A Telemedicina apresenta suas 8 tecnologias disruptivas

Por Dr. José Aldair Morsch, 22 de junho de 2017
tecnologias disruptivas na Telemedicina

Vamos conhecer as tecnologias disruptivas na telemedicina que estão mudando a maneira de atender o paciente.

Como você já teve a oportunidade de ler em outros artigos, a Telemedicina é o futuro da medicina.

Com baixo custo, longo alcance – chegando a lugares que a rede de saúde básica não conseguir chegar ou chega com estrutura precária e atendimento de baixa qualidade – e sendo extremamente acessível, ela já é uma realidade em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Conheça nesse post 8 tecnologias disruptivas na Telemedicina.

Todos esses aspectos da telemedicina foram possíveis devido a evolução da tecnologia.

Quando colocada em ordem cronológica, temos os computadores pessoais em primeiro lugar, o advento da internet em segundo, o barateamento dos computadores pessoais em terceiro, a acessibilidade às redes de conexão em quarto, a criação e adoção em larga escala dos dispositivos móveis em quinto e o surgimento das redes que possibilitam o acesso à internet através desses dispositivos (1G, 2G, 3G e 4G) em sexto.

Sabemos que as evoluções tecnológicas têm um papel central no desenvolvimento das sociedades contemporâneas, e não é diferente com a telemedicina.

Por isso, neste artigo você conhecerá 8 tecnologias que são tendência para esta área de atendimento em saúde. Mas é importante frisar que não são quaisquer evoluções tecnológicas, mas sim evolução em tecnologias disruptivas.

Mas o que isso significa exatamente? E o que você irá descobrir na sequência.

Listamos as 8 Tecnologias disruptivas na Telemedicina

Hoje em dia é muito comum ouvirmos a palavra inovação nas mais diversas áreas da vida, já que quase todas as coisas no mundo estão evoluindo, em especial os dispositivos digitais, fundamentais em nosso dia a dia.

Quando olhamos a origem (etimologia) da palavra inovação, vemos que ela é derivada do grego IN-, que significa “em”, e -NOVARE, que significa “novo” ou recente”. Isso nos diz que inovar significa criar algo novo.

As tecnologias disruptivas na Telemedicina estão atreladas a fazer uma função de maneira diferente e inovadora.

Diante disso, será que um dispositivo móvel, como um smartphone, é uma inovação? Não se trata de uma inovação, mas sim de uma melhoria, e aqui chegamos ao ponto de interesse: as tecnologias disruptivas não representam uma inovação no sentido de melhorar, mas sim de criar algo que tenha a mesma função, executada de forma diferente.

Um exemplo clássico deste tipo de tecnologias disruptivas na telemedicina está nos meios de locomoção automatizados. O primeiro tipo de transporte desta classe foi o trem, uma inovação propriamente dita.

Na sequência, foi sendo substituído por uma série de tecnologias disruptivas, como o automóvel, o helicóptero e o avião. Agora que você já entendeu o conceito de disruptivo, podemos partir para a lista.

1-Sistemas de saúde remota

Tratam-se de sistemas informacionais que permitem a interação face a face e em tempo real com médicos e outros profissionais da saúde. Pode parecer algo simples e já existente, mas esses sistemas permitem não só a interação, como também o compartilhamento de imagens de alta qualidade para análises preliminares e acesso ao prontuário eletrônico do paciente em questão, agilizando consideravelmente o processo. A Telemedicina é a ferramenta usada para isso.

2-Luvas para exames

Muitos exames, mesmo que não ofereçam risco algum à saúde do paciente, podem ser complicados e demorados, o que só aumenta o número de pacientes na fila de espera. Foi pensando em solucionar estas questões que a luva para exame de eletrocardiograma foi desenvolvida.

Ela permite que exames desse tipo sejam realizados de forma simples, pois os eletrodos se localizam nos dedos da luva, não tendo risco de caírem com os movimentos do paciente, e fica junto ao seu peito. Além disso, todos os resultados são exibidos na tela de tablets, fazendo com que o aparelho seja portátil.

3-Poltronas de monitoramento

Imagine ter diversas informações de suas funções corporais medidas enquanto você relaxa em sua poltrona lendo um livro ou assistindo televisão? Esta é a proposta desta poltrona.

Com bio-sensores incorporados à sua estrutura, este tipo de móvel é capaz de medir sinais vitais básicos, como peso, pressão sanguínea, temperatura, auscultação do coração, barulhos dos pulmões e saturação do oxigênio do sangue e ainda fazer análise motora e determinar tempo de reação a estímulos.

Além disso, este tipo de poltrona também é acompanhado de uma unidade de comunicação com uma câmera de monitoramento remoto embutida, ideal para o monitoramento de idosos e outras pessoas que necessitam de acompanhamento constante.

3-Kits para exames

Se hoje já existem aparelhos portáteis para o monitoramento de pressão sanguínea e nível de glicose no sangue, no futuro haverá uma estação portátil para a realização de exames completos, que inclusive já se encontram em fase de testes em alguns países da Europa e nos Estados Unidos.

Trata-se de um dispositivo composto por diversas peças utilizadas para a realização de exames básicos.

Mas a grande evolução deste dispositivo está nas tecnologias que emprega. Ele faz uso dos últimos avanços em óptica, luzes de LED, displays digitais e capacidade para a reprodução de imagens em alta resolução, além de contar com transferência de dados via wireless e ser compatível com dispositivos móveis com sistema Android e IOS.

4-Dispositivo para a prevenção de quedas

Pessoas com algum tipo de deficiência, dificuldade de locomoção ou com idade avançada estão muito mais propensas a quedas.

Como é do conhecimento dessas pessoas e das pessoas que os cercam, as quedas podem levar a complicações mais graves, como fratura de quadril, e este dispositivo ajuda a evitar que situações como esta ocorram.

Trata-se de um dispositivo não invasivo, que não causa desconforto ao paciente e, através do monitoramento e leitura da atividade individual, locomoção, status fisiológico e histórico de quedas, o dispositivo se torna um sistema de salvamento a medida que é capaz de alertar sobre quedas via conexão wireless.

5-Tela para retinoplastia diabética

A SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) estima que haja atualmente no Brasil cerca de 12 milhões de pessoas com a doença, sendo por isso uma das mais abrangentes doenças crônicas do país.

No entanto, apenas metade desta população sabe que tem a doença, o que representa um grande risco, já que a diabetes é uma doença silenciosa e sem sintomas que pode levar a diversas complicações.

Para se ter ideia de seu perigo, a diabetes é uma das maiores causas de cegueira no mundo. Foi para reverter ou pelo menos minimizar este quadro que este equipamento foi desenvolvido.

No entanto, além de necessitar de um profissional presencialmente, o exame tradicional para o diagnóstico da retinoplastia diabética causa desconforto ao paciente, pois suas pupilas têm que ser dilatadas, o que não ocorre com a tela.

Através da tecnologia ótica empregada, é possível concluir a realização do exame sem nenhum desconforto ao paciente.

Além disso, as imagens geradas podem ser analisadas por um especialista remotamente, diminuindo o tempo para a emissão de laudos médicos e diminuindo os custos para o sistema de saúde público ou privado.

6-Cuidados ao paciente interativo

Ao ficar internado, e normal que os níveis de ansiedade dos pacientes aumentem e que eles queiram estar em contato constante com médicos e enfermeiras para se tranquilizar e obter maiores informações sobre seu estado de saúde.

Todavia, com o corpo clínico cada vez mais ocupado, isso nem sempre é possível, pelo menos não presencialmente, já que de maneira remota também é possível que o paciente esteja perto do corpo clínico.

Além de permitir a comunicação online face a face e em tempo real, este sistema também prevê atividades educacionais e recursos de entretenimento, fazendo com que o paciente se distraia, seus níveis de estresse e ansiedade diminuam e ele possa se recuperar com mais agilidade.

7-Robôs no nosso cotidiano

Hoje em dia é muito comum a presença de robôs nos mais diversos ambientes. Eles podem realizar diversas tarefas cotidianas, como a limpeza da casa, ou também expedições cientificas, como exploração de cavernas e do fundo do mar.

Mas na saúde os robôs ganham diversas utilidades, como a administração de comida e medicamentos e a possibilidade de comunicação entre profissionais.

Vale frisar que tais robôs empregam o que há de mais avançado em termos de desenvolvimento atualmente, combinando a comunicação e locomoção automatizada. Isso é uma tecnologia disruptiva na telemedicina.

São amplamente empregados com crianças por causa do aspecto lúdico, e consequentemente facilitando o trabalho do corpo clínico e dos pais. Eles são usados também em UTIs e outros locais de terapia intensiva, especialmente a cardiológica.

8-Cirugia robótica á distância

Com a evolução da internet 5g será possível para especialistas fazerem cirurgias robóticas á distância em qualquer lugar do mundo que tenha estrutura para isso.

Um cirurgião geral terá apoio de um cirurgião de grandes centros para cirurgias mais complexas.

Apesar de neste artigo termos destacados somente os 8 tecnologias disruptivas na telemedicina, as inovações no mercado de telemedicina não param de surgir, pois trata-se de um campo prioritário na melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo, e por isso fundamental para outras áreas, como a economia e o terceiro setor.

Além dos estímulos de companhias privadas e governos, o desenvolvimento de produtos desta natureza para aplicação na medicina tem sido fomentado em grande (se não maior) parte pelas start-ups, empresas geridas por jovens que têm como principal característica o fato de serem dinâmicas e inovadoras, características vitais para a solução de problemas em um mundo cada vez mais rápido.

Por fim, uma boa parcela destas tecnologias disruptivas na telemedicina irão demorar a chegar no sistema de saúde público brasileiro, visto que o investimento em saúde pública é reduzido a cada ano. Compete à população lutar por essas melhorias tanto no sistema de saúde público quanto no privado.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin