Dexmedetomidina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 15 de abril de 2024
Dexmedetomidina

Quer saber mais sobre a dexmedetomidina?

Trago neste artigo as principais informações sobre o medicamento.

Comercializado sob a forma de solução injetável de 100 mcg/mL, ele deve ser manipulado em ambiente hospitalar.

Nos próximos tópicos, apresento as indicações, posologia e regras de prescrição, além de explicar como você pode receber aconselhamento médico com agilidade via teleconsulta.

Acompanhe até o final.

O que é dexmedetomidina?

Dexmedetomidina é um fármaco sedativo-hipnótico classificado como agonista a2-adrenérgico.

Seu uso requer treinamento especializado.

Portanto, só deve ser feito por profissionais de saúde, em ambiente controlado.

Para que serve dexmedetomidina

O medicamento serve para promover sedação, ou seja, induzir o doente a um estado de redução da consciência, além de ter efeito analgésico (que combate a dor).

Uma das vantagens dessa droga é que ela não causa diminuição da frequência respiratória, o que contribui para maior segurança do paciente.

Principais indicações

Conforme a bula, o medicamento é indicado para sedação em pacientes durante o tratamento intensivo, com e sem ventilação mecânica, na Unidade de Terapia Intensiva, salas de cirurgia ou para procedimentos diagnósticos.

Estudos também mostram que a dexmedetomidina é útil em:

  • Unidade de tratamento intensivo – UTI (adulta e pediátrica)
  • Departamento de emergência
  • Anestesia regional e geral
  • Neurocirurgia
  • Sedação para procedimentos pediátricos
  • Intubação por fibra ótica em doentes acordados
  • Cirurgia cardíaca
  • Cirurgia bariátrica.

Lembrando que a indicação de um medicamento é uma decisão médica.

Como tomar cloridrato de dexmedetomidina

Pacientes não devem administrar o medicamento, deixando essa tarefa para profissionais capacitados no cuidado de doentes que necessitam de tratamento intensivo ou em sala de operação.

O doente será monitorado durante o tempo de sedação, que costuma durar até 24 horas.

O profissional fará o preparo da infusão, retirando 2 ml de cloridrato de dexmedetomidina solução para diluição injetável e adicionando 48 ml de cloreto de sódio a 0,9% para totalizar 50 ml.

Para misturar de modo correto, deve-se agitar o conteúdo suavemente.

Em seguida, o profissional de saúde utiliza um equipamento de infusão controlada para administrar cloridrato de dexmedetomidina por via intravenosa, conforme a prescrição médica.

Confira a dose usual abaixo, de acordo com a bula do remédio.

O cloridrato de dexmedetomidina deve ser individualizado e titulado segundo o efeito clínico desejado.

Para pacientes adultos, é recomendável iniciar cloridrato de dexmedetomidina com uma dose de 1,0 mcg/kg por dez minutos, seguida por uma infusão de manutenção que pode variar de 0,2 a 0,7 mcg/kg/h.

A taxa de infusão de manutenção pode ser ajustada para se obter o efeito clínico desejado.

Receita de dexmedetomidina

Para adquirir o fármaco, deve-se apresentar a receita C1.

Vale destacar que, como a dexmedetomidina é de uso restrito a hospitais, apenas o gestor em saúde ou representante do estabelecimento pode efetuar a compra.

Também conhecida como receita de controle especial, a prescrição tipo C1 é emitida em duas vias, a fim de que a primeira via fique retida para rastreamento da Anvisa.

Enquanto a segunda é devolvida ao comprador para conferência das recomendações médicas.

As normas mais rígidas existem para evitar o uso inadequado da dexmedetomidina e demais remédios controlados que fazem parte da lista C1, instituída pela Portaria SVS/MS nº 344/1998.

Além de sedativos, o grupo é formado por antidepressivos, ansiolíticos, antidemenciais, anticonvulsivantes, antiparkinsonianos e antipsicóticos.

A receita branca C1 tem validade de 30 dias e pode liberar a quantidade de medicamento para até 60 dias de tratamento ou 5 ampolas, no caso de fármacos injetáveis.

Dúvidas frequentes sobre dexmedetomidina

Reuni abaixo explicações simples para dúvidas corriqueiras sobre o uso desse fármaco.

Acompanhe!

Qual o cuidado para administração segura da dexmedetomidina?

Além da administração através de equipamento de infusão controlada, é preciso usar técnicas estritamente assépticas para evitar contaminações e infecções.

Cada ampola deve ser utilizada em apenas um paciente e, após o conteúdo ser diluído, deve ser injetado imediatamente.

Se houver sobras do medicamento, a solução deve ser refrigerada entre 2 e 8ºC, por não mais de 24 horas, para reduzir o risco microbiológico.

Quais os efeitos adversos da dexmedetomidina?

As reações adversas mais comuns incluem:

No entanto, também podem ocorrer efeitos colaterais graves, como hemorragia, depressão respiratória, infarto do miocárdio, arritmias e convulsões.

Daí a necessidade de monitorização durante o tratamento com dexmedetomidina, bem como a restrição de uso a unidades de saúde com estrutura para atender emergências.

Quem não deve receber dexmedetomidina?

A droga é contraindicada para:

  • Pacientes com alergia conhecida à dexmedetomidina ou qualquer componente da fórmula
  • Menores de 18 anos
  • Mulheres grávidas ou amamentando, salvo sob indicação do obstetra.

Cabe ter cautela na administração de dexmedetomidina em doentes com bloqueio cardíaco avançado e/ou disfunção ventricular grave.

Doentes com hipovolemia (quando há pouco líquido dentro dos vasos sanguíneos), diabetes mellitus ou hipertensão (pressão arterial alta) crônica e pacientes idosos podem sofrer com hipotensão e/ou bradicardia durante o tratamento.

Conclusão

Ao final do texto, você está por dentro dos usos e cuidados relacionados à dexmedetomidina, que deve ser administrada apenas no hospital.

Caso esteja com dores e outros sintomas incômodos após ter alta hospitalar, consulte um médico para identificar o problema e receber o tratamento adequado.

Evite a automedicação, que pode piorar o quadro de saúde e atrasar sua recuperação.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin