Principais estágios, sintomas e tratamentos do câncer de próstata
Quando o assunto é a saúde dos homens, um dos problemas que mais exigem atenção é o câncer de próstata.
Isso porque, trata-se da segunda neoplasia mais comum entre pacientes do sexo masculino, que fica atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.
O dado é do Instituto Nacional de Câncer, que ainda indica que 65.840 casos novos devem ser diagnosticados a cada ano durante o triênio 2020-2022.
A incidência elevada entre a população reforça a importância de informar-se a respeito do assunto e de garantir o diagnóstico precoce para os grupos de risco.
Isso é ainda mais importante se considerarmos os riscos de mortalidade. Segundo informações do Ministério da Saúde, são mais de 14 mil óbitos anuais decorrentes da patologia.
Não por acaso, uma data específica foi criada para incentivar a prevenção dos homens. Todo 17 de novembro, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
Inclusive, a ocasião deu origem ao mês de conscientização do Novembro Azul, que se tornou muito popular em todo o mundo e garantiu um foco ainda maior para o tema.
Mas afinal, como prevenir o câncer de próstata? Como ele ocorre, quais os seus estágios, sintomas, fatores de risco e melhores recomendações de tratamento?
Confira as respostas para essas e outras questões de suma importância ao longo deste artigo.
O que é câncer de próstata?
Para que você entenda melhor o que é o câncer de próstata, primeiro vou explicar como a região que ele atinge se caracteriza.
A próstata é uma glândula que apenas os homens têm. Ela fica abaixo da bexiga, na frente do reto e envolve a parte de cima da uretra.
Em resumo, sua função é produzir um líquido que faz parte do sêmen, responsável pela proteção dos espermatozoides. Ela não está diretamente ligada à ereção ou ao orgasmo.
Quando os homens são mais jovens, essa glândula é menor, tendo o tamanho de uma ameixa. Contudo, ela cresce naturalmente com o avanço da idade.
Se esse crescimento for anormal ou muito acelerado, podem existir indícios de neoplasia. Claro que essa conclusão só é possível com uma investigação mais aprofundada.
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De maneira geral, o câncer de próstata é gerado como qualquer outro. Nas estruturas do organismo, as células se multiplicam para que as novas ocupem o lugar das antigas. Se ocorrer uma falha e isso for feito de forma descontrolada, formam-se tumores.
Por sua vez, esses tumores podem ser benignos ou malignos. O segundo caso é quando os pacientes têm problemas e precisam de tratamento para evitar complicações.
Inclusive, em grande parte das situações, o câncer de próstata pode crescer lentamente e sequer apresentar sintomas, tendo um controle mais simples de ser feito.
Já em parte dos pacientes, ocorre a metástase. Nela, o crescimento é acelerado, atinge outros órgãos e é potencialmente fatal, exigindo tratamentos mais severos.
Então, para entender melhor, veja no próximo item como são os padrões de evolução do câncer de próstata.
Principais estágios do câncer de próstata
Como você pôde ver acima, o câncer de próstata pode avançar e desenvolver-se de diferentes maneiras.
Por conta disso, sempre que há o diagnóstico da doença, os médicos devem identificar seu grau de estadiamento.
Isso porque, em cada nível, há recomendações específicas de tratamento e chances diferentes de cura.
Nesse contexto, em relação aos estágios, os tipos de câncer de próstata podem ser caracterizados da seguinte maneira:
- T0: fase em que não há evidência de tumor;
- T1: quando existe um tumor ainda não identificado por exames;
- T2: trata-se de um tumor em estágio primário, limitado apenas à próstata;
- T3: o tumor vai além da próstata e pode afetar a cápsula prostática e vesículas seminais;
- T4: tumor invade outras áreas próximas, como reto, esfíncter e músculos;
- N0: nódulos linfáticos próximos da próstata sem metástases;
- N1: nódulos linfáticos próximos da próstata com metástases;
- M0: inexistência de metástases à distância;
- M1: presença de metástases afastadas da próstata, em outros órgãos ou ossos.
Nos estágios menos severos, os sintomas de câncer de próstata são silenciosos. Contudo, eles podem evoluir e gerar alguns sinais característicos nos pacientes. Conheça-os abaixo.
Quais são os sintomas do câncer de próstata?
Conforme citei acima, as fases iniciais do câncer de próstata geralmente não provocam sintomas entre os pacientes.
Afinal, quando isso ocorre, muitas vezes confunde-se essa patologia com outras doenças benignas que afetam a próstata.
A principal delas é a hiperplasia benigna, que ocorre em mais da metade dos homens com mais de 50 anos de idade. Nesses casos, a glândula cresce naturalmente.
Há também a prostatite, que é uma inflamação gerada por bactérias. Da mesma forma, nos dois casos, o paciente pode ter dificuldade de urinar ou frequência aumentada de urina.
Já nos estágios avançados, além dos sinais urinários, pode ocorrer dor óssea. Em casos mais graves, há chances de insuficiência renal e infecção generalizada.
Sobretudo, de maneira geral, os sintomas de câncer de próstata mais característicos são:
- Dificuldades para urinar;
- Presença de sangue na urina ou no sêmem;
- Micção mais frequente que o normal;
- Demora para urinar;
- Diminuição da urina;
- Disfunção erétil;
- Dormência ou fraqueza nos pés e nas mãos;
- Dos nas costas, no quadril, nas coxas, ombros e demais ossos em casos de disseminação da doença.
Sinais comuns do cotidiano, como dor de cabeça, não indicam a presença de câncer de próstata.
Fatores de risco do câncer de próstata
O câncer de próstata tem causas ligadas ao crescimento anormal de células, algo que é comum a qualquer tumor.
Contudo, existem alguns fatores específicos que aumentam as chances de desenvolvimento da doença.
Em primeiro lugar podemos citar o avanço da idade. Segundo o Ministério da Saúde, nove a cada dez homens diagnosticados no Brasil têm mais de 55 anos.
Também há o histórico familiar. Todo homem que tem pai, avô ou irmão diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 anos de idade compõe o grupo de risco da patologia.
O excesso de peso e a obesidade também são fatores de risco. Ainda de acordo com o MS, observa-se uma correlação da neoplasia com o peso corporal elevado.
Por fim, informações do Instituto Nacional de Câncer apontam que a exposição a certos agentes químicos estão ligados ao desenvolvimento do câncer de próstata.
Isso inclui produtos a base de petróleo, dioxinas, fuligem, fumaça de escape de veículos e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, conhecidos no mercado pela sigla HPA.
Nesse sentido, há o arsênio, muito usado como agrotóxico e conservante de madeira, e as aminas aromáticas, recorrentes nas indústrias mecânica, química e alumínica.
Sobre o diagnóstico da neoplasia de próstata
Como os sintomas de câncer de próstata tendem a ser silenciosos no início da evolução da doença, é importante que os homens investiguem sua presença preventivamente.
Em geral, isso é recomendado para aqueles que fazem parte dos grupos de risco. A idade ideal para iniciar as rotinas de rastreamento não é unânime entre os especialistas.
Por isso, é importante que todo paciente a partir dos 40 anos consulte seu médico para determinar a necessidade das investigações anuais.
Esses exames de rotina preventivos podem incluir a análise de sangue PSA ou o exame de toque retal para verificar o aumento da próstata.
Se o PSA estiver alterado ou se houver um nódulo na próstata durante o toque, é necessária a realização de uma biópsia.
Nela, pequenos pedaços da glândula são retirados e analisados em laboratório. Contudo, há alternativas de como diagnosticar o câncer de próstata de forma menos invasiva.
Para os homens com probabilidades baixas de tumor, pode ser indicada a Ressonância Magnética multiparamétrica (RMmp).
Nesses procedimentos de imagem, evita-se biópsias desnecessárias. A ideia é minimizar custos, possíveis riscos e a própria ansiedade do paciente.
Agora, caso a RMmp não tenha resultados normais e aponte lesões suspeitas, então a bateria de exames deve obrigatoriamente incluir a biópsia.
Como é o tratamento do câncer de próstata?
O câncer de próstata com exame positivo deve ser tratado o mais cedo possível. Durante as consultas médicas, o urologista precisa definir os procedimentos mais adequados para o caso.
Nesse sentido, determina-se os tratamentos de acordo com a gravidade do tumor, a idade do paciente, sua expectativa de vida e possíveis patologias associadas.
O paciente tem direito de ser informado sobre as alternativas à sua disposição. Junto delas, ele deve conhecer suas chances de sucesso e possíveis efeitos adversos.
Portanto, dependendo do caso, as opções de tratamento há a possibilidade de aplicá-las de forma individual ou combinada. As principais delas são:
- Prostatectomia: é o procedimento de retirada da próstata. Ele é bastante comum e exige intervenção cirúrgica;
- Tratamento hormonal: Voltado ao alívio de sintomas em casos mais avançados. Ele emprega medicamentos para câncer de próstata que regulam a produção de hormônios masculinos;
- Radioterapia: consiste no uso de radiação controlada. Aplicada em certas regiões da próstata a fim de eliminar as células cancerígenas.
Não importa quais sejam os tratamentos para câncer de próstata, a automedicação nunca deve ser uma opção.
Isso porque, só um especialista pode garantir a devida recuperação da patologia. Além disso, o uso indiscriminado de substâncias pode causar efeitos ainda piores ao indivíduo.
Ainda, o médico pode optar pela simples observação do paciente para prevenir a evolução da neoplasia, indicada para cânceres em estágios iniciais e que evoluem lentamente.
Assim, se o paciente é idoso (com mais de 70 anos, por exemplo), às vezes faz mais sentido apenas acompanhar suas condições e evitar complicações do que optar por intervenções mais severas.
Como prevenir o câncer de próstata?
Existem medidas preventivas que podem ser adotadas pelas pessoas a fim de reduzir as chances de tumores.
Elas não são específicas para o câncer de próstata. Na verdade, são cuidados comuns à prevenção de toda doença crônica não-transmissível.
Isso inclui ações básicas para a manutenção de uma vida saudável, como:
- Manter uma alimentação equilibrada;
- Praticar atividades físicas habitualmente;
- Evitar o sobrepeso e a obesidade;
- Ter moderação no consumo de bebidas alcoólicas;
- Não fumar ativa e nem passivamente.
Claro que essas prevenções não garantem totalmente que o câncer de próstata não se desenvolva, principalmente entre os homens que fazem parte do grupo de risco.
Como resultado, elas podem fazer toda a diferença para minimizar as chances de sua ocorrência e até sua gravidade.
Qual é a importância de um laudo precoce?
Se você já prestou atenção a alguma campanha do Novembro Azul, certamente sabe como o diagnóstico precoce é importante para o combate do câncer de próstata.
Isso porque, ele garante que o tumor seja identificado em seus estágios iniciais, em que as chances de sucesso no tratamento são muito maiores.
Como expliquei anteriormente, realiza-se essa detecção principalmente por meio do exame de sangue PSA ou do toque retal.
Contudo, é fundamental que todo homem com mais de 40 anos converse com seu urologista para avaliar a necessidade de investigações periódicas.
Além disso, ao perceber um sintoma urinário percebido, indica-se a procura médica o quanto antes.
Para você ter ideia, especialistas consultados pelo G1 indicam que as chances de cura do câncer de próstata são 90% maiores se o diagnóstico for obtido precocemente.
Por isso, mantenha-se atento a possíveis sinais e siga todas as orientações para o seu perfil enquanto paciente.
Conclusão
Em suma, o câncer de próstata está entre os problemas de saúde masculinos que mais exigem cuidado. Afinal, há alta incidência dessa doença na população e podem ocorrer consequências fatais caso não haja um tratamento precoce e adequado.
Ao longo deste artigo, você conferiu como reconhecer os sintomas da doença, as recomendações para sua investigação, os fatores de risco que mais exigem atenção, alternativas para combatê-la e as ações preventivas para evitá-la.
Mantenha-se engajado com o Novembro Azul e continue se informando sobre outras condições tão relevantes quanto o câncer de próstata.
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