Amissulprida: para que serve, receita e como tomar
Escrevi este artigo para trazer a você as principais informações sobre amissulprida.
Utilizado para tratar distúrbios psiquiátricos, esse fármaco é vendido na forma de comprimidos de 50 mg e 200 mg.
Avance na leitura para ficar por dentro dos casos em que é indicado, como tomar e quais as normas de prescrição, incluindo dicas para conseguir sua receita médica online sem burocracia.
O que é amissulprida?
Amissulprida é um remédio antipsicótico neuroléptico. Tem ação sobre o sistema nervoso central (SNC), o que pede cautela em sua administração.
Siga sempre a prescrição médica para prevenir efeitos indesejáveis e aproveitar melhor a terapia.
Para que serve amissulprida
O medicamento serve para combater sintomas positivos e negativos de distúrbios psíquicos, como esquizofrenia e distimia.
Isso porque ele diminui oscilações de humor, tratando sintomas positivos (alucinações, delírios, perturbações do pensamento), e sintomas negativos (apatia, falta de afeto).
Principais indicações
Segundo informa a bula do Socian®, que é a marca de referência para a amissulprida, o medicamento possui:
- Indicações principais: estados deficitários (deficiência do neurotransmissor dopamina), incluindo distimia
- Indicações secundárias: estados produtivos (alucinação e delírio).
Lembrando que a indicação depende de uma avaliação médica.
Como tomar amissulprida
Os comprimidos de 50 mg não devem ser partidos, abertos ou mastigados.
Siga a recomendação médica, respeitando as doses, horários e períodos de tratamento.
Esse fármaco deve ser tomado apenas por via oral, com a ajuda de um copo d’água.
O tratamento é individualizado, definido de acordo com as necessidades e condição clínica do paciente.
A seguir, reproduzo os esquemas terapêuticos sugeridos pela bula do remédio.
- Comprimidos de 50 mg: 1 comprimido ao dia, no café da manhã, ou a critério médico. Geralmente, são prescritos para o tratamento de estados deficitários e estados de inibição
- Comprimidos de 200 mg: a dose deve ser ajustada pelo médico segundo o caso clínico e o estado do paciente. Essa dosagem é particularmente adaptada ao tratamento dos estados produtivos (crises psicóticas). Nas síndromes psicóticas produtivas, o esquema terapêutico preconizado é de 600 a 1200 mg (3 a 6 comprimidos) ao dia. De forma a possibilitar diferentes regimes de administração, os comprimidos de 200 mg são sulcados.
Em caso de dúvidas, converse com seu médico ou farmacêutico.
Receita de amissulprida
A receita C1 é requerida para a compra desse medicamento.
Trata-se de uma receita de controle especial, emitida em duas vias iguais pelo médico.
Dessa forma, dá para garantir a venda com retenção de receita, mais especificamente da primeira via.
Enquanto isso, a segunda via permanece com o paciente ou cuidador para que consultem a orientação médica sempre que necessário.
A exigência desse tipo especial de receita branca existe porque a amissulprida consta na lista C1 da Portaria SVS/MS nº 344/1998, que instituiu o regulamento de remédios controlados no Brasil.
Além de antipsicóticos como a amissulprida, o grupo possui ansiolíticos, antiparkinsonianos, antidepressivos, anticonvulsivantes e antidemenciais.
Eles são monitorados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o objetivo de evitar seu uso indiscriminado e consequentes riscos à saúde física e mental.
Com validade de 30 dias contados a partir da data seguinte à emissão, a receita C1 pode dar acesso a fármaco em quantidade suficiente para 60 dias de tratamento ou 5 ampolas, se for uma droga injetável.
Dúvidas frequentes sobre amissulprida
Agora que já expliquei o mecanismo de ação e indicações dessa substância, trago respostas rápidas para dúvidas corriqueiras entre pacientes e cuidadores.
Quais os efeitos colaterais da amissulprida?
As reações adversas mais comuns são:
- Tremores
- Rigidez
- Hipocinesia (restrição dos movimentos do corpo)
- Hipersalivação
- Acatisia (inquietação)
- Discinesia (movimentos involuntários anormais do corpo)
- Sonolência
- Insônia
- Ansiedade
- Agitação
- Disfunção orgástica (dificuldade para alcançar o orgasmo)
- Constipação (prisão de ventre)
- Náusea
- Vômito
- Boca seca
- Hipotensão (pressão baixa)
- Ganho de peso
- Visão embaçada
- Torcicolo espasmódico (contrações da musculatura do pescoço que causam movimentos ou posturas anormais da cabeça)
- Crises óculo-giratórias (contração dos músculos extraoculares)
- Trismo (contração dolorosa da musculatura da mandíbula)
- Galactorreia (produção de leite fora do período pós-parto ou de lactação)
- Amenorreia (ausência de menstruação)
- Ginecomastia (aumento das mamas em homens)
- Dor nas glândulas mamárias
- Disfunção erétil (impotência sexual).
Na ocorrência de sintomas intensos ou graves, procure ajuda médica.
Quanto tempo demora para a amissulprida fazer efeito?
Esse remédio possui dois picos de absorção: o primeiro é atingido rapidamente (1 hora após a ingestão) e o segundo, entre 3 e 4 horas após a administração.
No entanto, a melhora dos sintomas pode demorar a ser percebida pelo paciente, podendo levar semanas ou até meses.
Portanto, mantenha a rotina terapêutica pelo tempo estipulado pelo psiquiatra, sem alterar a dose ou interromper o tratamento de maneira abrupta.
Até porque você pode sofrer sintomas de abstinência como distúrbios do movimento involuntário – acatisia (inquietação psicomotora), distonia (contrações musculares involuntárias) e discinesia (movimentos involuntários anormais do corpo).
Quais as contraindicações da amissulprida?
Este fármaco não deve ser tomado em caso de:
- Hipersensibilidade (alergia) à amissulprida ou a qualquer outro componente da fórmula
- Associação aos seguintes medicamentos que podem induzir torsades de pointes (tipo de alteração grave nos batimentos cardíacos): antiarrítmicos classe Ia (quinidina, disopiramida), antiarrítmicos classe III (amiodarona, sotalol) e outros medicamentos tais como bepridil, cisaprida, sultoprida, tioridazina, metadona, eritromicina IV, vincamina IV, halofantrina, pentamidina e esparfloxacino
- Associação com a levodopa
- População pediátrica até a puberdade
- Gravidez e a lactação
- Pacientes com tumores dependentes da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite), como prolactinoma da hipófise (tumor da hipófise que causa secreção excessiva do hormônio prolactina) e câncer de mama
- Feocromocitoma (tumor da glândula suprarrenal).
Comunique seu médico caso se enquadre em algum desses casos.
Conclusão
Espero ter tirado suas dúvidas sobre a amissulprida.
Se ficou alguma questão em aberto ou você estiver com sintomas de distúrbios psíquicos, marque uma consulta médica para receber o diagnóstico correto e evite a automedicação.
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