Aterosclerose: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 14 de junho de 2015
Aterosclerose

A aterosclerose é uma das doenças cardiovasculares mais comuns e está por trás de casos de infarto do coração, AVC (acidente vascular cerebral) e até gangrena nos membros inferiores.

Cada uma dessas complicações surge devido ao entupimento das artérias em diferentes partes do corpo, conforme explico ao longo do artigo.

Leia até o final para conferir um panorama completo sobre a aterosclerose, suas causas, sintomas, fatores de risco e medidas preventivas importantes.

Uma delas é passar em consulta com o cardiologista periodicamente, e a telemedicina te ajuda a manter esse cuidado em dia.

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O que é aterosclerose?

Aterosclerose é uma doença inflamatória caracterizada pela obstrução das artérias devido ao acúmulo de placas de gordura, cálcio e outros tipos de substâncias.

Como mencionei acima, ela pode atingir o coração, cérebro ou membros inferiores de forma localizada ou difusa, ou seja, presente em vários locais.

Por conta dos depósitos acumulados nos vasos sanguíneos, a passagem de sangue fica dificultada

A patologia evolui gradualmente. Com o passar dos anos, as placas crescem e os estreitamentos se agravam. 

Como resultado desse processo, pode ocorrer uma obstrução completa, que restringe o fluxo de sangue da região afetada. 

Dessa forma, a parte do corpo atingida recebe menos nutrientes e oxigênio, o que faz suas funções serem comprometidas.

Dependendo da evolução, o quadro pode desencadear infartos, AVC e até a morte súbita

Por conta dessa variabilidade, os tratamentos compreendem desde mudanças nos hábitos cotidianos até o uso de remédios e cirurgias. 

Qual a diferença entre aterosclerose e arteriosclerose?

É comum confundir essas duas condições, devido ao nome parecido e ao fato de que podem surgir simultaneamente.

Mas existem diferenças.

Isso porque a arteriosclerose afeta toda a extensão de uma artéria, que, além de obstruída, fica endurecida.

Esse termo é usado para definir as lesões que levam ao enrijecimento da artéria, como as desencadeadas pela hipertensão arterial.

Já na aterosclerose, a origem está no acúmulo de placas de ateroma (formadas por gordura e cálcio) nas paredes arteriais.

Quais são os tipos de aterosclerose?

A aterosclerose pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da localização e do grau de obstrução das artérias.

Em comum, todas elas compartilham o mesmo mecanismo: acúmulo de colesterol e inflamação crônica nas paredes arteriais.

Os principais tipos de aterosclerose são classificados conforme os vasos afetados:

  • Aterosclerose coronariana, que compromete as artérias do coração e pode levar ao infarto agudo do miocárdio
  • Aterosclerose carotídea, que afeta as artérias do pescoço e aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC)
  • Doença arterial periférica, caracterizada pela obstrução de vasos nos membros inferiores, causando dor ao caminhar e, em casos graves, gangrena
  • Aneurisma de aorta aterosclerótico, quando há enfraquecimento e dilatação da aorta devido ao acúmulo de placas.

Além da localização, a gravidade da aterosclerose varia conforme a espessura e composição das placas de gordura, que podem se romper e gerar trombos.

Algum desses trombos podem se desprender das paredes arteriais, viajar pelos vasos mais calibrosos e obstruir os de menor calibre.

Isso pode causar infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, gangrena de membros inferiores, etc.

Ou, então, essas placas crescem lentamente e acabam por causar uma obstrução arterial total.

Aterosclerose doença

Aterosclerose é uma doença inflamatória caracterizada pela obstrução das artérias devido ao acúmulo de gordura

Quais os sinais e sintomas da aterosclerose?

A aterosclerose gera sinais ou sintomas que dependem do local afetado.

Ela é uma doença sistêmica, portanto atinge todo o organismo, mas os órgãos mais afetados são o coração, o cérebro e os membros inferiores.

Os sintomas principais gerados pela aterosclerose são consequência da diminuição do fluxo sanguíneo nesses órgãos:

  • Angina de peito e infarto do miocárdio (ataque cardíaco), relacionados a entupimento das artérias coronárias (localizadas no coração)
  • AVC ou derrame cerebral, relacionados a entupimento das artérias carótidas (localizados no pescoço), que prejudicam o fluxo sanguíneo até o cérebro
  • Claudicação ou dor nas panturrilhas ao caminhar pequenas distâncias, quando relacionados a entupimentos nas artérias ilíacas ou femorais (localizadas nas pernas). Também podem surgir enfraquecimento da pele, unhas e músculos, dificuldade de ereção peniana e, nos casos mais graves, gangrena repentina.

No próximo tópico, abordo as possíveis causas para essa condição

O que causa aterosclerose?

A aterosclerose é multifatorial, sendo influenciada por fatores genéticos e ambientais.

Um dos mais importantes é o excesso de colesterol no sangue, que geralmente é reflexo de hábitos diários prejudiciais relacionados ao tabagismo, dieta rica em gordura, sal e açúcar, e falta de atividade física.

Existem casos raros em que uma condição hereditária, chamada hipercolesterolemia familiar, mantém a taxa de colesterol elevada desde o nascimento.

Seja qual for a situação, o colesterol alto gera uma reação inflamatória no endotélio – a capa de células que reveste as paredes internas das artérias.

Quando isso ocorre, placas de ateroma começam a surgir. 

Com o passar do tempo, mais camadas vão sendo formadas, o que congestiona a circulação sanguínea até a sua interrupção. 

Importante dizer que o estilo de vida atual estende os fatores de risco para a maioria das pessoas, que devem se informar e tomar decisões para prevenir a aterosclerose. 

Apesar de ser uma patologia mais evidente com o avanço da idade, vale lembrar que seu processo é lento, com surgimento por volta dos 20 anos de idade.

E que dificilmente a aterosclerose é detectada por exames de rotina.

Contudo, certos fatores de risco podem fazer com que a condição e seus agravamentos sejam acelerados. 

Saiba mais sobre eles a seguir.

Fatores de risco da aterosclerose

De acordo com a SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular), os principais fatores de risco para essa patologia são:

  • Idade entre 50 a 70 anos
  • Sexo masculino, embora o risco aumente para mulheres após a menopausa
  • Hiperlipidemia ou altos níveis de gorduras circulantes no sangue, com destaque para o colesterol 
  • Tabagismo, pois fumantes têm um risco 9 vezes maior de desenvolver a aterosclerose 
  • Hipertensão, que leva a alterações na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras 
  • Sedentarismo
  • Antecedentes familiares.

Confira na sequência como se dá o diagnóstico da condição.

Qual exame detecta aterosclerose?

A suspeita clínica pode surgir na consulta médica, caso haja queixa de dor no peito ou dor nas pernas ao caminhar por uma certa distância.

Por meio da palpação das artérias superficiais, o médico pode sentir o estado de endurecimento e a irregularidade na forma delas.

E, assim, solicitar exames complementares para aprofundar a investigação.

Porém, na maioria das vezes a aterosclerose é uma doença silenciosa, que apresenta sintomas apenas quando ocorre a obstrução de cerca de 75% do calibre de uma artéria.

Daí a necessidade de incluir o teste ergométrico no check up cardiológico anual, indicado especialmente após os 40 anos.

Também chamado teste de esforço, esse exame permite o diagnóstico precoce, uma vez que se mostra positivo nos estágios iniciais da doença.

Outros procedimentos úteis são o eletrocardiograma, que transmite uma ideia indireta da circulação nas artérias cardíacas, além da arteriografia e do Doppler.

Arteriografia é um exame minimamente invasivo que usa um fino tubo (cateter) para visualizar o interior das artérias e tratar alguns casos.

Já a ultrassonografia com Doppler é um exame de imagem não invasivo que permite visualizar a circulação nas artérias.

Quais são os riscos da aterosclerose?

O fluxo sanguíneo de pacientes com aterosclerose fica prejudicado, fazendo com que os órgãos não recebam a quantidade ideal de sangue e oxigênio.

Por consequência, pode ocorrer uma série de problemas de saúde, dependendo de onde a circulação foi comprometida. Os mais comuns são:

A falta de tratamento adequado pode levar a pessoa a óbito.

Logo, é essencial entender o que é aterosclerose e realizar exames cardiológicos periodicamente – especialmente se a pessoa fizer parte do grupo de risco.

Com isso, é possível promover o diagnóstico precoce, permitindo realizar as manobras necessárias para evitar a evolução da doença.

Como tratar a aterosclerose?

A aterosclerose não tem cura, mas tem tratamento.

É possível diminuir a velocidade de progressão da doença combinando mudanças comportamentais e medicamentos.

Cirurgias são indicadas apenas nos casos mais graves.

Quadros leves podem ser tratados com alterações no estilo de vida, incluindo:

  • Perder peso
  • Parar de fumar
  • Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas
  • Praticar atividade física regularmente
  • Adotar uma dieta pobre em gordura, dando preferência a alimentos naturais como legumes, frutas e verduras
  • Reduzir a ingestão de sal.

Se as medidas forem insuficientes, cabe ao cardiologista prescrever medicamentos vasodilatadores.

Caso a doença esteja em estágio avançado, pode ser necessário recorrer a procedimentos invasivos como o cateterismo cardíaco, angioplastia e ponte de safena.

Remédios para aterosclerose

Diferentes classes de medicamentos podem ser receitadas pelo médico, tais como:

  • Betabloqueadores: servem para diminuir os batimentos cardíacos e para baixar a pressão arterial
  • Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA): também atuam para diminuir a pressão arterial, o que protege especialmente os rins e o coração
  • Bloqueadores de canais de cálcio: além de baixar a pressão, eles relaxam as artérias e minimizam as tensões na região cardíaca
  • Diuréticos: reduzem a pressão e eliminam água do organismo
  • Antiplaquetários: correspondem à popular aspirina. Sua função é prevenir o desenvolvimento de coágulos nas artérias
  • Estatinas: contribuem para a diminuição do colesterol
  • Nitratos: otimizam o fluxo sanguíneo para o coração e aliviam a dor no peito sentida pelo paciente.

Junto aos remédios, é imprescindível que o paciente preze por um estilo de vida mais saudável, como expliquei acima.

Nos casos severos, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias. 

Cirurgias

As intervenções cirúrgicas só são recomendadas quando o uso de medicamentos não é mais eficaz na diminuição das placas de gordura nas paredes das artérias.

O tipo de cirurgia é definido pelo especialista de acordo com a gravidade da doença e as necessidades do paciente, englobando desde operações minimamente invasivas até cirurgias maiores.

Conheça os tipos de cirurgias para aterosclerose abaixo:

  • Cateterismo: serve para facilitar a passagem de sangue na artéria. Para isso, a parte obstruída é aberta com o auxílio de um tubo fino (cateter), inserido comumente através de uma artéria da região pélvica e movido até a área do vaso comprometido
  • Angioplastia com balão: nesta cirurgia, o cateter inserido tem uma espécie de balão em sua extremidade. Geralmente, há a inserção do tubo na artéria da virilha e guiado até a parte afetada. Em seguida, o balão é insuflado e dilata o vaso atingido
  • Ponte de safena: trata-se de um procedimento em que substitui-se a artéria entupida do coração por outra. Geralmente, utiliza-se uma artéria retirada da perna
  • Endarterectomia: por fim, há a opção de remover a placa diretamente da artéria. Isso é feito por meio de sua abertura e remoção cirúrgica. Geralmente, realiza-se o procedimento quando a área afetada tem localização nas artérias carótidas.

Ciente sobre o que é aterosclerose e suas possibilidades de tratamento, você certamente concorda que o melhor caminho é a prevenção

A seguir, confira as práticas preventivas recomendadas contra a patologia.

Como prevenir a aterosclerose?

Muitas das medidas não medicamentosas recomendadas para tratar a aterosclerose também servem para prevenir a doença.

Entre elas, vale citar:

  • Evitar alimentos gordurosos, cigarro e bebidas alcoólicas
  • Procurar manter o peso indicado para a sua idade
  • Controlar doenças crônicas como pressão alta e diabetes
  • Ingerir frutas e verduras regularmente
  • Monitorar e diminuir as taxas de colesterol LDL no sangue
  • Fazer ao menos 150 minutos de exercício físico semanalmente
  • Passar em consulta com o cardiologista anualmente ou na frequência recomendada pelo médico.

Veja a seguir como marcar uma consulta online com cardiologista.

infarto agudo do miocardio

A aterosclerose é multifatorial, sendo influenciada por fatores genéticos e ambientais

Como marcar uma teleconsulta com cardiologista?

Quadros de muita dor, formigamento, confusão mental e outras urgências e emergências devem ser atendidos no pronto-socorro.

casos leves e o acompanhamento preventivo com o médico do coração se beneficiam da consulta de telemedicina, que dispensa deslocamentos.

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  6. Crie uma senha e acesse o sistema
  7. Confirme o horário da teleconsulta e faça o pagamento.

Meia hora antes do atendimento, você vai receber o link de acesso à sala virtual via WhatsApp ou SMS.

Clique no link no horário marcado para iniciar a consulta por videoconferência.

Conclusão

Agora que está informado sobre a aterosclerose, é importante investir em consultas e exames preventivos para essa condição.

Conte com a praticidade da teleconsulta para se conectar ao médico online sem burocracia!

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin