Transtorno bipolar: o que é, sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 18 de dezembro de 2025
Transtorno bipolar

Devido à sua complexidade, o transtorno bipolar pode levar uma década para ser diagnosticado.

Isso porque nem sempre as oscilações entre mania e depressão são evidentes, em especial nos casos em que há hipomania (episódios menos graves de mania).

Explico melhor os sintomas, diagnóstico e tratamento do transtorno bipolar ao longo do artigo.

Também comento quando buscar ajuda médica, incluindo dicas para acelerar o atendimento usando a telemedicina.

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O que é transtorno bipolar?

Transtorno bipolar é uma condição psíquica caracterizada pela alternância entre humor deprimido e eufórico.

Durante os episódios depressivos, há queda brusca da energia, enquanto os episódios maníacos são marcados por excesso de energia.

Os episódios podem durar muitos dias, semanas ou até meses, prejudicando a capacidade produtiva, os relacionamentos e a autoestima do paciente.

Tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a bipolaridade uma das principais causas de incapacidade, afetando 37 milhões de pessoas em todo o mundo.

Conheça melhor a condição e seus tipos na sequência.

Transtorno bipolar

Transtorno bipolar é uma condição psíquica caracterizada pela alternância entre humor deprimido e eufórico

Quais os tipos de transtorno bipolar?

Tomando como base o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), existem dois tipos principais de transtorno bipolar: 

  • Tipo I: apresenta elevação do humor grave e persistente (mania), bem como episódios depressivos intensos
  • Tipo II: apresenta elevação do humor mais branda (hipomania). 

Existe, ainda, o transtorno bipolar misto, quando sintomas maníacos e depressivos surgem concomitantemente, podendo se alternar no mesmo dia.

E o transtorno ciclotímico, forma mais branda da bipolaridade.

Nesse quadro, há alternância entre períodos hipomaníacos e depressivos ao longo de pelo menos dois anos, mas sem atender os critérios para um episódio de mania, hipomania ou depressão maior.

Quais os sintomas do transtorno bipolar?

A característica mais marcante do transtorno bipolar é a oscilação de humor.

Assim, os sintomas variam de acordo com a fase vivenciada.

Lembrando que ela pode ser maníaca, depressiva ou de remissão – quando o paciente permanece sem sintomas por algum tempo.

A seguir, conheça os sinais comuns durante a depressão e a mania:

Episódio depressivo

Na fase depressiva, o paciente sofre com sintomas de depressão clássica, incluindo:

  • Perda de prazer e interesse nas atividades cotidianas (apatia)
  • Humor deprimido (sensação de tristeza profunda e persistente) na maior parte do dia
  • Sentimentos de culpa ou inutilidade
  • Cansaço mental e físico extremos
  • Falta de energia
  • Alterações no apetite
  • Lentidão psicomotora
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
  • Ansiedade
  • Mudanças nos padrões de sono, como insônia ou sonolência excessiva.

Quando o episódio é maníaco ou hipomaníaco, os sintomas mudam.

Episódio maníaco ou hipomaníaco

Já a fase maníaca tem sintomas opostos à depressão, sendo os mais frequentes:

  • Bem-estar extremo, por vezes, com fantasias de grandiosidade
  • Aceleração do pensamento e da fala
  • Elevação da energia
  • Humor eufórico, impulsivo e desinibido
  • Agitação e hiperatividade
  • Redução da necessidade de sono
  • Dificuldade para se concentrar
  • Irritabilidade.

Embora algumas dessas características possam ser vistas como benéficas, sua intensidade torna o episódio maníaco tão prejudicial quanto o depressivo, uma vez que o paciente tende a adotar comportamentos de risco.

Brigas, sexo sem proteção, gastos desnecessários e outras atitudes impulsivas são comuns nessa fase. No caso da hipomania, os sintomas têm menor intensidade.

O que causa o transtorno bipolar?

As causas da bipolaridade não são totalmente conhecidas.

Contudo, há sinais de que seja um distúrbio de origem multifatorial, desencadeado pela combinação de fatores genéticos e ambientais, tais como:

  • História familiar de perturbação do humor ou suicídio
  • Desequilíbrio de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina
  • Episódios depressivos durante a infância ou adolescência
  • Estresse frequente
  • Experiências traumáticas
  • Período pós-parto (puerpério)
  • Problemas na glândula tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo)
  • Abuso de álcool e outras drogas lícitas ou ilícitas
  • Uso de certos remédios, como anfetaminas e inibidores de apetite.

Veja a seguir como se dá o diagnóstico dessa condição.

Como diagnosticar transtorno bipolar?

O diagnóstico clínico desse transtorno de humor é feito pelo psiquiatra, que utiliza critérios especificados em manuais como o já citado DSM-5 para identificar a bipolaridade.

Geralmente, o médico considera sintomas, queixas e outros aspectos do histórico do paciente para fechar a hipótese diagnóstica.

Porém, isso pode levar anos, porque, muitas vezes, casos de transtorno bipolar são confundidos com depressão, síndrome do pânico ou até esquizofrenia (se houver sintomas psicóticos como alucinações).

Daí a importância de uma avaliação minuciosa, com anamnese completa (entrevista com o paciente), análise da história familiar e de episódios depressivos anteriores para eliminar outras doenças mentais, chegando a um diagnóstico diferencial.

Bipolaridade

A característica mais marcante do transtorno bipolar é a oscilação de humor

Quais os tratamentos para transtorno bipolar?

O tratamento é personalizado conforme o estado clínico e o histórico de crises.

Apesar de não ter cura, o transtorno bipolar pode ter os sintomas controlados a partir da atuação em três frentes terapêuticas:

  • Psicoterapia: realizada durante a consulta com psicólogo, auxilia na compreensão da doença, enfrentamento de possíveis limitações, identificação de gatilhos e orientação para aumentar a adesão ao uso de remédios
  • Medicamentos: classes de fármacos como estabilizadores de humor e antidepressivos são usadas sob prescrição médica para prevenir, reduzir a ocorrência e a intensidade das crises
  • Hábitos saudáveis: a prática de exercício físico regularmente, de um hobby e outras atividades que diminuem o estresse costumam integrar o tratamento. Também é indicado manter relacionamentos saudáveis e uma dieta balanceada, evitando o consumo de cafeína, álcool e outras substâncias psicoativas.

Se precisa de ajuda médica, o primeiro passo é conversar com um médico, o que pode ser feito via teleconsulta.

Como marcar uma teleconsulta com psiquiatra?

Caso o sofrimento emocional esteja afetando a vida profissional ou pessoal, é hora de marcar uma consulta de psiquiatria, que pode ser presencial ou online.

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Conclusão

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin