Gastroenterite: o que é, sintomas, causas e tratamentos
Já ouviu falar em gastroenterite?
Essa doença é comum e pode afetar indivíduos de todas as idades e condições de saúde.
Porém, é preciso redobrar a atenção em casos sensíveis, como de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, em especial devido ao maior risco de quadros graves de desidratação.
Neste texto, explico os tipos, causas e quando a gastroenterite é perigosa.
Acompanhe até o final para entender também como a praticidade da teleconsulta pode ser útil para esses e outros cuidados de saúde.
O que é gastroenterite?
Gastroenterite é um quadro de inflamação do trato digestivo.
Geralmente, aparece após a ingestão de água ou alimentos contaminados ou do contato com pessoas infectadas.
A falta de saneamento básico e hábitos de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e após usar o banheiro, também favorecem o surgimento da gastroenterite.
Na maioria das vezes, a doença se manifesta de maneira súbita, através de desconforto leve que evolui para diarreia e vômitos rapidamente.
Tipos de gastroenterite
A inflamação gastrointestinal pode ser classificada de acordo com o agente que provocou a doença.
Nesse cenário, vale comentar quatro tipos de gastroenterite, como você verá a seguir.
Gastroenterite viral
Essa é a modalidade mais comum da doença, originada pelo contato com vírus.
Rotavírus, adenovírus, astrovírus, calicivírus e norwalk vírus estão entre os principais agentes que desencadeiam a gastroenterite viral – também chamada de virose.
Na maioria das vezes, geram sintomas leves que dispensam o tratamento em ambulatório ou ambiente hospitalar.
Gastroenterite bacteriana
Febre, diarreia com sangue e/ou muco podem indicar uma condição mais grave, provocada por bactérias.
A lista desses microrganismos é extensa, incluindo E. coli, Salmonella sp, Shigella sp, Yersinia sp, Clostridium difficile, Vibrio cholerae e Campylobacter jejuni.
Gastroenterite parasitária
Esse tipo é causado por protozoários como Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium e Cyclospora.
Costuma desencadear episódios intercalados de evacuações aquosas e escurecidas.
Gastroenterite não infecciosa
Algumas vezes, a inflamação aparece devido ao uso de certos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno.
Ou mesmo como sinal de doenças intestinais capazes de irritar a parede interna do intestino e outros órgãos, o que pede investigação médica.
Quais os sintomas da gastroenterite?
Como mencionei acima, os sintomas podem variar conforme a causa da gastroenterite.
Quadros de origem viral costumam provocar desconforto leve, enquanto os de raiz bacteriana geram incômodo mais intenso.
Confira uma lista de sintomas comuns abaixo:
- Falta de apetite
- Enjoo
- Cólicas intestinais
- Diarreia
- Vômitos
- Gases
- Mal-estar
- Fraqueza
- Dor de cabeça
- Calafrios
- Febre
- Boca seca
- Sede
- Dores pelo corpo
- Tontura.
É sempre importante informar detalhadamente o que sente ao seu médico.
O que causa gastroenterite?
Como mencionei acima, a maioria dos casos decorre de infecções virais ou desencadeadas por outros microrganismos, como bactérias e parasitas.
O contato com esses agentes patógenos normalmente ocorre quando a pessoa bebe água contaminada ou ingere alimentos estragados, que contêm toxinas liberadas pelos microrganismos.
Ou quando leva a mão à boca depois de ter tocado numa superfície ou objeto contaminado.
Ao serem absorvidas no trato digestivo, as toxinas dão início à infecção, manifestando os sintomas mencionados no tópico anterior.
Além dos agentes infecciosos, a doença de Crohn e outras patologias do sistema digestivo também podem estar por trás dos casos de gastroenterite, principalmente se forem crônicos ou repetidos.
Quais alimentos causam gastroenterite?
Antes de citar alguns deles, é importante deixar claro que não são os alimentos que causam gastroenterite, mas os vírus e bactérias com que podem estar contaminados.
Contudo, existem itens mais suscetíveis a se deteriorar, em especial nos dias mais quentes. Daí a razão para as infecções intestinais serem mais comuns no verão.
Assim, é indicado tomar cuidado ou evitar a ingestão de:
- Água de origem desconhecida. Prefira tomar água mineral, filtrada ou fervida
- Maionese
- Molhos caseiros
- Frutos do mar, como camarão e lula
- Carne crua ou malpassada
- Ovo malcozido
- Vegetais crus
- Leite e seus derivados, como manteiga e queijos.
Procure conhecer a procedência e detalhes sobre o preparo desses alimentos quando resolver comer fora de casa.
Em sua residência, garanta que todos eles sejam mantidos refrigerados, principalmente durante os dias de calor.
Outra dica de ouro é guardar a comida na geladeira logo após o preparo, evitando o acúmulo de microrganismos patogênicos.
E sempre lavar, higienizar e cozinhar bem os alimentos antes do consumo.
Tratamentos para gastroenterite
Na maioria das vezes, o tratamento visa aliviar os sintomas até que o organismo elimine o vírus responsável pela infecção.
Para tanto, é indicado repousar e aumentar a ingestão de líquidos como água, água de coco, suco coado, água com limão e soro caseiro.
Segundo informa uma cartilha do Ministério da Saúde, o preparo do soro caseiro é feito em três passos:
- Separe um litro de água mineral, água filtrada ou fervida (mas já fria)
- Adicione uma colher pequena (tipo cafezinho), de sal e uma colher grande (tipo sopa), de açúcar na água
- Misture bem e ofereça ao doente ao longo do dia, em pequenas colheradas.
Tomar soro caseiro ajuda a prevenir complicações como a desidratação, que acontece por causa da eliminação de líquidos e nutrientes importantes através das evacuações e vômitos.
Junto à alimentação leve, as medidas acima ajudam a fortalecer o sistema imunológico, diminuindo a duração dos sintomas da gastroenterite viral.
No entanto, é preciso buscar ajuda médica se o desconforto for intenso ou caso a diarreia permaneça ou piore depois de 48 horas.
Esses são sinais de infecção por bactéria, parasita ou gastroenterite não infecciosa, que pedem uma abordagem terapêutica diferente.
Medicamento para gastroenterite
Uma recomendação essencial para evitar agravos à saúde é não se automedicar quando estiver com infecção no trato intestinal.
Tentar parar as evacuações ou vômitos pode piorar o quadro, pois é através deles que o organismo expulsa o agente patógeno.
Antieméticos (remédios para cessar os vômitos), analgésicos e fármacos que aliviam o enjoo podem ser prescritos pelo médico para combater os sintomas em casos específicos.
Probióticos são outra classe de medicamentos que podem ajudar no tratamento, pois essas substâncias auxiliam na regulação da flora intestinal.
Já os antibióticos e antiparasitários são receitados apenas quando o diagnóstico aponta para gastroenterite bacteriana ou parasitária.
O que comer com gastroenterite?
Os sintomas de gastroenterite podem incomodar muito, ainda que seja um caso leve e tratável em casa.
Nos primeiros dias, a náusea, dor e distensão na barriga podem diminuir o apetite, no entanto, é preciso se alimentar bem para acelerar a recuperação.
Só tenha o cuidado de evitar alimentos irritantes para o estômago e intestino, como chocolates, produtos com cafeína (café, chá mate, refrigerantes) e lanches ao estilo fast food.
Itens industrializados, condimentados ou carregados em temperos como pimenta também podem piorar o quadro de vômitos e diarreia.
Por fim, itens que estimulam a produção de gases, como brócolis e feijão, não devem ser consumidos nos primeiros dias de gastroenterite.
Invista numa dieta leve e com alimentos de fácil digestão, a exemplo de:
- Arroz branco
- Macarrão
- Legumes sem casca cozidos
- Batata, inhame e outros tubérculos
- Frutas sem casca
- Bolacha de água e sal
- Tapioca
- Ovo cozido
- Tofu
- Carnes magras, como filé de frango e peixe sem pele.
À medida que os sintomas diminuem, você pode introduzir novos itens aos poucos, como molho de tomate caseiro e iogurte desnatado.
Comece ingerindo pequenas porções para testar a tolerância do organismo.
Não se esqueça de caprichar na hidratação, bebendo água mineral, filtrada ou fervida aos poucos.
Tome um copo d’água depois de cada episódio de evacuação para repor o líquido perdido.
O soro caseiro pode ser dado às crianças em pequenas porções, a cada 5 minutos, a fim de prevenir sua eliminação pelo vômito.
Outra opção são chás calmantes como o de camomila, erva cidreira e erva-doce.
Quanto tempo dura a gastroenterite?
Grande parte dos casos duram entre 3 e 5 dias.
Normalmente, a gastroenterite viral é autolimitada, ou seja, tem cura espontânea depois desse período.
Já os hábitos intestinais são restabelecidos aos poucos, com o suporte das medidas que expliquei anteriormente.
Contudo, casos moderados e graves podem se estender por mais de 14 dias, o que caracteriza a diarreia persistente.
Raramente, a doença é crônica, com duração maior que 30 dias e consequente aumento no risco de desidratação ou até desnutrição crônica.
Crianças que não recebem o tratamento adequado podem sofrer com retardo do desenvolvimento do peso e estatura e retardo do desenvolvimento intelectual.
Gastroenterite é uma doença perigosa?
Depende da causa, intensidade, condição clínica do paciente e acesso ao tratamento.
Infecções por bactérias e parasitas tendem a ser mais graves que as virais, por exemplo, estendendo o período de sintomas.
Bebês, crianças, idosos e doentes crônicos possuem o sistema imunológico em formação ou enfraquecido, o que pode aumentar o impacto da gastroenterite em seu bem-estar.
Nesse cenário, a recuperação também é mais demorada.
O tipo e intensidade dos sintomas também revelam a severidade da doença, elevando, por exemplo, as chances de desidratação.
Portanto, é fundamental reconhecer os sinais de alerta abaixo e procurar um médico caso observe:
- Diarreia por mais de sete dias
- Mais de três evacuações diárias em criança, idoso ou paciente imunossuprimido
- Sintomas de desidratação: olhos fundos, falta de lágrimas quando a criança chora, boca seca, muita sede, redução da quantidade de urina, afundamento da moleira (em bebês)
- Sangue, muco ou pus nas fezes
- Palpitações, cólicas, vômitos, sudorese, mal-estar geral e outros sintomas intensos
- Febre por mais de dois dias.
Está com sintomas? Fale agora com um médico!
Gastroenterite é contagiosa?
Na maioria das vezes, sim.
A exceção fica para os casos não infecciosos, desencadeados por remédios e doenças de fundo.
Em geral, o contato com pessoas infectadas por vírus, bactérias e parasitas é um dos meios de transmissão da doença.
O melhor é não compartilhar talheres ou objetos de uso pessoal, nem tocar em pacientes com sintomas de gastroenterite.
A já citada cartilha do Ministério da Saúde traz mais ações para prevenir a infecção.
Saiba o que fazer:
- Amamentar o recém-nascido no mínimo até os seis meses de vida
- Beber somente água tratada, filtrada ou fervida
- Beber bastante líquidos, principalmente nos dias mais quentes
- Observar se os encanamentos da residência não estão furados
- Manter os depósitos de água sempre fechados e fazer limpeza regularmente
- Não tomar banho em rio, açude ou piscina contaminados
- Manter a higiene da casa, pessoal e dos utensílios de mesa e fogão
- Lavar as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos, antes de amamentar, após a troca de fraldas de crianças ou após usar o banheiro
- Proteger os alimentos de moscas, baratas e ratos
- Lavar cuidadosamente as verduras e frutas.
A seguir, esclareço qual médico procurar em quadros de gastroenterite.
Qual médico é especialista em gastroenterite?
O gastroenterologista é o médico especialista no diagnóstico e tratamento de doenças que atingem o aparelho digestivo, incluindo a gastroenterite.
Porém, o atendimento inicial costuma ser dado pelo médico generalista (o clínico geral), que avalia sinais inespecíficos como enjoo e febre.
Esse profissional pode ainda tratar muitos casos da doença, deixando os mais graves para o gastroenterologista.
Crianças acometidas pela infecção do trato digestivo também podem ser avaliadas pelo pediatra.
Vantagens da teleconsulta para tratar a gastroenterite
A agilidade na assistência é uma das vantagens de escolher o atendimento médico online.
Em vez de esperar dias ou até semanas, dá para agendar uma teleconsulta em minutos, tirar dúvidas e receber o diagnóstico.
Claro que casos urgentes, com sintomas intensos, devem ser examinados no pronto atendimento para acelerar a abordagem terapêutica.
No entanto, os demais casos se beneficiam da comodidade da consulta online, que dispensa deslocamentos e leva o aconselhamento médico para dentro da sua casa.
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Conclusão
Apesar de comum, a gastroenterite exige cuidados para uma recuperação rápida e sem complicações.
Na dúvida, vale consultar um médico utilizando ferramentas rápidas como a consulta por videoconferência, a fim de prevenir agravos.
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