Continue usando os aparelhos médicos analógicos com Telemedicina

Por Dr. José Aldair Morsch, 12 de agosto de 2016
aparelhos médicos analógicos

A grande verdade é que a Telemedicina iniciou usando aparelhos médicos analógicos. Um exemplo clássico eram os exames enviados via fax. A Telemedicina Morsch foi desse tempo e creio que muitos leitores não usaram essa tecnologia.

Apesar de eficiente, era trabalhoso. O Eletrocardiograma impresso em papel era transmitido através da linha telefônica usando um aparelho de fax, semelhante a uma impressora onde coloca o documento de pé na parte superior e ele percorre o aparelho saindo na parte de baixo. 

Do outro lado o receptor recebe uma ligação, ouve um sinal característico do fax, aperta o botão e pronto, o aparelho imprime o documento igual ao original da outra ponta.

Mas com a evolução tecnológica? De que forma a Telemedicina consegue ainda aproveitar esses exames impressos em papel originados de aparelhos médicos analógicos que não são conectados ao computador?

Já deve estar imaginando o scaner, a foto no whatsapp, você é esperto, isso mesmo, a digitalização permite isso.

Nesse artigo vamos explorar o campo de envio de exames impressos em papel, originados de aparelhos médicos antigos. Aproveite!

A digitalização de exames de aparelhos médicos analógicos

Imagens em arquivos dos exames médicos como Eletrocardiograma, Espirometria, Eletroencefalograma realizados em aparelhos analógicos passaram a ser criadas á partir da fotografia digital ou uso de scaner.

Estamos num período de transformação digital e a digitalização de todos os documentos médicos é inevitável.

Estou me referindo não apenas dos exames, mas de todo o prontuário médico do paciente que deve ser guardado por mais de 20 anos. Aqueles médicos e instituições novas, que estão iniciando suas atividades já estão aderindo á era digital e certamente terão muito mais agilidade e economia neste processo.

Com isso, tornou-se possível o envio de fotografias em alta qualidade e definição feitas á partir de exames impressos em papel de aparelhos médicos analógicos.

E é exatamente neste sentido que hoje há uma tendência do mercado na fabricação exclusiva de aparelhos digitais nos quais o computador transforma as imagens em arquivos digitais.

Poderei usar aparelhos médicos analógicos por quanto tempo?

Mas como ficam os aparelhos analógicos que ainda estão em uso?

Para os clientes que usam aparelhos médicos antigos, analógicos, sem computadores para a geração de arquivos digitais, é possível fotografar o filme revelado no caso de RX que é revelado em filme, provenientes de aparelho de RX analógico ou escanear.

Posteriormente, eles podem serem  enviados para as centrais de telemedicina com ótima qualidade. Nestes casos, as equipes de suporte dão treinamento para executar essa função.

Além de mais eficientes, os aparelhos que convertem as imagens diretamente no sistema digital levam vantagem por se tratar de transformar em imagens de alta definição.

Essa tendência também possibilita uma melhora na qualidade dos exames e os resultados recebidos pelos clientes na forma de laudos médicos são ainda mais seguros e confiáveis.

Mas essa novidade de uso de aparelhos digitais não invalida o uso rotineiro de aparelhos analógicos instalados em várias clínicas em todo país.

Estamos numa época de transição e precisamos aproveitar todas as oportunidades de trabalho em prol do paciente, visto que, muitas vezes, é inviável a troca do equipamento analógico para o sistema digital se o mesmo analógico ainda funciona perfeitamente.

Quero trocar meus aparelhos médicos analógicos, qual digital escolher?

Para clientes que estão no caminho da tecnologia de ponta com uso de computadores e aparelhos digitais, vale a regra de saber se a fábrica que fornece o equipamento tem registro na ANVISA.

Não recomendo comprar aparelhos Chineses. A Anvisa ainda não aprovou e existe a necessidade de adequação ao nosso tipo étnico.

Sobre a realização de videoconferências

No que se refere ao tema em questão, muitas são as controvérsias e opiniões. Na discussão de caráter ético sobre o modo de idealização de videoconferências, há uma grande gama de profissionais que defende a padronização de equipamentos para o escaneamento de exames e mesmo o uso de sistemas de Telemedicina criptografados.

Até o momento só foi liberado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina ) as consultas na área de Psicologia. As demais especialidades necessitam de um médico nas duas pontas do processo.

As limitações financeiras de uso de um scaner na Radiologia

Neste sentido, há um empecilho no que diz respeito à existência da necessidade de registro na Anvisa para uso de scaner que converte a imagem em arquivos DICOM.

Tal obrigatoriedade eleva o custo de um simples scanner para cerca de R$ 60.000,00  valor que nem todas as clínicas e demais entidades da área da saúde têm condições de arcar.

Isso também invalida a troca dos equipamentos, sejam eles destinados à realização de mamografia ou raio-x, ou qualquer outro tipo de equipamento médico que funciona perfeitamente ainda que na forma analógica.

aparelhos médicos analógicos

Interpretação de exames médicos de aparelhos analógicos

Como a Telemedicina consegue aproveitar os exames de aparelhos médicos analógicos?

Para que o cliente que pretende manter o uso do seu aparelho médico analógico e consiga converter em arquivos digitais com muito mais rapidez, nós desenvolvemos plataformas específicas para o recebimento dos arquivos em formatos como: pdf, jpeg, bitmap e outras em alta definição.

Sendo assim, se você também é o dono de uma clínica que conta com aparelhos médicos analógicos e deseja se preparar para envio de exames para telemedicina, hoje já existem opções para realizar esse procedimento com praticidade e segurança.

O profissional deverá passar por um treinamento, e posteriormente estará adaptado às mudanças necessárias para envio dos exames e recebimento dos laudos médicos. Simples, não é mesmo?

A restrição financeira para a troca dos aparelhos médicos analógicos

Sabemos que a alternativa de trocar os aparelhos analógicos em época de crise é praticamente inviável, principalmente para as clínicas que passam por um momento de corte de gastos, uma vez que tais aparelhos médicos digitais estão longe de permitir a redução no custo dos laudos.

Manter os serviços e o nível de atendimento com qualidade enquanto se corta gastos e compra aparelhos médicos digitais caríssimos não é uma tarefa fácil  e nós compreendemos isso.

Por isso, esse é o momento mais adequado para as clínicas que desejam trabalhar com telemedicina procurarem novas empresas de telemedicina que realizam a leitura desses exames por valores mais acessíveis e mais compatíveis com o mercado e sem deixar de lado, é claro, a qualidade técnica dos mesmos.

A alternativa do comodato para quem quer inovar

O momento econômico nunca foi tão desfavorável. As estatísticas mostram que retrocedemos mais de 10 anos no crescimento econômico e isso implica em parcimônia no momento de decidir pela compra de novos equipamentos.

As empresas de Telemedicina entenderam que o mercado pode absorver um formato de aluguel em comodato dos equipamentos médicos e com isso o cliente pode atualizar os equipamentos antigos e até contratar novos.

A Telemedicina permite que o cliente que contrata os serviços monte sua sala de exames usando o aparelho em comodato mesmo sem ter o médico presente.

Ao contratar o equipamento, o cliente paga uma mensalidade e recebe 30 laudos de cortesia todos os meses. Isso faz com que o modelo de serviço seja viável e todos ganham, tanto o paciente com exames de ponta, a clinica e a empresa de Telemedicina.

Enfim, aproveitar um aparelho médico analógico, comprar um digital ou adquirir em comodato é uma forma de inovar em sua clínica. Os serviços são ampliados e o mercado de prestação de serviços em saúde está garantido na sua região.

Dessa forma, as empresas da área de saúde poderão continuar enviando exames para telemedicina com toda a qualidade e eficácia dos aparelhos médicos analógicos, e tudo isso sem precisar pagar uma fortuna para a oferta de tais serviços.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin