Loperamida: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 18 de setembro de 2023
Loperamida

Medicamentos à base de loperamida auxiliam no tratamento de certos tipos de diarreia.

No entanto, não devem ser usados quando a origem do quadro for uma infecção viral, causada por bactéria ou outro microrganismo.

O remédio pode ser encontrado na forma de comprimidos de 2 mg em farmácias e drogarias.

Nos tópicos a seguir, apresento as principais indicações, como tomar e qual a receita da loperamida.

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O que é loperamida?

Loperamida é um fármaco antidiarreico.

Tem papel importante na reversão da disenteria sem caráter infeccioso em pacientes adultos.

Isso exige atenção para fazer uso seguro desta substância, pois as infecções estão entre as principais causas de diarreia.

Nesses casos, a automedicação pode atrasar a recuperação ou até agravar o quadro.

Afinal, ela impede que o organismo elimine microrganismos patógenos que provocaram a doença.

Para que serve a loperamida

Loperamida serve para tratar quadros de diarreia não infecciosa.

Sua ação diminui o trânsito intestinal, tornando as fezes consistentes e reduzindo a quantidade de evacuações.

Dessa forma, o medicamento auxilia na prevenção de agravos à saúde, a exemplo da desidratação.

Principais indicações

De acordo com a bula, o cloridrato de loperamida é indicado para:

  • Tratar a diarreia aguda sem causa específica, sem caráter infeccioso
  • Tratar diarreias crônicas espoliativas, associadas às doenças inflamatórias como Doença de Crohn e retocolite ulcerativa
  • Nas ileostomias e colostomias, cirurgias realizadas em partes do intestino denominadas íleo e cólon, respectivamente, com excessiva perda de água e eletrólitos.

Outras indicações dependem da avaliação médica.

Como tomar cloridrato de loperamida

O tratamento com cloridrato de loperamida costuma durar até 48 horas.

Deve ser interrompido caso o paciente apresente fezes sólidas ou endurecidas, ou esteja há 24 horas sem evacuar.

Os comprimidos de 2 mg devem ser tomados por via oral, com a ajuda de um pouco de água.

A seguir, veja o esquema sugerido na bula – para mais detalhes, consulte seu médico.

  • Diarreia aguda: a dose inicial é de 2 comprimidos (4 mg), seguidos de um comprimido (2 mg) após cada subsequente evacuação líquida, até uma dose diária máxima de 8 comprimidos (16 mg), ou a critério médico
  • Diarreia crônica: a dose diária inicial é de 2 comprimidos (4 mg). Esta dose deve ser ajustada, até que 1 a 2 evacuações sólidas ao dia sejam obtidas, o que é conseguido, em geral, com uma dose diária de manutenção que varia entre 1 e 6 comprimidos (2 mg a 12 mg).

Se tiver dúvidas, consulte a bula ou fale com o seu médico.

Receita de loperamida

Para a dispensação da loperamida, é necessário ter uma receita C1.

De cor branca, essa prescrição é entregue em duas vias pelo médico, pois o fármaco só é vendido com retenção de receita.

Desse modo, enquanto a primeira via fica na farmácia ou drogaria, a segunda é devolvida ao paciente para que acompanhe as orientações sobre o tratamento

Esse tipo de prescrição também é chamado receita de controle especial.

Ela permite o rastreamento pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Ou seja, a loperamida faz parte de um dos grupos de remédios controlados pela Anvisa, ao lado de substâncias anticonvulsivantes, antiparkinsonianas, antipsicóticas e antidepressivas.

A receita C1 tem validade de 30 dias, contados a partir da data seguinte à sua emissão.

Dúvidas frequentes sobre loperamida

Respondo às principais questões sobre o remédio neste espaço.

Confira!

Quais os efeitos colaterais do cloridrato de loperamida?

As reações adversas mais comuns são:

Raramente, o fármaco pode provocar alergias e problemas de saúde mais graves.

Interrompa o uso do remédio e procure assistência médica imediata se perceber:

  • Inchaço repentino da face, lábios ou garganta, encurtamento da respiração, urticária, irritação intensa, vermelhidão ou bolhas na pele
  • Cansaço extremo, incapacidade de se movimentar de maneira coordenada, perda de consciência, rigidez muscular, sonolência, diminuição acentuada da reação aos estímulos do ambiente
  • Dor de estômago intensa, estômago distendido, inchaço ou febre.

Lembre sempre de expor qualquer situação sobre o uso de remédios com o seu médico.

Quantos comprimidos de loperamida posso tomar por dia?

O limite máximo diário corresponde a 8 comprimidos (16 mg).

No entanto, não aumente a dose sem recomendação médica, pois você pode sofrer com os efeitos colaterais que citei acima.

Quanto tempo leva para a loperamida fazer efeito?

O efeito da loperamida começa assim que a dose é ingerida.

Nos casos de diarreia aguda, o controle é sentido entre uma e duas horas após a ingestão do medicamento.

Quando não usar loperamida?

O remédio é contraindicado para:

  • Casos de diarreia aguda ou persistente da criança
  • Indivíduos que tenham alergia (hipersensibilidade) ao cloridrato de loperamida ou a qualquer outro componente da fórmula
  • Pessoas que apresentem diarreia com sangue ou febre associada ao excesso de evacuações
  • Pacientes com constipação (prisão de ventre) ou abdome distendido
  • Quem sofre com inflamação no intestino delgado, sem indicação específica do médico
  • Dor abdominal com ausência de diarreia.

Além disso, o uso concomitante do fármaco com as substâncias abaixo pode provocar interação medicamentosa:

  • Ritonavir (usado no tratamento de HIV)
  • Quinidina (usada no tratamento de arritmias do coração)
  • Desmopressina via oral (usada no tratamento de micção excessiva)
  • Itraconazol ou cetoconazol (usados no tratamento de infecções fúngicas)
  • Genfibrozila (usada para diminuir os níveis de colesterol).

Se estiver utilizando qualquer outro medicamento, não se esqueça de informar ao médico no momento da prescrição da loperamida.

Conclusão

Agora que expliquei como funciona a loperamida, você pode fazer uso consciente desse fármaco e evitar problemas de saúde ou atrasos no início do tratamento por causa da automedicação.

Em caso de diarreia persistente, marque uma consulta online ou presencial para receber o diagnóstico e terapia corretos.

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Em seguida, será enviado um e-mail com sua nova receita digital.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin