Ressonância magnética: Como é feita e procedimentos principais

Por Dr. José Aldair Morsch, 2 de janeiro de 2019
Como se faz ressonância magnética: procedimentos principais

Como se faz ressonância magnética, como ela funciona e para que serve.

Temos aí dúvidas bastante comuns sobre um dos mais efetivos exames de imagem, cuja aplicação favorece uma série de diagnósticos médicos.

E é para responder a todas elas que construí este artigo.

A partir de agora, você vai descobrir tudo sobre ressonância magnética.

Isso abrange desde detalhes do exame, suas indicações e possíveis riscos, exigências quanto ao preparo do paciente e as diferenças de uma ressonância magnética com contraste.

Também vou destacar os avanços tecnológicos que têm não apenas qualificado o procedimento, como principalmente a interpretação de seus resultados.

Se o assunto é do seu interesse, não deixe de acompanhar até o final da leitura.

Para que serve a ressonância magnética

A ressonância magnética é um exame de diagnóstico por imagem que integra uma especialidade chamada de medicina nuclear.

Isso implica em diferenças significativas para outros métodos, como o raio x.

Ela serve para investigar órgãos, ossos e tecidos do paciente de forma não invasiva e indolor.

A partir de um aparelho próprio, a ressonância obtém imagens em alta definição de áreas internas do corpo humano, evidenciando qualquer tipo de anomalia encontrada, como fraturas, infecções, tumores e outras lesões.

É, portanto, um método mais completo e moderno para essas finalidades, o qual abrange diferentes tipos, conforme a área estudada:

  • Cérebro: pode detectar aneurismas, tumores, lesões por trauma, derrame, esclerose múltipla, distúrbios do olho e ouvido interno, além de doenças neurológicas, como o Mal de Alzheimer
  • Coração: é aplicada para analisar a estrutura do órgão, incluindo o seu tamanho, a espessura de suas paredes, o movimento que elas realizam, o funcionamento de cavidades cardíacas, o fluxo sanguíneo, possíveis aneurismas e lesões originadas em doença cardíaca
  • Ossos e articulações: oferece informações sobre lesões ocasionadas por traumas ou esforços repetitivos, que podem atingir ossos, cartilagens e ligamentos, incluindo tendinites, discos na coluna e tumores
  • Mama: a ressonância é um exame auxiliar à mamografia na detecção do câncer de mama e no acompanhamento da doença
  • Outros órgãos: investiga qualquer tipo de anormalidade em órgãos como pâncreas, pulmões, rins, fígado, próstata, útero e baço.

Como funciona a ressonância magnética

Aparelho ressonância magnética

Paciente realizando RM de tórax

Enquanto procedimento de medicina nuclear, a ressonância magnética não utiliza radiação ionizante, que é aplicada nos exames de raio x.

Seu equipamento tem a forma de um tubo longo e estreito, com as extremidades abertas.

O paciente realiza o procedimento deitado e, em torno dele, é criado um campo magnético que utiliza ondas de rádio para dar origem às imagens.

Ele ali permanece até que sejam obtidos registros suficientes sobre a área estudada.

No próximo tópico, trago mais detalhes sobre a formação dessas imagens.

Como a RM consegue gerar as imagens?

Todo o processo depende unicamente do aparelho utilizado na ressonância magnética.

Como já dito, ele é bastante moderno e faz uso do campo magnético e de ondas de rádio para coletar as informações.

Conforme as células absorvem essa energia, os registros tomam forma.

A partir daí, o equipamento digitaliza as imagens e torna possível a sua visualização em uma tela de computador.

Nesse momento, elas estão prontas para serem analisadas e interpretadas por um profissional médico especializado, que pode estar no local ou receber as informações a partir de uma plataforma online.

Preparação para a ressonância magnética

RM portátil para uso ortopédico

Paciente realizando RM de joelho

Embora a formação das imagens dependa apenas do aparelho de ressonância magnética, como já explicado, o paciente tem papel fundamental para o sucesso do exame.

Em primeiro lugar, se você for se sujeitar ao procedimento, fique tranquilo.

O exame não exige hospitalização, é relativamente rápido e não causa dor.

Mais do que isso, ele depende da sua tranquilidade para a maior qualidade das imagens obtidas.

Há uma série de acessórios que devem ser retirados antes de iniciar a ressonância (mais à frente, vou listar todos eles).

Além desse cuidado, é recomendado que o paciente não compareça com maquiagem ou mesmo produtos para o cabelo, pois podem conter traços metálicos.

Vestir roupas confortáveis e sem metais também faz parte das dicas, embora o paciente possa ser solicitado a usar um avental apropriado para o exame.

