LER ou DORT no trabalho repetitivo, como evitar?

Por Dr. José Aldair Morsch, 21 de junho de 2015
LER

O que é a lesão por esforço repetitivo (LER)? Será que vou desenvolver uma LER ou DORT no meu trabalho?

 Em toda máquina, o desgaste de uma peça acaba por comprometer o funcionamento da máquina inteira. Também é assim com a “máquina” humana.

De uma maneira prática, isso é o que acontece com as pessoas quando têm LER.

O desgaste em uma determinada “peça” do corpo, causada pela repetição de um mesmo movimento durante longo período de tempo, leva a lesões musculares e desgaste nos nervos e nas articulações, causando dores e inflamações.

A LER é uma síndrome dolorosa e de incapacidade funcional, localizada nos membros superiores e causada pelo uso deles em tarefas que implicam repetição.

Ao longo do tempo, tem sido conhecida por diversas denominações:

  • “Doença dos Quibes”,
  • Entorse das Lavadeiras”,
  • LTC (Lesão por Trauma Cumulativo),
  • DORT(Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho),
  • Síndrome do Túnel do Carpo,
  • Tenossinovite,
  • Lesão Traumática Repetitiva,
  • Tendinite.

Tecnicamente, o mais correto seria chamá-la Síndrome da Dor Regional.

Contudo, a denominação LER é que ganhou o uso popular e traduz bem do que se trata.

A LER não é propriamente uma doença, mas uma síndrome que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores.

Ela se desenvolve quase imperceptivelmente, o que leva as pessoas a não se prevenirem, pois só a percebem quando já existe um grande comprometimento da área afetada.

Atualmente as profissões mais afetadas são digitadores, costureiras, motoristas, pianistas, esportistas, pessoas que trabalham em linhas de montagem e produção, que operam britadeiras ou que fazem trabalhos manuais como, por exemplo, tricô e crochê.

Quais as causas da lesão por esforço repetitivo (LER)?

A LER é causada ou desencadeada por:

  • Movimentos repetitivos prolongados.
  • Postura inadequada por longo tempo.
  • Atividades que exijam força excessiva com as mãos.
  • Atividades esportivas que exijam grande esforço dos braços, como jogar tênis, por exemplo.
  • Mobiliário ergonomicamente incorreto.
  • Choques e impactos constantes.
  • Pressão mecânica sobre regiões do corpo.
  • Estado de ânimo estressado.

Ao que parece, as doenças causadas por esses fatores não são uma só e a L.E.R. parece ser uma síndrome que aparece em várias doenças: tendinite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites, bursite, mialgias, síndrome do pronador, etc.

Quais são os sinais e sintomas da lesão por efeito repetitivo?

A L.E.R. é considerada uma síndrome de uma doença ocupacional.

O principal sintoma é a dor aguda nas partes comprometidas, que se exacerba ao se realizar certo trabalho.

Pode haver também formigamentos, insensibilidade, falta de força e dores que dão a sensação de queimadura ou de frio.

Em estágios mais avançados, as inflamações podem evoluir para um processo degenerativo e afetar nervos e vasos sanguíneos e a dor pode vir a impedir mesmo tarefas simples como escovar os dentes ou amarrar os sapatos.

Como o médico diagnostica a lesão por esforço repetitivo (LER)?

O diagnóstico clínico depende das informações do paciente e de certas manobras que podem ser realizadas pelo médico.

O diagnóstico diferencial, muitas vezes difícil, deve fazer a diferença entre a L.E.R. e outras condições assemelhadas.

Como o médico trata a lesão por esforço repetitivo?

Os resultados do tratamento da LER dependem do estágio em que a doença for diagnosticada.

Quanto mais precoce o diagnóstico, mais rapidamente será iniciado o tratamento e melhores serão os resultados.

Dificilmente o tratamento tem resultado significativo depois da condição se tornar crônica.

O objetivo do tratamento é evitar os fatores físicos que causaram ou agravaram a LER, ou seja, muitas vezes é necessário o repouso com relação às funções causadoras, por um longo período, o que exige uma combinação de medicamentos e terapia física ou mesmo cirurgia.

Como prevenir a lesão por efeito repetitivo (LER)?

  • Alongar periodicamente as áreas do corpo mais utilizadas, sobretudo na época do frio.
  • Usar móveis ou instrumentos ergonomicamente apropriados.
  • Fazer pausas durante a realização de suas tarefas.
  • Tomar água pelo menos a cada hora.
  • Fazer ginástica laboral em intervalos regulares, no trabalho.
  • Se possível, revezar as tarefas.
  • Quando assentado, adotar a postura correta e ter um apoio adequado para os pés e para as costas.
  • Se você trabalha assentado, levante-se de tempos em tempos, ande, espreguice e faça movimentos contrários aos de sua tarefa.
  • Em caso de utilizar as mãos, tenha um apoio adequado para as mesmas.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin