Anamnese psicológica: o que é, para que serve importância e como fazer

O processo de anamnese psicológica tende a ser personalizado conforme as necessidades do paciente.

Embora o psicólogo possa seguir o que sugere a ficha de anamnese, a entrevista será adaptada a partir do relato, queixa e objetivos da pessoa atendida.

Afinal, o sucesso da assistência depende do relacionamento e nível de confiança que o paciente desenvolve em relação ao profissional, o que permite o compartilhamento de anseios e experiências pessoais.

Daí a importância da entrevista que abre o atendimento psicológico e é tema deste artigo.

Nos próximos tópicos, explico as principais etapas, para que serve e como funciona esse tipo de anamnese durante uma teleconsulta.

O que é anamnese psicológica?

Anamnese psicológica é uma entrevista roteirizada aplicada pelo psicólogo, preferencialmente.

O mais comum é que as perguntas sejam feitas em meio a uma conversa em ambiente acolhedor, a fim de deixar o paciente à vontade desde o primeiro atendimento.

Dessa forma, ele terá mais facilidade para contar sobre experiências que deixaram marcas profundas, como grandes conquistas ou traumas.

Assim como na anamnese médica, usada por nutricionistas e outros profissionais, as questões são feitas no início da assistência psicológica, apoiando diagnóstico e tratamento.

Para que serve uma anamnese psicológica?

A anamnese psicológica pode ter diversas finalidades.

Uma das mais comuns consiste na apresentação de um candidato à terapia, que buscou o consultório para cuidar da saúde mental e melhorar a qualidade de vida.

Ou mesmo para iniciar o tratamento de uma doença mental, como depressão, ansiedade ou síndrome de burnout.

Nesse cenário, o psicólogo usa um roteiro para entender não apenas o problema que levou o paciente a pedir ajuda, mas também o seu entorno e estilo de vida.

Porque, muitas vezes, o problema sofre a influência de aspectos do dia a dia que precisam ser repensados e/ou ressignificados – o que será feito através de metodologias específicas, ao longo do tratamento.

No entanto, há contextos em que a anamnese psicológica é aplicada para embasar uma decisão a respeito dos cuidados com o paciente.

Por exemplo, na avaliação de um indivíduo que está passando por um momento sensível, como logo após a inserção de uma prótese.

A rotina após a cirurgia será diferente da vida que essa pessoa levava anteriormente, o que pode pedir acompanhamento psicológico constante.

Cabe, então, ao psicólogo ou psiquiatra do serviço de saúde verificar a condição psíquica do paciente, a fim de encaminhá-lo a esse tipo de assistência para preservar a saúde mental.

Qual a importância da anamnese na psicologia?

Como mencionei na abertura do texto, a anamnese é fundamental para a construção de um vínculo de confiança com o paciente.

Essa relação aberta é muito importante para qualquer atendimento em saúde, mas se torna crítica no caso do psicólogo.

Isso porque as informações com que o profissional trabalha vêm, na maioria das vezes, do paciente.

Claro que dá para incluir pessoas próximas que forneçam mais relatos, principalmente na assistência a alguns grupos específicos, como as crianças.

Porém, a percepção de cada pessoa é única, o que agrega um valor inestimável ao relato fidedigno do próprio paciente.

Sem uma anamnese de qualidade, fica difícil para o psicólogo dar seguimento aos cuidados com a saúde mental, pois ele não terá material para trabalhar nas sessões.

Quando a entrevista tem sucesso, por outro lado, o trabalho se torna colaborativo, com mais chances de resultados positivos.

Modelo de anamnese psicológica

Não existe um modelo de anamnese psicológica único.

As perguntas dependem do objetivo do atendimento, portanto, devem ser direcionadas de acordo com a suspeita clínica, diagnóstico anterior ou eventos de saúde prévios.

Você encontra uma referência básica aqui e um modelo destinado a pacientes adultos ostomizados aqui.

Trago abaixo algumas questões que servem como inspiração para montar o seu roteiro de anamnese psicológica:

• O que trouxe você ao consultório hoje?

• Como tem se sentido ultimamente?

• Quando e como surgiu o problema atual?

• A queixa afeta sua rotina? De que forma?

• Você reparou em sintomas? Quais?

• Já tentou resolver de algum jeito? Como?

• Sofre com alguma doença crônica?

• Está realizando tratamento ou usando algum remédio atualmente? Qual?

• Já foi internado? Por que motivo?

• Já fez terapia antes?

• Como é o dia a dia da sua família?

• Como é seu ambiente de trabalho?

• Você conta com pessoas que te ajudam (rede de apoio)? Quem são elas?

Na sequência, falo sobre como fazer a anamnese psicológica.

Como fazer anamnese psicológica?

Embora não exista um modelo que atenda a qualquer tipo de anamnese psicológica, há algumas etapas fundamentais para a entrevista que normalmente são seguidas.

São elas:

• Identificação do paciente: nome, sexo, idade, telefone, endereço, profissão, estado civil etc.
• Queixa principal: descreva o motivo para a consulta nas palavras do paciente
• História da doença atual (HDA): se já foi diagnosticada ou não, sintomas, início, intensidade
• História familiar: patologias identificadas em familiares próximos, como pais e filhos
• História pessoal: hábitos e estilo de vida, atividades diárias, se usa drogas lícitas ou ilícitas e com que frequência, como é a dinâmica em casa e no trabalho, como são os relacionamentos sociais e interpessoais. E de que forma o paciente se sente nesse cenário.

Lembrando que é fundamental ao paciente encontrar um ambiente acolhedor para que o processo tenha sucesso.

Como funciona a anamnese psicológica com o teleatendimento?

A anamnese via teleatendimento funciona por videoconferência, dentro de uma plataforma de telemedicina.

Geralmente, esse sistema fica hospedado na nuvem (internet), permitindo o acesso a partir de qualquer dispositivo conectado à rede.

É o caso da plataforma Morsch, que conta com a proteção por mecanismos de autenticação e criptografia.

Uma vez logados, psicólogo e paciente são direcionados a uma sala virtual exclusiva para a teleconsulta.

Usando recursos de áudio e vídeo, o profissional conduz a anamnese e pode preencher a ficha do paciente em tempo real, como faria presencialmente.

Com a vantagem de que o atendimento é feito sem exigir o deslocamento até o consultório, o que faz toda a diferença para pessoas que sofrem com síndrome do pânico, agorafobia ou têm restrições de mobilidade.

No sistema Morsch, a teleconsulta tem prontuário digital integrado, possibilitando a atualização automática do histórico de saúde. Acesse a nossa página de teleconsulta e saiba mais.

Conclusão

Ao final deste artigo, espero ter deixado claro que a anamnese psicológica é uma ferramenta essencial para profissionais de saúde mental.

Portanto, deve ser feita de maneira humanizada e customizada para promover o acolhimento ao paciente, desde a primeira consulta.

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