Converse ainda com seu médico sobre condições específicas, como alergias (que exigem um preparo antialérgico) e possíveis contraindicações.

Isso vale especialmente para pacientes portadores de marcapasso, aparelho auditivo interno e clipe de aneurisma cerebral.

Precisa estar em jejum para fazer RNM?

Ao falar sobre o preparo para a ressonância magnética, não citei a questão sobre a necessidade ou não de estar em jejum.

A razão para isso é que o assunto merece um tópico exclusivo.

Na verdade, tudo depende da orientação do seu médico. Ele é que vai decidir se você deve ficar sem se alimentar antes do exame e por quantas horas.

Em linhas gerais, no entanto, o jejum solicitado é de seis horas.

Mas, em alguns casos, como na ressonância magnética de abdome com contraste, o paciente pode receber uma dieta específica para ser empregada na preparação para o exame.

Caso reste alguma dúvida após a consulta, verifique no momento do agendamento quais procedimentos adotar.

Quais objetos são permitidos durante o exame de RM?

O principal ponto de atenção do paciente para a realização da ressonância magnética diz respeito a objetos que devem ser retirados antes de iniciar o exame.

Mas há outros que estão liberados.

Entre eles, podemos citar os seguintes:

  • DIU – dispositivo intra-uterino
  • Stents vasculares 6 semanas após implantação
  • Clipe de cirurgia de vesícula biliar
  • Válvula cerebral – derivação ventrículo-peritoneal
  • Prótese ou implante ortopédico, exceto fixadores externos.

Quais objetos são proibidos durante o exame de ressonância magnética?

A lista de objetos de uso não permitido durante uma ressonância magnética é bem mais extensa.

Ela inclui itens como:

  • Joias
  • Grampo de cabelo
  • Óculos
  • Peruca
  • Sutiã com aro
  • Relógio
  • Celular
  • Pager
  • Bips
  • Bomba de infusão
  • Aparelho auditivo.

Acrescente à relação todo o tipo de objeto metálico, componente eletrônico ou que utilize bateria.

Esse é um cuidado que não se limita ao paciente, mas também se relaciona com possíveis acompanhantes e todos os profissionais de saúde envolvidos no atendimento.

Existe uma razão por trás dessa proibição.

É que o aparelho de ressonância magnética, como o próprio nome indica, possui ímãs de grande intensidade de atração.

Além disso, mesmo quando desligado, o campo magnético permanece ativo.

Isso exige grande atenção quanto à presença na sala de vassouras, escadas e até mesmo cadeiras de rodas.

Quanto mais metal existir no objeto, maior será a força a puxá-lo para o centro do equipamento.

Como se faz ressonância magnética?

Sala de RM

Paciente deitado na mesa de RM

Afinal, como se faz ressonância magnética? Depois de conhecer detalhes sobre o funcionamento do exame, suas aplicações e informações quanto ao preparo, chegou a hora de entender como se faz ressonância magnética.

Após retirar todos os objetos proibidos, o paciente é encaminhado até o aparelho, onde se deita em uma espécie de maca.

Ela é, na verdade, uma mesa móvel, que desliza para o interior do tubo.

Na sala na qual o exame é realizado, apenas o paciente permanece. O profissional que acompanha a ressonância magnética se comunica por ele a partir de um sistema de som com microfone.

Quando ligado, o equipamento cria um campo magnético e utiliza as ondas de rádio para coletar imagens.

Nesse momento, ocorrem ruídos característicos dos ímãs, como breves batidas. Apesar de serem normais, o paciente pode utilizar um fone e até ouvir música durante o exame.

Enquanto a ressonância não é concluída, ele deve ficar imóvel.

Esse aspecto pode ser difícil para algumas pessoas, especialmente crianças.

No caso delas e também em portadores de claustrofobia (medo extremo de permanecer em locais fechados), esquizofrenia ou demência, é aplicada uma sedação leve que induz ao sono.

Ressonância magnética com contraste

RM

Médica interpretando telerradiologia

O contraste é uma substância química injetada no paciente em determinados exames, com o objetivo de realçar órgãos e tecidos que não apareceriam com a nitidez necessária no procedimento normal.

Ele se aplica também a determinados tipos de ressonância magnética, especialmente na área abdominal.

No caso desse exame, a substância utilizada é o gadolínio, que se mostra bastante eficaz na detecção de tumores e infecções.

Em linhas gerais, o contraste pode provocar algumas reações desconfortáveis, como calor repentino, gosto metálico na boca e náuseas.

Caso a sua utilização se faça necessária, o médico solicitante já fará o apontamento no momento da requisição, informando também ao paciente.

O que acontece durante o exame?

O exame de ressonância magnética é invisível.

Isso significa dizer que o paciente não sente absolutamente nada durante a sua realização – exceto se for utilizado contraste, como destacado no tópico anterior.

O campo magnético criado à sua volta não é percebido e, dentro do possível, ele pode se manter relaxado durante todo o período de coleta das imagens.

Inclusive, é bastante recomendável que o paciente não se movimente, pois isso pode comprometer a qualidade dos registros e acabar estendendo o tempo de realização do exame.

Quanto tempo dura o exame de ressonância magnética

Como já explicado em tópico anterior, não há como estabelecer com precisão uma duração exata para a realização da ressonância magnética.

O procedimento pode levar 15 minutos ou até quatro vezes mais, exigindo que o paciente permanece deitado por uma hora.

Tudo isso depende não do próprio paciente, mas da área do corpo estudada no exame.

Na prática, além de determinados órgãos exigirem mais tempo de observação, a visualização de mais estruturas em um mesmo exame amplia o período de realização.

O que impossibilita a realização do exame de ressonância magnética?

Embora a ressonância magnética seja um exame seguro, existem contraindicações.

Ou seja, determinadas condições que impossibilitam a sua realização.

É por essa razão que, antes do exame, o paciente é convidado a responder a um breve questionário, que traz perguntas que buscam justamente elucidar possíveis prejuízos ao procedimento.

Com base nas informações fornecidas por ele, o médico pode decidir com maior assertividade sobre a segurança da ressonância ou a necessidade de preparo específico para a sua realização.

As principais condições geralmente impeditivas ao exame são:

  • Marcapasso cardíaco
  • Desfibrilador cardíaco
  • Implante metálico
  • Sutura metálica
  • Clipe de aneurisma cerebral
  • Bomba de infusão de insulina
  • Aparelho auditivo do tipo metálico ou implante coclear
  • Cateter ou porta de acesso vascular.

Grávida pode fazer ressonância magnética?

Grávida pode fazer ressonância magnética?

Grávida pode fazer ressonância magnética?

A realização da ressonância magnética por gestantes é um tema cercado por polêmicas.

De maneira geral, o exame não costuma ser indicado para mulheres no primeiro trimestre de gravidez.

No entanto, essa prática não foi confirmada em um grande estudo recente, publicado no JAMA – Journal of the American Medical Association.

Ao observar 1,4 milhão de gestações, a pesquisa concluiu que a ressonância magnética é segura para mulheres grávidas mesmo nos três primeiros meses de gestação.

A exceção envolveria exames contrastados com gadolínio.

O estudo sugere que o uso da substância seja contraindicado durante toda a gravidez, pois pode aumentar ligeiramente o risco de o feto desenvolver um raro problema de visão.

Apesar dessa recente e importante contribuição científica, a decisão sobre realizar ou não a ressonância magnética deve ser adotada sempre a partir de consenso entre médico e paciente.

Telemedicina como solução para laudos a distância de ressonância magnética

O avanço da tecnologia tem oferecido contribuições também à ressonância magnética.

Além de hoje o procedimento contar com equipamentos modernos e digitais, um grande salto de qualidade e acessibilidade se deu a partir da regulamentação da telemedicina.

No Brasil, isso ocorreu em 2002, com a publicação da Resolução CFM nº 1.643/2002, do Conselho Federal de Medicina.

Desde então, exames de ressonância magnética podem ser laudados à distância.

Isso significa que o médico especialista não precisa estar presente no local de sua realização para analisar e interpretar os resultados.

Para tanto, basta que os dados coletados sejam disponibilizados em uma plataforma de telemedicina.

Com login e senha próprios, o profissional acessa as informações de qualquer dispositivo conectado à internet.

Em seguida, registra as suas conclusões em um laudo a distância que é assinado eletronicamente e fica disponível na mesma plataforma, podendo ser acessado pelo médico solicitante, demais profissionais de saúde e pelo próprio paciente.

Além de garantir laudos de qualidade, há um importante ganho na velocidade com que isso acontece.

Com a Telemedicina Morsch, os laudos são liberados em 30 minutos ou, em situações de urgência, em tempo real.

Conclusão

Neste artigo, expliquei como se faz ressonância magnética, quais são as suas aplicações, o preparo exigido do paciente e possíveis contraindicações.

Ao final, você conheceu a importante contribuição da tecnologia para obter laudos à distância, com qualidade, segurança e agilidade.

Se você ainda não disponibiliza esse exame por falta de especialistas, permita que a Telemedicina Morsch dê o suporte necessário para isso.

Para saber como a plataforma médica funciona na prática e, assim, ver os benefícios que pode oferecer para a sua clínica, fala com nossa equipe!

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin