Fibrilação atrial: o que é, tipos, como identificar, sintomas e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 5 de agosto de 2024
Fibrilação atrial

A fibrilação atrial está entre as arritmias cardíacas mais comuns.

Vale lembrar que a arritmia é caracterizada por alterações na frequência dos batimentos do coração, tornando seu padrão irregular e aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Quando não tratada, a condição pode causar insuficiência cardíaca e até eventos potencialmente fatais, como o acidente vascular cerebral (AVC).

Daí a importância de conhecer os possíveis sintomas e manter em dia o acompanhamento preventivo, passando regularmente pela consulta com cardiologista.

Siga com a leitura para entender melhor a fibrilação atrial, quando procurar ajuda médica e como acelerar o atendimento usando a teleconsulta.

O que é fibrilação atrial?

Fibrilação atrial (FA) é uma arritmia caracterizada por tremores nos átrios, as câmaras superiores do coração.

Em condições normais, os átrios devem se contrair para enviar o sangue às câmaras inferiores (ventrículos), resultando num batimento cardíaco padrão.

Quando a FA está presente, ocorre um descompasso nos estímulos elétricos responsáveis por esses movimentos, tornando o ritmo cardíaco irregular.

Assim, em vez de completar a contração, os átrios tremem ou fibrilam, reduzindo a quantidade de sangue bombeada pelo coração para nutrir as células do organismo.

Se nada for feito, o órgão fica cada vez mais sobrecarregado, o que pode comprometer seu funcionamento.

Tipos de fibrilação atrial

De acordo com as II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), existem três tipos de FA, classificados conforme a duração e possibilidade de reversão.

Conheça cada um deles a seguir:

  • Fibrilação atrial paroxística: condição que é revertida de forma espontânea ou com tratamento médico em até 7 dias depois de começar. A FA pode retornar em outras ocasiões, ou seja, pode haver recidivas
  • Fibrilação atrial persistente: como o nome indica, esses episódios duram mais de 7 dias, ainda que possam ser revertidos com tratamento. Quando a FA se estende por mais de um ano, recebe a subclassificação fibrilação atrial persistente de longa duração
  • Fibrilação atrial permanente: é aquela que não pode ser revertida com tratamento. Também engloba casos em que não é mais indicado tentar recuperar o ritmo sinusal (normal) dos batimentos cardíacos.

Na sequência, falo sobre o processo de diagnóstico da condição.

Fibrilacao atrial do coração

A fibrilação atrial deve ser monitorada para prevenir agravos à saúde como o AVC e a insuficiência cardíaca

Como identificar a fibrilação atrial?

Nem sempre é simples identificar a FA.

Ela pode se apresentar como uma doença silenciosa, que só dá sinal quando já avançou por meses ou até anos.

Mas é possível receber um diagnóstico precoce a partir de cuidados de rotina, como o checkup cardiológico, que vai revelar um quadro de taquicardia – arritmia de padrão rápido.

Afinal, a FA pode fazer levar à frequência cardíaca superior a 180 bpm (batimentos por minuto), quando o limite normal ficaria em 100 bpm.

Traçado de ECG com fibrição atrial de alta resposta ventricular

Essa e outras características são detectadas pelo médico com o suporte de exames cardiológicos.

Entre eles, estão:

  • Eletrocardiograma: a fibrilação atrial no ECG mostra, como acabei de mencionar, uma frequência elevada e, algumas vezes, ondas F, que são oscilações pequenas e irregulares no traçado do eletrocardiograma
  • Holter: conhecido como eletrocardiograma de longa duração, o exame holter usa um monitor para coletar dados sobre o ritmo do coração durante 24 horas ou mais. Nesse cenário, existem maiores chances de identificar anormalidades
  • Ecocardiograma: corresponde a um ultrassom do coração, revelando detalhes sobre sua anatomia e funcionamento – inclusive a respeito do fluxo sanguíneo.

Apesar de ser muitas vezes uma doença silenciosa, eventualmente, a condição provoca sintomas, que esclareço a seguir.

Sintomas da fibrilação atrial

Muitas vezes, o paciente não percebe qualquer sintoma, dependendo de acompanhamento com o cardiologista para confirmar a hipótese diagnóstica de FA.

Contudo, algumas pessoas podem sentir:

São sinais como esse que costumam motivar uma consulta com cardiologista.

Fibrilação atrial é grave?

Sim, a FA é uma condição grave, principalmente quando não tratada rapidamente.

O maior perigo decorrente dessa arritmia é o acidente vascular cerebral hemorrágico, conhecido como derrame cerebral, que pode ser causado por um coágulo formado no coração.

Pacientes com fibrilação atrial são mais propensos a gerar coágulos, uma vez que a diminuição da circulação sanguínea favorece esse quadro.

Caso o coágulo chegue ao cérebro, ele é capaz de obstruir totalmente o fluxo sanguíneo.

A partir daí, pode provocar o entupimento de um vaso sanguíneo e, por consequência, o AVC isquêmico.

Esse evento tende a ser fatal na ausência de intervenção médica imediata e, mesmo quando há atendimento, pode deixar sequelas graves.

Paciente em parada cardíaca depois de sofrer um AVC isquêmico por FA

A falta de contração atrial ainda sobrecarrega o coração, desencadeando problemas como a insuficiência cardíaca.

No entanto, pacientes devidamente tratados não precisam mudar a rotina, pois somente exercícios de alto impacto são contraindicados.

Já atividades como natação, caminhada e outros hábitos saudáveis devem fazer parte do dia a dia para diminuir o risco de complicações de saúde.

Quem tem fibrilação atrial pode trabalhar, estudar e se divertir, contanto que não faça grande esforço físico e mantenha o tratamento em dia.

Qual o tratamento para fibrilação atrial?

A abordagem terapêutica é individualizada, considerando o tipo, duração e consequências da FA, além das particularidades do paciente.

Mas é comum que ela envolva o uso de medicamentos anticoagulantes e/ou antiarrítmicos.

Os anticoagulantes reduzem as chances de formação de coágulos, enquanto os antiarrítmicos regulam a frequência dos batimentos cardíacos.

Alguns quadros podem ser revertidos com a cardioversão elétrica, que emprega choques para corrigir a frequência do coração.

Certos casos podem se beneficiar, ainda, de procedimentos minimamente invasivos, como a ablação por cateter, utilizada para cauterizar a área do coração que desencadeia a FA.

Essa mesma técnica pode ser ajustada para o congelamento da área, conhecido como crioablação.

Outra opção é o implante de marcapasso cardíaco para a regulação contínua do ritmo dos batimentos.

Benefícios da telemedicina na cardiologia

A fibrilação atrial deve ser monitorada para prevenir agravos à saúde como o AVC e a insuficiência cardíaca.

Para isso, é fundamental receber a assistência do médico do coração, visitando o cardiologista regularmente.

Em especial se você tiver mais de 60 anos e/ou fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, diabetes, for fumante ou consumir bebida alcoólica em excesso.

Saiba que o acompanhamento pode ser iniciado via consulta online, com toda a comodidade e praticidade através da plataforma de Telemedicina Morsch.

Assim, você recebe assistência médica sem sair de casa, dispensando gastos de tempo e dinheiro com deslocamentos, e pode ser atendido mesmo sem morar próximo aos centros urbanos.

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Conclusão

Espero que tenha gostado de saber mais sobre a fibrilação atrial.

Lembrando que essa é uma condição que exige atenção contínua para prevenir eventos mais graves.

Continue conferindo informações confiáveis nos artigos sobre saúde que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin