Exames indicados para diagnosticar distúrbios do sono

Um dos distúrbios do sono com alta incidência na população em geral é a apnéia do sono e o correto diagnóstico e tratamento melhora a qualidade de vida e evita várias complicações como hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda.
Neste artigo eu trago uma lista dos principais exames disponíveis na clinica do sono para auxiliar na melhor escolha e indicação.
O que são distúrbios do sono?
São sintomas provenientes de várias causas que afetam a capacidade de dormir e produzem queixas como: sonolência excessiva diurna (SED), insônia, dificuldade de dormir na hora certa e eventos anormais durante o sono como a apnéia do sono e ronco.
A polissonografia é o exame padrão para diagnosticar distúrbios do sono
O exame de polissonografia feito em uma clínica do sono ou no hospital é o que chamamos de padrão ouro, ou seja, é o melhor exame para fazer o correto diagnóstico da qualidade de sono do paciente.
Consiste em dormir uma noite inteira no laboratório do sono conectado a um aparelho de polissonografia com vários sensores biológicos para que ao final do exame o médico do sono possa interpretar e fazer o diagnóstico dos distúrbios do sono.

Isso não é tudo,
Veja a lista abaixo de quantos tipos de exame de polissonografia existem.
Lista dos 10 tipos de polissonografias para distúrbios do sono
1. Polissonografia em laboratório adulto – Estudo do sono (ES) tipo 1
É o padrão ouro como exame de polissonografia feito no serviço de sono. Registra parâmetros biológicos como:
– Eletroencefalograma;
– Eletrocardiograma;
– Eletromiograma submentoniano;
– Eletro-oculograma;
– Fluxo aéreo na traquéia;
– Esforço respiratório;
– Saturação de oxigênio;
– Posição corpórea.
2. Polissonografia em laboratório RN – (ES) tipo 1
Exame também realizado na clínica do sono durante o dia, por um período de horas relativo ao sono do bebê.
Indicado para avaliar epilepsia e apnéia do sono, acompanhado dos outros parâmetros anormais captados por sensores especiais.
São usados sensores adaptados ao tamanho da criança com foco em três principais:
– Eletroencefalograma para analisar maturidade encefálica;

– Padrão respiratório para pesquisa de apnéia;
– Saturação de oxigênio no sangue.
3. Polissonografia completa domiciliar – (ES) tipo 2
Mede os mesmos parâmetros biológicos que a polissonografia em laboratório.
Um técnico em polissonografia instala o aparelho na casa do paciente e retira no dia seguinte.
Isso é feito para reproduzir o sono no ambiente que o paciente vive.
4.Teste domiciliar de apnéia do sono modificada – (ES) tipo 3
Chamado de teste por medir apenas 4 parâmetros biológicos:
– Movimento respiratório;
– Fluxo aéreo;
– Frequência cardíaca ou ECG;
– Oximetria de pulso.
5. Polissonografia domiciliar com sensor de tonometria
O exame de polissonografia com tonometria é feito com um aparelho que tem as seguintes características:
– Microcomputador parecido com um relógio de pulso;
– Três sensores que captam frequência respiratória, roncos e posições do corpo;
– Dedal com sensor de tonometria, que mede a tonicidade do dedo, saturação de oxigênio e frequência cardíaca.
6. Registro domiciliar contínuo com 1 ou 2 parâmetros biológicos – (ES) tipo 4
Avalia:
– Fluxo aéreo;
– Oximetria de pulso.
Perceba que é um exame bem limitado, não está indicado para diagnóstico e sim para acompanhamento em quem já tem uma doença do sono em tratamento.
7. Polissonografia para titulação de CPAP
Utilizado exclusivamente para ajustar a pressão positiva do aparelho CPAP usado para tratamento da apnéia do sono.
O ideal é que seja realizado no laboratório do sono para melhor adaptação e aprendizado no uso do CPAP.

8. Exame split night
Este exame combina a polissonografia em clínica do sono para o diagnóstico de apnéia do sono, feitos em duas etapas.
A primeira etapa é uma polissono completa tipo 1 que faz o diagnóstico da apnéia e depois é repetido para ajustar o aparelho CPAP.
9.Teste das latências múltiplas do sono (TLMS)
Este teste é utilizado para avaliar o nível de sonolência diurna.
O paciente realiza a polissonografia durante o dia na clínica com o especialista do sono.
No dia marcado, o paciente permanece numa sala escura e silenciosa e é realizado 5 registros de polissonografia de 20 minutos onde pode dormir.
Nos intervalos de 2 horas entre os registros o paciente deve permanecer acordado, para medir o nível de sonolência.
Indicado para avaliar narcolepsia.
10.Teste da manutenção da vigília (TMV)
Também é um exame realizado no laboratório do sono, é o oposto do TLMS.
O paciente permanece sentado num ambiente calmo e sem estímulos.
São feitos registros de polissonografia de 40 minutos onde o paciente não poderá dormir.
Os intervalos entre os registros serão de 80 minutos em que o paciente poderá dormir.
13 tipos de distúrbios do sono avaliados com polissonografia
1. Apnéia do sono (SAOS)
A sigla SAOS é usada para abreviar a doença do sono chamada de Síndrome da apnéia obstrutiva do sono.
É a principal preocupação na investigação do transtorno do sono, visto que é a doença do sono com maior potencial de complicações na saúde do paciente.
É sabido que a SAOS aumenta os níveis de pressão arterial, fazendo a doença se manifestar mais cedo ou piorando a doença em quem já faz tratamento regular.
Outra constatação é o aumento do ventrículo esquerdo que ocorre pelo esforço respiratório durante a apnéia.
A hipertrofia ou sobrecarga ventricular esquerda implica em maiores chances de morte por arritmia ou insuficiência cardíaca ao longo da vida.
A Apnéia central ou periférica é caracterizada por apresentar mais de 5 eventos de parada na respiração por hora durante o sono, medido como (IAH) – índice apopnéia hipopnéia, e com pelo menos uma das seguintes queixas:
1. Ronco alto.
2. Sonolência diurna excessiva (SDE).
3. Fadiga inexplicada por outras causas.

Ao confirmar o diagnóstico, está indicado o uso de CPAP, um aparelho com pressão positiva usado para dormir e que ao ser corretamente regulado, é capaz de empurrar o ar com pressão para dentro dos pulmões no momento que o paciente parou de respirar.
2. Ranger dos dentes
O nome técnico é bruxismo, ocorrendo durante o dia ou a noite, com desgaste dos dentes.
Decorrente de disfunção da articulação têmporo-mandibular e/ou estresse e ansiedade.
3. Distúrbios do sono REM (movimento rápido dos olhos)
Trata-se de movimentos agressivos e violentos durante o sono de pessoas de meia idade, acompanhando doenças neurodegenerativas.
4. Enurese noturna
Eliminação de urina de forma involuntária durante o sono em pessoas que já tinham o controle da micção pelo menos 2 vezes na semana.
5. Insônia
É a queixa mais frequente dos distúrbios do sono.
Os sintomas vão desde a dificuldade de iniciar o sono, quanto de manter pelo período ideal de recuperação.
A regra é dificuldade em dormir 3 vezes na semana por 3 meses consecutivos.
6. Narcolepsia
Está relacionada a distúrbios na regulação da fase REM do sono, onde ocorrem os sonhos.
A característica marcante é o paciente pegar no sono a qualquer hora do dia, em qualquer lugar, independente dos estímulos externos.
7. Paralisia do sono
A pessoa acorda durante a noite sem que ocorra resposta ao comando muscular do seu corpo.
Ocorre a consciência de que está acordado, porém o corpo só vai responder depois de alguns minutos, até 5, acredita?
Essa condição traz pânico e falta de ar em muitos pacientes.
8. Ronco
Patologias da garganta, uso de bebidas alcoólicas ou até a obesidade fazem com que o espaço de passagem de ar fique reduzido e produza um som característico ao respirar enquanto dorme.
9. Parassonias
Sexomnia
A pessoa tem comportamento sexual inadequado enquanto dorme, sem lembrar de nada no dia seguinte.
Sonambulismo
Um tipo de parassonia em que o indivíduo tem um comportamento inadequado durante o sono.
Ocorre em qualquer idade e de maneira muito pessoal, como levantar e andar pela casa enquanto dorme.
Geralmente tem apnéia do sono como fator desencadeante.

Terror noturno
Ocorre geralmente em crianças em fase de crescimento.
O indivíduo acorda aos gritos e com muita agitação. Normalmente relacionados a fatores psicológicos.
Transtorno alimentar noturno
Curiosamente a pessoa vai até a cozinha, se alimenta normalmente e não lembra de nada no dia seguinte.
Isso atrapalha o sono e causa obesidade. Deve ser tratado com medicação.
10. Síndrome da cabeça explosiva
Ocorre essa sensação ao acordar, com barulhos de explosões, trovão, tiros com ou sem distúrbios visuais como clarões.
11. Síndrome das pernas inquietas
Involuntariamente a pessoa movimenta os membros inferiores de forma repetitiva enquanto dorme.
Ocorre principalmente em pessoas de meia idade em diante.
12. Síndrome do sono insuficiente
A pessoa tem hábito de dormir voluntariamente menos do que o ideal e no dia seguinte tem os sintomas de sonolência diurna excessiva.
13. Cataplexia
O paciente tem perda da força muscular em determinadas emoções como gargalhadas.
Também ocorre ataques de sono incontroláveis durante o dia.
Onde fazer uma polissonografia para investigar distúrbios do sono?
O Exame do sono pode ser realizado numa clínica do sono, hospital ou em casa.
A escolha do melhor método para fazer o exame vai depender da suspeita diagnóstica do especialista do sono.
Se o exame for indicado de rotina para funcionários de empresas que trabalham em áreas de risco como altura, motoristas, pilotos, normalmente um exame mais compacto é suficiente.
Todos os exames de polissonografia podem ser interpretados a distância, contratando uma empresa de Telemedicina em nuvem que recebe os registros e os especialistas em sono interpretam e liberam os laudos médicos assinados digitalmente em 24 horas.
Polissonografia em clínica do sono ou domiciliar?
Se o motivo do exame do sono é o diagnóstico de SAOS, a escolha por uma polissonografia em laboratório é recomendada.
Fazer um exame para indicar um aparelho para apneia ou mesmo um aparelho para ronco, necessita obrigatoriamente uma avaliação com um especialista do sono.
Depois de comprovado o diagnóstico, ao indicar um CPAP, o paciente necessita realizar polissonografias seriadas para regulagem do aparelho.
Neste caso, como já tem o diagnóstico, é o suficiente realizar uma polissonografia portátil para orientação na regulagem.
Para casos de rotina, para tirar carteira de motorista por exemplo, a indicação de um aparelho portátil de polissonografia é suficiente para documentação da qualidade do sono e pode ser feito em regime domiciliar.
Enfim, os avanços da tecnologia na medicina fazem os pesquisadores disponibilizar inúmeras alternativas para investigar distúrbios do sono.
Escolher o melhor método de polissonografia para investigar doenças do sono é tarefa do especialista do sono.
Médicos clínicos que desejam expandir seu atendimento dentro da medicina do sono precisam avaliar o seu mercado para atuar em exames de rotina na medicina ocupacional ou mesmo no diagnóstico clínico.
Para qualquer aparelho utilizado na busca de doenças do sono, os serviços de saúde podem aproveitar a Telemedicina para interpretar os laudos a distância.
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