O que são exames à distância na neurologia?

Por Dr. José Aldair Morsch, 3 de junho de 2019
Exames a distância na neurologia: é seguro? Como funciona?

Os exames a distância na neurologia permitem um estudo amplo das funções neurológicas.

Combinados à avaliação física, eles servem como base para diagnósticos assertivos e a escolha da abordagem mais adequada em cada caso, beneficiando médico e paciente.

Em situações extremas, como na análise de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), esses testes oferecem maior segurança e agilidade, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisão pelos profissionais de saúde.

Se quer saber mais sobre os procedimentos neurológicos interpretados remotamente, este artigo é para você.

Continue lendo e vai conhecer opções vantajosas para laudar exames a distância na neurologia, sem deixar de lado a qualidade.

O que são exames a distância na neurologia?

Exames a distância na neurologia são testes de diagnóstico por imagem que têm seus resultados emitidos de maneira remota.

Ou seja, os exames são realizados em uma clínica, hospital ou consultório, mas o laudo médico é produzido a distância e assinado digitalmente por neurologistas.

Os laudos online são uma das inovações viabilizadas pelas empresas de telemedicina, a fim de aumentar o acesso de pacientes e estabelecimentos de saúde a especialistas qualificados.

Segundo a pesquisa Demografia Médica 2018, divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), há grande desigualdade na distribuição de médicos entre as Regiões Brasileiras.

Para se ter uma ideia, o Sudeste possui a maior razão de médicos por 1.000 habitantes (2,81), enquanto no Norte essa razão fica em apenas 1,16.

A distribuição fica ainda mais crítica quando as capitais são comparadas a outros municípios.

No Nordeste, as capitais concentram mais de 8 vezes a quantidade de médicos presentes em cidades do interior.

Mesmo na região com o menor índice de desigualdade (Sudeste), a presença de médicos na capital supera em três vezes o interior.

Quando observamos a distribuição de especialistas, a tendência se repete, revelando que há mão de obra insuficiente em estados do Norte e Nordeste.

Com o uso da telemedicina, pacientes e clínicas de municípios distantes dos grandes centros urbanos não precisam percorrer longas distâncias para realizar exames neurológicos.

Basta que as unidades de saúde contratem o serviço de laudos a distância, deixando os resultados sob a responsabilidade dos especialistas da empresa de telemedicina.

Exame a distância na neurologia: como funciona?

Exame a distância na neurologia: como funciona?

Exame a distância na neurologia: como funciona?

Os exames a distância na neurologia são possíveis graças a parcerias entre consultório, clínica ou hospital, e empresa de telemedicina.

O processo ocorre com o intermédio de uma plataforma ou portal de telemedicina, que serve como ponto de comunicação seguro entre equipes de saúde in loco e especialistas que produzem os laudos online.

Primeiro, o exame é realizado por um médico ou técnico em enfermagem com o auxílio de um equipamento digital.

Esse aparelho envia os dados coletados durante o teste a um computador com software específico, que os transforma em gráficos digitais (compostos por pixels).

A partir de um computador, tablet ou smartphone conectado à internet, o técnico compartilha as imagens via plataforma, disponibilizando-as aos especialistas da empresa de telemedicina.

Neurologistas analisam e interpretam os registros de exames, produzindo o laudo médico a distância.

Visando evitar fraudes, o documento conta com assinatura digital do especialista, e é liberado na plataforma em minutos.

Empresas experientes oferecem, ainda, serviços complementares para casos emergenciais.

Um exemplo é o atendimento de urgência por teleconferência da Telemedicina Morsch, disponível para estabelecimentos de saúde que atendem vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

No atendimento ao AVC, especialmente do tipo isquêmico agudo, as sequelas podem ser reduzidas com um tratamento rápido – o uso de trombolítico endovenoso para desobstruir coágulos e recuperar funções cerebrais perdidas.

Por isso, é fundamental ter suporte para decidir rapidamente se esse tratamento agrega vantagens ao paciente.

Quais doenças podem ser diagnosticadas com exames a distância neurológicos?

Distúrbios neurológicos, do sono e da consciência podem ser detectados com a ajuda dos principais testes a distância.

Vale destacar, dentre esses males:

  • Epilepsia – doença que afeta os neurônios, provocando convulsões em alguns casos
  • Encefalites – infecções no encéfalo
  • Apneia obstrutiva do sono – provoca paradas súbitas na respiração durante o sono
  • Narcolepsia – causa sonolência súbita e incontrolável
  • Síndrome das pernas inquietas – desordem do sono que provoca desconforto nos membros inferiores
  • Bruxismo – ato de ranger os dentes enquanto dorme
  • Demências
  • Transtornos de aprendizagem
  • Estágios avançados de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

Quais são os exames a distância na neurologia?

Quais são os exames a distância na neurologia?

Quais são os exames a distância na neurologia?

As diferentes modalidades de eletroencefalograma (EEG) e polissonografia podem se beneficiar com laudos médicos a distância.

Esses testes geram gráficos digitais compartilhados rapidamente através do portal de telemedicina, permitindo sua avaliação de forma segura.

Detalho cada tipo de EEG e polissonografia abaixo.

1. Eletroencefalograma Clínico

O EEG clínico é o exame neurológico mais comumente solicitado, por ser rápido, não invasivo e indolor.

O teste é feito a partir da fixação de eletrodos no couro cabeludo do paciente, e costuma durar entre 20 e 40 minutos.

Seu objetivo é registrar a atividade elétrica do cérebro, avaliada a partir de ondas mentais que aparecem no traçado gerado pelo exame.

Essas ondas estão relacionadas a determinadas atividades cerebrais, e são analisadas segundo padrões de normalidade.

Para colher os dados necessários, o médico ou técnico em enfermagem pedem que o paciente faça algumas atividades simples, como abrir e fechar os olhos ou respirar de forma rápida.

O comportamento das células nervosas do cérebro (neurônios) também pode ser avaliado por meio da fotoestimulação intermitente, na qual uma luz pulsante provoca diferentes reações.

2. Eletroencefalograma com mapeamento cerebral

Consiste em um EEG inicialmente comum, mas com resultados bem mais específicos, revelando imagens para o estudo da anatomia cerebral.

Isso porque ele promove um processamento computadorizado dos sinais cerebrais, construindo verdadeiros mapas para visualização do comportamento de áreas do cérebro.

Assim, é possível detectar o avanço de males como os transtornos de aprendizagem e demências.

3. Eletroencefalograma na morte cerebral

Antes de constatar a morte cerebral de um paciente, médicos brasileiros precisam cumprir uma série de procedimentos de checagem, conhecida como protocolo de morte encefálica.

De modo resumido, o protocolo é formado por seis etapas que testam se há qualquer atividade do cérebro, cerebelo e tronco encefálico, diferenciando estágios de coma da cessação das funções vitais à sobrevivência.

A quinta etapa exige a realização de exame neurológico complementar – normalmente, um eletroencefalograma – para confirmar a ausência de atividade elétrica do cérebro.

Em caso positivo, a morte cerebral é decretada, e a família pode optar pela doação de órgãos do paciente.

4. Eletroencefalograma ocupacional

O EEG com finalidade ocupacional é útil na suspeita de doenças relacionadas ao trabalho que afetem as funções neurológicas.

A exposição ocupacional a vapores de mercúrio, por exemplo, pode levar ao quadro de mercurialismo, que causa psicose, alucinações, tendências suicidas e alterações cognitivas.

Conforme a suspeita clínica, o EEG ocupacional pode ser feito em sono ou vigília (com o trabalhador acordado).

5. Eletroencefalograma na internação

Em geral, essa modalidade é feita durante o sono, ou seja, o paciente passa a noite na unidade de saúde para colher os registros.

É comum que o EEG em sono seja realizado em ambiente hospitalar, pois ali há estrutura para intervenções de emergência, se necessário.

Nesses casos, o EEG serve para identificar possíveis distúrbios do sono, como apneia e sonambulismo.

Dependendo da recomendação médica e da rotina do paciente, ele vai precisar dormir menos horas na noite anterior, a fim de que consiga dormir o suficiente durante o exame.

6. Polissonografia na internação

Também conhecida como exame do sono, a polissonografia monitora diversas funções do organismo.

Por isso, sua forma mais comum é feita com internação, na qual o paciente dorme em ambiente hospitalar.

O EEG é um dos testes que compõem a polissonografia, acompanhado por eletrocardiograma, eletromiograma (EMG), eletro-oculograma (EOG), entre outros.

Para que o sono dure toda a noite, o preparo envolve não ingerir substâncias estimulantes, como a cafeína, e tornar o ambiente o mais confortável possível.

Crianças que não adormeçam facilmente fora de casa podem receber uma leve sedação.

7. Polissonografia domiciliar

Opção relevante para pacientes acamados ou com mobilidade reduzida, a polissonografia domiciliar é viabilizada por equipamentos portáteis.

Assim, o paciente não precisa se deslocar até o hospital ou clínica para ter o sono monitorado.

É seguro emitir laudos a distância de exames neurológicos?

Sim, é bastante seguro.

Desde 2002, quando o CFM começou a disciplinar o serviço de telemedicina, os laudos a distância precisam cumprir diversas exigências.

Uma delas é que todas as informações médicas só podem ser transmitidas e armazenadas em sistemas aprovados pela entidade e pelo Ministério da Saúde, capazes de preservar o sigilo médico-paciente.

Para tanto, as plataformas de telemedicina possuem mecanismos de proteção avançados, como a criptografia e o acesso restrito, liberado apenas mediante login e senha.

Além disso, a exigência de assinatura digital nos laudos garante sua autenticidade, evitando fraudes.

Quais as vantagens da utilização dos diagnósticos a distância nos exames neurológicos?

Quais as vantagens da utilização dos diagnósticos a distância nos exames neurológicos?

Quais as vantagens da utilização dos diagnósticos a distância nos exames neurológicos?

Expliquei, acima, que o uso da telemedicina torna o processo de emissão de laudos mais ágil e democratiza o acesso a especialistas.

Exames laudados a distância também servem como reforço para as equipes de consultórios, clínicas e hospitais, que não precisam dedicar horas da jornada de trabalho à interpretação dos testes.

Unidades de saúde podem, ainda, aumentar o portfólio, treinando técnicos de enfermagem para conduzir o EEG e polissonografia e deixando os laudos para os especialistas da empresa de telemedicina.

Dessa forma, é possível diminuir custos com a contratação de neurologistas, deslocamentos e locais para armazenamento de documentos impressos, já que os laudos ficarão salvos na nuvem.

Não tenho o aparelho, como faço?

Empresas de telemedicina criaram uma forma de economizar na aquisição de equipamentos digitais, chamada aluguel em comodato.

Nessa modalidade, o cliente paga apenas por uma quantidade de laudos ao mês e ganha o direito de utilizar dispositivos modernos, inclusive aparelhos de eletroencefalograma.

O aparelho é portátil e pode ser alimentado por um notebook, permitindo a realização de exames mesmo que não haja rede elétrica.

Teleneurologia como solução na emissão de laudos para exames a distância na neurologia

Unindo neurologia e telemedicina, a teleneurologia emprega tecnologias da informação e comunicação (TICs) para permitir o compartilhamento de dados e emissão de laudos a distância.

Além de suprir a carência de neurologistas em áreas remotas, a teleneurologia viabiliza a oferta de laudos e segunda opinião qualificada 24 horas por dia, auxiliando em diagnósticos assertivos.

Os dados coletados são facilmente integrados a sistemas como o prontuário eletrônico do paciente (PEP), facilitando pesquisas pelo histórico de saúde do paciente e apoiando tratamentos posteriores.

Os laudos também são armazenados na nuvem, o que reduz o risco de que se percam ou sejam danificados pelo manuseio inadequado.

Sobre a Telemedicina Morsch

A Morsch atua com telemedicina há mais de uma década, oferecendo laudos a distância de exames neurológicos, além de segunda opinião médica qualificada, a fim de esclarecer dúvidas sempre que necessário.

Prezando pela qualidade dos serviços, a empresa mantém um time completo de especialistas, com plantão de neurologistas prontos para atender casos urgentes, via teleconferência.

Para ter acesso a todas essas vantagens, basta que o consultório, clínica ou hospital treine um técnico em enfermagem para conduzir exames neurológicos com equipamento digital.

Clientes da Morsch podem utilizar a capacitação disponível 24 horas por dia na própria plataforma de telemedicina, que reúne boas práticas e dicas certeiras para o uso dessas tecnologias.

O portal de telemedicina é intuitivo, moderno e seguro, pois emprega a criptografia e só pode ser acessado por pessoas autorizadas, munidas de login e senha.

Além da neurologia, a Morsch atua na emissão remota de laudos em cardiologia, pneumologia e radiologia, sendo uma parceira de peso para quem deseja ampliar o leque de exames em seu estabelecimento de saúde.

Conclusão

Neste artigo, tratei dos principais exames a distância na neurologia, que monitoram a atividade elétrica essencial para a manutenção das funções vitais do organismo, sinalizando distúrbios neurológicos, da consciência e relacionados ao sono.

As diferentes modalidades de eletroencefalograma e polissonografia podem se beneficiar com o serviço de laudos médicos a distância, viabilizado pelos especialistas e plataforma de telemedicina.

Essa opção reduz custos com a contratação de profissionais, impressão e arquivamento dos laudos, impactando o orçamento de forma positiva.

Deixe que a Morsch auxilie a sua equipe na implementação desses serviços.

Entre em contato para conhecer soluções pensadas para sua clínica, ou, se preferir, teste agora mesmo a nossa plataforma. É grátis.

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Referência Bibliográfica

Demografia Médica no Brasil. Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Conselho Federal de Medicina. 2018.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin