Amissulprida: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 1 de julho de 2024
Amissulprida

Escrevi este artigo para trazer a você as principais informações sobre amissulprida.

Utilizado para tratar distúrbios psiquiátricos, esse fármaco é vendido na forma de comprimidos de 50 mg e 200 mg.

Avance na leitura para ficar por dentro dos casos em que é indicado, como tomar e quais as normas de prescrição, incluindo dicas para conseguir sua receita médica online sem burocracia.

O que é amissulprida?

Amissulprida é um remédio antipsicótico neuroléptico. Tem ação sobre o sistema nervoso central (SNC), o que pede cautela em sua administração.

Siga sempre a prescrição médica para prevenir efeitos indesejáveis e aproveitar melhor a terapia.

Para que serve amissulprida

O medicamento serve para combater sintomas positivos e negativos de distúrbios psíquicos, como esquizofrenia e distimia.

Isso porque ele diminui oscilações de humor, tratando sintomas positivos (alucinações, delírios, perturbações do pensamento), e sintomas negativos (apatia, falta de afeto).

Principais indicações

Segundo informa a bula do Socian®, que é a marca de referência para a amissulprida, o medicamento possui:

  • Indicações principais: estados deficitários (deficiência do neurotransmissor dopamina), incluindo distimia
  • Indicações secundárias: estados produtivos (alucinação e delírio).

Lembrando que a indicação depende de uma avaliação médica.

Como tomar amissulprida

Os comprimidos de 50 mg não devem ser partidos, abertos ou mastigados.

Siga a recomendação médica, respeitando as doses, horários e períodos de tratamento.

Esse fármaco deve ser tomado apenas por via oral, com a ajuda de um copo d’água.

O tratamento é individualizado, definido de acordo com as necessidades e condição clínica do paciente.

A seguir, reproduzo os esquemas terapêuticos sugeridos pela bula do remédio.

  • Comprimidos de 50 mg: 1 comprimido ao dia, no café da manhã, ou a critério médico. Geralmente, são prescritos para o tratamento de estados deficitários e estados de inibição
  • Comprimidos de 200 mg: a dose deve ser ajustada pelo médico segundo o caso clínico e o estado do paciente. Essa dosagem é particularmente adaptada ao tratamento dos estados produtivos (crises psicóticas). Nas síndromes psicóticas produtivas, o esquema terapêutico preconizado é de 600 a 1200 mg (3 a 6 comprimidos) ao dia. De forma a possibilitar diferentes regimes de administração, os comprimidos de 200 mg são sulcados.

Em caso de dúvidas, converse com seu médico ou farmacêutico.

Receita de amissulprida

A receita C1 é requerida para a compra desse medicamento.

Trata-se de uma receita de controle especial, emitida em duas vias iguais pelo médico.

Dessa forma, dá para garantir a venda com retenção de receita, mais especificamente da primeira via.

Enquanto isso, a segunda via permanece com o paciente ou cuidador para que consultem a orientação médica sempre que necessário.

A exigência desse tipo especial de receita branca existe porque a amissulprida consta na lista C1 da Portaria SVS/MS nº 344/1998, que instituiu o regulamento de remédios controlados no Brasil.

Além de antipsicóticos como a amissulprida, o grupo possui ansiolíticos, antiparkinsonianos, antidepressivos, anticonvulsivantes e antidemenciais.

Eles são monitorados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o objetivo de evitar seu uso indiscriminado e consequentes riscos à saúde física e mental.

Com validade de 30 dias contados a partir da data seguinte à emissão, a receita C1 pode dar acesso a fármaco em quantidade suficiente para 60 dias de tratamento ou 5 ampolas, se for uma droga injetável.

Dúvidas frequentes sobre amissulprida

Agora que já expliquei o mecanismo de ação e indicações dessa substância, trago respostas rápidas para dúvidas corriqueiras entre pacientes e cuidadores.

Quais os efeitos colaterais da amissulprida?

As reações adversas mais comuns são:

  • Tremores
  • Rigidez
  • Hipocinesia (restrição dos movimentos do corpo)
  • Hipersalivação
  • Acatisia (inquietação)
  • Discinesia (movimentos involuntários anormais do corpo)
  • Sonolência
  • Insônia
  • Ansiedade
  • Agitação
  • Disfunção orgástica (dificuldade para alcançar o orgasmo)
  • Constipação (prisão de ventre)
  • Náusea
  • Vômito
  • Boca seca
  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Ganho de peso
  • Visão embaçada
  • Torcicolo espasmódico (contrações da musculatura do pescoço que causam movimentos ou posturas anormais da cabeça)
  • Crises óculo-giratórias (contração dos músculos extraoculares)
  • Trismo (contração dolorosa da musculatura da mandíbula)
  • Galactorreia (produção de leite fora do período pós-parto ou de lactação)
  • Amenorreia (ausência de menstruação)
  • Ginecomastia (aumento das mamas em homens)
  • Dor nas glândulas mamárias
  • Disfunção erétil (impotência sexual).

Na ocorrência de sintomas intensos ou graves, procure ajuda médica.

Quanto tempo demora para a amissulprida fazer efeito?

Esse remédio possui dois picos de absorção: o primeiro é atingido rapidamente (1 hora após a ingestão) e o segundo, entre 3 e 4 horas após a administração.

No entanto, a melhora dos sintomas pode demorar a ser percebida pelo paciente, podendo levar semanas ou até meses.

Portanto, mantenha a rotina terapêutica pelo tempo estipulado pelo psiquiatra, sem alterar a dose ou interromper o tratamento de maneira abrupta.

Até porque você pode sofrer sintomas de abstinência como distúrbios do movimento involuntário – acatisia (inquietação psicomotora), distonia (contrações musculares involuntárias) e discinesia (movimentos involuntários anormais do corpo).

Quais as contraindicações da amissulprida?

Este fármaco não deve ser tomado em caso de:

  • Hipersensibilidade (alergia) à amissulprida ou a qualquer outro componente da fórmula
  • Associação aos seguintes medicamentos que podem induzir torsades de pointes (tipo de alteração grave nos batimentos cardíacos): antiarrítmicos classe Ia (quinidina, disopiramida), antiarrítmicos classe III (amiodarona, sotalol) e outros medicamentos tais como bepridil, cisaprida, sultoprida, tioridazina, metadona, eritromicina IV, vincamina IV, halofantrina, pentamidina e esparfloxacino
  • Associação com a levodopa
  • População pediátrica até a puberdade
  • Gravidez e a lactação
  • Pacientes com tumores dependentes da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite), como prolactinoma da hipófise (tumor da hipófise que causa secreção excessiva do hormônio prolactina) e câncer de mama
  • Feocromocitoma (tumor da glândula suprarrenal).

Comunique seu médico caso se enquadre em algum desses casos.

Conclusão

Espero ter tirado suas dúvidas sobre a amissulprida.

Se ficou alguma questão em aberto ou você estiver com sintomas de distúrbios psíquicos, marque uma consulta médica para receber o diagnóstico correto e evite a automedicação.

Inclusive, dá para agilizar o atendimento escolhendo a teleconsulta na plataforma Morsch.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin