CID N92 – Menstruação excessiva, frequente e irregular
O CID N92 designa a Menstruação excessiva, frequente e irregular na Classificação Internacional de Doenças.
A condição pode ser causada por diferentes distúrbios de causa orgânica ou disfuncional.
Nas próximas linhas, comento o significado, avaliação e conduta médica diante desse diagnóstico.
Você ainda vai entender como a telemedicina contribui na identificação e tratamento das pacientes.
CID N92: o que significa?
O código CID N92 se refere a quadros de menstruação excessiva, frequente e irregular.
Ele se encontra na seção que aborda Transtornos não-inflamatórios do trato genital feminino, dentro do Capítulo XIV – Doenças do aparelho geniturinário (CIDs N00 a N99).
Segundo o DATASUS, o CID N92 compreende 7 subcategorias:
- N92.0: Menstruação excessiva e frequente com ciclo regular (menorragia SOE, menstruação abundante, polimenorreia)
- N92.1: Menstruação excessiva e frequente com ciclo irregular (intervalos encurtados e irregulares entre os ciclos, menometrorragia, metrorragia, sangramento intermenstrual irregular)
- N92.2: Menstruação excessiva na puberdade (menorragia puberal, perda de sangue excessiva associada ao início dos ciclos menstruais, sangramento da puberdade)
- N92.3: Sangramento da ovulação (sangramento intermenstrual regular)
- N92.4: Sangramento abundante na pré-menopausa (menorragia ou metrorragia: climatérica, menopáusica, pré-climatérica, pré-menopáusica)
- N92.5: Outros tipos especificados de irregularidade da menstruação
- N92.6: Menstruação irregular, não especificada (ciclos irregulares SOE, sangramentos irregulares SOE).
O CID N92 exclui as seguintes condições:
- Sangramento pós-menopausa (identificado pelo CID N95.0)
- Menstruação irregular com intervalos prolongados ou menstruação escassa (CID N91.3-N91.5).
Conduta médica para o CID N92
O exame clínico é indispensável para iniciar a investigação dos quadros de menstruação excessiva.
Geralmente, a paciente refere anormalidades durante a anamnese, como fluxo aumentado e/ou ciclos com intervalos maiores ou menores que o padrão (de 25 a 35 dias).
A duração da menstruação também pode estar alterada, sendo inferior a 2 dias ou superior a 7 dias.
Cabe ao ginecologista realizar um exame físico minucioso para verificar alterações nos órgãos genitais e se há suspeita de doença de fundo, que deve motivar a realização de exames complementares como:
- Hormônio tireoestimulante (TSH)
- Tiroxina (T4 livre)
- Coagulograma
- Contagem de plaquetas
- Provas de função hepática e prolactina
- Ultrassonografia pélvica.
De acordo com recomendação do Ministério da Saúde, a etiologia do sangramento uterino anormal pode ser enquadrada em duas grandes categorias:
- Orgânica: inclui gravidez, doenças sistêmicas (discrasias sanguíneas) ou pélvicas (patologia uterina estrutural, como miomas e pólipos), traumas e uso de medicamentos (anticoagulantes, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos ou digitálicos)
- Disfuncional: por definição, é o sangramento de origem uterina, na ausência de gravidez, doença pélvica ou sistêmica, atribuído às alterações nos mecanismos endocrinológicos que controlam a menstruação. Este é um diagnóstico de exclusão.
O tratamento depende da origem do distúrbio.
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