Etomidato: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 13 de maio de 2024
Etomidato

O etomidato é um fármaco de uso hospitalar exclusivo.

Isso porque ele só deve ser administrado por um médico anestesista, quando é necessário obter um efeito sedativo rápido.

Essa é apenas uma das informações que você vai ver neste texto.

A partir de agora, explico como o etomidato funciona, quais as indicações e tipo de receita médica destinada ao remédio.

Se precisar de orientação médica, conte com a agilidade do plantão clínico 24 horas via telemedicina!

O que é etomidato?

Etomidato é um medicamento hipnótico de curta duração, que age como depressor do sistema nervoso central.

É comercializado sob a forma de ampolas com solução injetável a 2 mg/mL, destinadas especificamente ao uso em ambiente hospitalar.

Para que serve etomidato

O fármaco serve para induzir sedação para procedimentos rápidos.

Ou iniciar a sedação que será mantida posteriormente por meio de anestésicos inalatórios.

Seu tempo de início de ação é de cerca de 10 segundos, e o efeito cessa imediatamente após a interrupção da administração.

Principais indicações

De acordo com a bula, o etomidato é indicado para:

  • Indução da anestesia geral, mantida com ou sem a associação com anestésicos inalatórios em proporções limitadas
  • Sedação para intervenções de curta duração (menos de 10 minutos), procedimentos diagnósticos e intervenções realizadas em ambulatório, quando se deseja recuperação rápida com boas condições de orientação, deambulação e equilíbrio.

Lembrando que o uso de determinado fármaco é sempre uma decisão médica.

Como tomar etomidato

Pacientes não devem manusear o medicamento.

Cabe ao médico anestesista calcular a quantidade necessária conforme o procedimento realizado, tempo de sedação e características do paciente.

Etomidato deve ser administrado por via intravenosa (injetado na veia) de forma lenta.

Segundo detalha a bula do remédio, a dose hipnótica eficaz se situa entre 0,2 e 0,3 mg/kg de peso corporal em um paciente adulto.

Como cada ampola de 10 mL contém 20 mg de etomidato (2 mg de etomidato por mL), uma ampola é suficiente para obter hipnose de 4 a 5 minutos de duração em adultos.

Se necessário, esta dose poderá ser adaptada ao peso do paciente.

A dose total não deve exceder 3 ampolas (30 mL).

Em alguns casos, pode ser preciso administrar 1 a 2 mL de fentanila por via intravenosa, um a dois minutos antes da injeção de etomidato, para obter efeito analgésico (que combate a dor).

Receita de etomidato

Gestores de serviços de saúde devem apresentar a receita de controle especial para comprar etomidato.

Isso porque o fármaco pertence à lista C1 da Instrução Normativa SVS/MS nº 344/1998, que instituiu o regulamento de substâncias e remédios controlados no Brasil.

A restrição no acesso ao anestésico existe para evitar o uso indevido e consequente risco à saúde, incluindo eventos potencialmente fatais como a depressão respiratória.

Daí a necessidade de uso apenas em ambiente hospitalar, onde há equipamento de ressuscitação disponível e profissionais capacitados para agir diante de emergências.

Além de medicamentos hipnóticos, a receita C1 é requerida para a aquisição dos demais antiparkinsonianos, antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, antidemenciais e antipsicóticos que integram o grupo.

O documento tem cor branca e validade de 30 dias, contados a partir da data seguinte à prescrição.

Dúvidas frequentes sobre etomidato

Neste espaço, trago respostas para questões comuns relacionadas ao uso do remédio.

Quais os efeitos colaterais do etomidato?

Muitas vezes, as reações adversas ocorrem durante o período de sedação, quando o paciente está inconsciente.

Contudo, há casos em que o efeito permanece depois que a pessoa acorda da anestesia, e devem ser informados ao médico ou enfermeiro mais próximo.

Alguns exemplos são:

  • Dor no local da injeção ou ao redor da veia perfurada pela agulha
  • Movimentos musculares involuntários, como espasmos e contraturas
  • Movimentos lentos, rígidos ou espasmódicos
  • Movimentos musculares involuntários do olho
  • Náusea e/ou vômito
  • Soluços
  • Tosse
  • Tensão ou rigidez dos músculos
  • Excesso de saliva
  • Pressão alta
  • Pressão baixa
  • Inflamação da veia (algumas vezes associada com a formação de coágulo no sangue)
  • Respiração anormalmente fraca e/ou lenta
  • Aumento da frequência da respiração
  • Sons ásperos durante a respiração
  • Espasmos das vias respiratórias
  • Interrupção temporária da respiração (apneia)
  • Bradicardia (diminuição da frequência dos batimentos do coração)
  • Batimentos cardíacos irregulares
  • Palpitação
  • Erupção ou vermelhidão da pele
  • Urticária ou coceira na pele
  • Respiração curta
  • Inchaço na face.

Em casos raros, podem ocorrer eventos graves como convulsão e parada cardíaca, que serão prontamente tratados pela equipe médica.

Onde age o etomidato?

O etomidato age sobre o sistema nervoso central, provocando depressão do SNC e consequente perda da consciência rapidamente.

Em níveis cerebrais adequados para produzir hipnose, o fármaco também tem propriedades anticonvulsivantes e protege o tecido cerebral das alterações celulares decorrentes de hipóxia (queda da concentração de oxigênio nos tecidos do corpo).

Como usar etomidato?

Higienize as mãos e calce as luvas antes de manusear o medicamento, e não misture a solução injetável com outros produtos.

Para abrir a ampola, siga o passo a passo:

  1. Mantenha o item entre o polegar e o indicador, deixando livre a ponta da ampola
  2. Com a outra mão, segure a ponta da ampola com o dedo indicador contra o pescoço da ampola, e o polegar na parte colorida em paralelo à identificação dos anéis coloridos
  3. Mantenha o polegar na ponta e quebre rapidamente a ponta da ampola enquanto segura firmemente a outra parte da ampola na mão.

Para mais informações, consulte a bula.

Conclusão

Ao final deste texto, deixei você por dentro do mecanismo de ação e cuidados de uso do etomidato.

Ressalto que apenas profissionais de saúde habilitados devem manusear esse e outros anestésicos, a fim de garantir a segurança do paciente e bons resultados no tratamento.

Caso você esteja com sintomas incômodos ou dúvidas sobre a utilização de um remédio, o ideal é evitar os riscos da automedicação, conversando com um médico.

Você pode ter essa assistência sem sair de casa através da teleconsulta na plataforma Morsch!

É só acessar a página de agendamentos e usar o filtro de especialidades para encontrar o profissional, data e hora de sua preferência.

Prossiga para o pagamento e receba um e-mail de confirmação com o link de acesso à sala virtual onde será realizada sua consulta online.

Você também pode falar com um médico agora, usando o plantão clínico 24 horas.

Clique aqui para iniciar o atendimento!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin