias derivadas do ópio) bloqueia a interação dessas drogas com receptores cerebrais, anulando sintomas de overdose e outros eventos adversos graves.

Quando não há opioides no organismo, o medicamento não provoca qualquer impacto significante, por isso, pode ser utilizado no diagnóstico diferencial – para confirmar ou descartar a intoxicação por derivados do ópio.

Qual o efeito colateral de naloxona?

As reações adversas mais comuns dependem do objetivo do tratamento com naloxona.

No pós-operatório, por exemplo, pode ocorrer:

Pacientes dependentes de opioides poderão sofrer uma crise de abstinência, com sintomas como dores no corpo, febre, sudorese, coriza, espirros, piloereção, bocejar, fraqueza, calafrios ou tremores.

Nervosismo, agitação ou irritabilidade, diarreia, náuseas ou vômitos, cólicas abdominais, aumento da pressão arterial e taquicardia também podem ocorrer.

Devido ao risco de complicações fatais, a naloxona só deve ser administrada em locais equipados para atender emergências.

Quando não se deve administrar naloxona?

Pacientes que tenham hipersensibilidade (alergia) à naloxona ou outros componentes da fórmula não devem receber o medicamento.

O remédio deve ser usado com cautela em portadores de doenças cardiovasculares ou pessoas que receberam medicamentos com potenciais efeitos cardiovasculares adversos.

Mulheres grávidas ou que estiverem amamentando só devem receber naloxona sob expressa determinação médica.

Conclusão

Embora tenha um papel importante na reversão da intoxicação por opioides, a naloxona deve ser utilizada com cuidado e sob supervisão médica.

Caso tenha ficado com dúvidas ou esteja com sintomas incômodos, marque uma consulta médica para receber o diagnóstico e tratamento adequados.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin