Mpox: o que é, sintomas, transmissão, vacina e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 2 de setembro de 2024
Mpox

Depois de colocar diversos países em alerta em 2022 como varíola dos macacos, os casos de mpox voltaram a aumentar recentemente.

Tanto que a doença foi classificada como emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Neste artigo, trago informações sobre o cenário no Brasil, além de sintomas, diagnóstico, tratamento e como prevenir novas contaminações pela mpox.

Também explico como marcar uma teleconsulta e receber atendimento médico sem sair de casa.

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O que é mpox?

Mpox é uma doença viral causada pelo mpox vírus (MPXV).

Trata-se de uma zoonose, ou seja, que pode ser transmitida de animais para seres humanos, tendo os primeiros casos identificados no continente africano.

A mpox é endêmica na África Central e Ocidental, principalmente nas regiões de florestas, onde animais têm contato com pessoas que vivem nos arredores.

Anteriormente, a condição era conhecida como varíola dos macacos, pois foi identificada pela primeira vez em macacos cativos na década de 1970.

No entanto, a OMS mudou a nomenclatura em 2022, a fim de evitar a estigmatização dos primatas, uma vez que animais de outras espécies, como roedores, também transmitem a mpox.

Mpox vírus

Imunizantes produzidos para prevenir a varíola comum podem proteger contra a mpox

Casos de mpox no Brasil

O primeiro grande surto de mpox em território nacional foi registrado em 2022, quando ocorreram 10.648 casos da doença, provocando 14 mortes.

No ano seguinte, a tendência era de desaceleração das infecções, com a confirmação de 853 casos e 2 óbitos.

Contudo, o número voltou a crescer em 2024, com a contabilização de 836 casos confirmados ou prováveis de mpox na última semana de agosto, motivando 61 hospitalizações e 5 internações em unidade de terapia intensiva (UTI).

Mais da metade deles ocorreu no estado de São Paulo, que registrou 427 casos ou 51,5%.

Outros locais com quantidades expressivas foram Rio de Janeiro (194), Minas Gerais (50) e Bahia (35).

Quais os sintomas da mpox?

O sintoma mais característico são as erupções ou feridas na pele, que contêm um líquido claro ou amarelado, provocam dor e coceira e evoluem para a formação de crostas.

Geralmente, elas surgem no rosto e se espalham para outras partes do corpo, principalmente as palmas das mãos e plantas dos pés.

Em casos mais graves, elas podem aparecer na boca, olhos e região genital.

A seguir, veja a lista completa de sintomas da mpox:

Lembrando que, se você estiver em dúvida sobre os sintomas e desejar falar com um médico agora, pode acessar o plantão 24 horas da Telemedicina Morsch.

Como ocorre a transmissão da mpox?

A via de transmissão mais comum se dá a partir do contato próximo com pessoas infectadas durante a fase sintomática da doença, como manter relações sexuais, beijar ou conversar muito próximo à pessoa.

Tocar nas feridas, fluidos ou crostas é especialmente perigoso, pois são áreas de grande contaminação, mas outros fluidos corporais como sangue e saliva podem transmitir o vírus.

Daí a indicação para que o doente se isole, evitando compartilhar objetos pessoais para impedir a disseminação da mpox.

Pratos, talheres, escovas de dente, roupas, toalhas e roupas de cama também podem estar infectados, o que pede cautela durante e após seu manuseio.

O ideal é usar luvas descartáveis e lavar as mãos com sabão ou aplicar álcool em gel após o contato com esses utensílios.

A ingestão de carne de animais contaminados, arranhões ou mordidas também podem resultar na transmissão da mpox para humanos.

Doença viral Mpox

A via de transmissão mais comum se dá a partir do contato próximo com pessoas infectadas

Período de incubação do vírus da mpox

Período de incubação é o tempo entre o contato com o vírus e a manifestação de sintomas.

No caso da mpox, o tempo médio fica entre 2 e 16 dias, porém, pode chegar a 21 dias.

Frequentemente, a pessoa infectada apresenta inicialmente febre, seguida por lesões na pele após 1 a 3 dias.

Como é feito o diagnóstico da mpox?

O diagnóstico é feito a partir do histórico do paciente, sintomas e testes de laboratório como o PCR em tempo real (reação em cadeia da polimerase).

Esse procedimento é feito por meio da análise da secreção das lesões apresentadas pelo paciente, ou de sua crosta, caso não haja mais fluido.

A presença do vírus é constatada através de seu DNA.

Existe vacina para a mpox?

Como o vírus da mpox pertence à mesma família da varíola, imunizantes produzidos para prevenir a varíola comum podem proteger contra a mpox.

Braço da OMS nas Américas, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) cita três tipos de vacina produzidas com essa finalidade:

  • Dryvax, licenciada na década de 1930 pela Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA)
  • ACAM2000, licenciada em 2007
  • MVA-BN, aprovada pelas Autoridades Reguladoras Nacionais da União Europeia, Canadá e Estados Unidos.

A entidade ainda recomenda que os imunizantes sejam destinados a pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença.

No Brasil, essa estratégia de vacinação prioriza homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais com mais de 18 anos e imunossuprimidos vivendo com Aids, além de profissionais que atuam nos laboratórios em contato com o vírus.

Existe ainda a recomendação de vacina pós-exposição para quem teve contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, com exposição de alto ou médio risco.

Qual o tratamento para a mpox?

Ainda não existe tratamento específico para a doença. Ela é autolimitada, ou seja, seus sintomas desaparecem espontaneamente após 2 a 4 semanas.

Recomenda-se utilizar técnicas para aliviar esses incômodos, como repousar, cobrir as feridas com curativos e higienizá-las com água fervida ou antisséptico.

Aplicar lidocaína ajuda a aliviar a coceira e dor nas feridas da boca e próximas ao ânus.

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Todo o atendimento é feito por videoconferência, permitindo a avaliação das lesões e a emissão de documentos como a receita digital, disponibilizada logo após o atendimento.

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Conclusão

Reuni, neste texto, as principais recomendações sobre a mpox.

Aplique no seu dia a dia as dicas que acabou de ler e mantenha-se seguro de mais essa doença viral.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin