Carbamazepina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 8 de maio de 2023
Carbamazepina

A carbamazepina é eficiente para o controle de convulsões e transtornos de humor, como a bipolaridade.

Sua ação promove o equilíbrio dos impulsos elétricos cerebrais.

O medicamento está disponível para compra ou aquisição via SUS, em comprimidos de 200 mg e 400 mg ou suspensão oral de 20 mg/L.

Nas próximas linhas, explico mais sobre esse fármaco, seu tipo de receita médica e como fazer uso seguro.

Adianto que, para conseguir ou renovar a prescrição, você pode contar com as soluções da telemedicina.

O que é carbamazepina?

Carbamazepina é um medicamento antiepiléptico com propriedades psicoativas.

Pode ser usado de forma isolada, em monoterapia, ou combinado a outras substâncias para regularização do funcionamento do sistema nervoso central (SNC).

Isso vale tanto em pacientes adultos como pediátricos.

No entanto, é preciso ter cuidado durante o uso desse remédio, que é capaz de provocar reações adversas graves como sangramentos e elevação do número de crises convulsivas.

Portanto, utilize a carbamazepina conforme a prescrição médica, evitando a automedicação.

Para que serve a carbamazepina

A carbamazepina serve para tratar crises epilépticas, dores que acometem os nervos e distúrbios de humor, como a bipolaridade.

Essa substância tem ação anticonvulsivante, que resulta da inibição de descarga neuronal repetitiva e de impulsos que excitam os neurônios (células nervosas do cérebro).

Essa interferência proporciona maior equilíbrio ao funcionamento do sistema nervoso central.

Possibilita combater e até prevenir convulsões e anormalidades no comportamento, como durante os episódios de mania (humor excessivamente elevado).

Uma vez ingerida, a carbamazepina é absorvida pelo aparelho digestivo, metabolizada pelo fígado e tem a maior parte eliminada na urina.

Principais indicações

Embora promova o alívio de dores de origem neurológica, a carbamazepina não deve ser empregada para combate de dores comuns.

O fármaco é indicado para tratar ou prevenir:

  • Epilepsia: patologia caracterizada por dois ou mais ataques epiléticos em intervalos superiores a 24 horas
  • Crises parciais complexas ou simples (com ou sem perda da consciência), com ou sem generalização secundária
  • Crises tônico-clônicas generalizadas e formas mistas
  • Mania aguda e tratamento de manutenção em distúrbios afetivos bipolares para evitar ou atenuar recorrências
  • Síndrome de abstinência alcoólica, consequência da interrupção abrupta no consumo de álcool
  • Neuralgia idiopática do trigêmeo (dor de causa desconhecida em nervo craniano) e neuralgia trigeminal em decorrência de esclerose múltipla (típica ou atípica)
  • Neuralgia glossofaríngea idiopática
  • Neuropatia diabética dolorosa
  • Diabetes insípida central
  • Poliúria e polidipsia de origem neuro-hormonal.

Outras indicações da carbamazepina dependem da avaliação médica especializada.

Como tomar carbamazepina

Geralmente, a administração do medicamento se divide em duas a quatro doses diárias, tomadas no horário indicado pelo médico.

As doses tendem a começar baixas, a fim de dar tempo para que o organismo se acostume com a substância, para depois serem ajustadas conforme a necessidade e tolerabilidade do paciente.

Siga as recomendações da receita em relação à dosagem, período de uso e horários, e jamais interrompa o tratamento sem informar ao seu médico.

A carbamazepina pode ser adquirida sob a forma de comprimidos de 200 mg e 400 mg ou suspensão oral de 20 mg.

Comprimidos

Tome as doses prescritas com um pouco d’água, nos horários indicados pelo médico e sem mastigar.

Caso ache necessário, você pode partir os comprimidos ao meio, cortando na linha marcada.

Quanto às dosagens, a bula recomenda o seguinte:

  • Epilepsia: início do tratamento com 100 a 200 mg, 1 a 2 vezes ao dia, em adultos. Em seguida, a dose pode ser aumentada de forma gradual para 800 a 1200 mg ao dia – ou até 2.000 mg ao dia, de acordo com a necessidade do paciente – dividida em 2 ou 3 tomadas
  • Neuralgia do trigêmeo: a dose inicial corresponde a 200 a 400 mg ao dia, podendo ser elevada aos poucos, até que não haja mais dor (geralmente 200 mg, 3 a 4 vezes ao dia). A dose máxima é de 1.200 mg/dia. Para pacientes idosos, uma dose inicial mais baixa (100 mg, 2 vezes ao dia) é recomendada
  • Mania aguda e manutenção do tratamento dos distúrbios afetivos bipolares: a dose usual é de 400 a 600 mg ao dia, com uma faixa de dosagem de cerca de 400 a 1.600 mg ao dia.

Para crianças e adolescentes, é importante consultar detalhes específicos na bula.

Vale lembrar que o médico pode prescrever doses diferentes dessas – nesses casos, portanto, siga a orientação médica.

Suspensão oral

Verifique se o fármaco tem cor branca ou quase branca e agite antes de usar.

Cada ml contém 20 mg de carbamazepina, sendo que a dose receitada pode ser medida com o auxílio do copo que acompanha o frasco dentro da embalagem.

A administração do fármaco deve ser feita durante ou após as refeições.

As dosagens recomendadas na bula são as mesmas que descrevi acima, para os comprimidos.

Receita de carbamazepina

A substância é prescrita e comprada por meio da receita branca do tipo C1.

Isso porque a carbamazepina faz parte da lista de remédios controlados pela Anvisa, exigindo receita de controle especial, emitida em duas vias.

A primeira via fica retida pela farmácia e drogaria, enquanto a segunda serve para auxiliar o paciente ou cuidador no tratamento.

Tanto a obtenção da primeira receita quando a sua renovação podem ser realizadas a partir de consultas médicas presenciais ou online.

Dúvidas frequentes sobre carbamazepina

A seguir, trago respostas para perguntas comuns em relação a esse medicamento.

Quanto tempo leva para a carbamazepina fazer efeito?

Caso você tome carbamazepina em comprimidos, pode levar até 12 horas para que o remédio comece a fazer efeito.

Já usando a suspensão oral, a concentração máxima no sangue pode ser alcançada, em média, em duas horas.

O que pode acontecer se parar de tomar carbamazepina de uma vez?

A retirada abrupta pode provocar crises.

Por isso, o encerramento do tratamento ou substituição da carbamazepina exigem monitoramento médico.

Quais os riscos da carbamazepina?

Vômito, náusea, tontura, sonolência, instabilidade e ganho de peso são efeitos colaterais muito comuns durante o uso do fármaco.

Também podem surgir reações sérias como olhos amarelados, febre, dor no peito ou aumento nas convulsões, o que pede avaliação médica imediata.

Conclusão

Anticonvulsivante potente, a carbamazepina deve ser administrada conforme orientação médica.

Se perceber sintomas de epilepsia, transtorno bipolar ou dores nos nervos, marque uma consulta com o psiquiatra, neurologista ou clínico geral para passar por uma avaliação.

Usando a plataforma de telemedicina Morsch, bastam alguns cliques para agendar uma teleconsulta.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin