O papel da Telemedicina no acesso à saúde no Brasil

Por Dr. José Aldair Morsch, 2 de agosto de 2018
acesso à saúde

O acesso à saúde de qualidade e barata para todos é tema discutido de forma global.

A Telemedicina e a Telessaúde são ferramentas criadas para auxiliar nesta conquista.

Neste artigo comento sobre como é possível resolver essa necessidade com a união dos meios digitais para o empoderamento do paciente na busca de melhores resultados.

Qual o melhor conceito de acesso à saúde?

É a habilidade de incrementar a saúde e melhorar o seu controle, usando recursos sociais e pessoais da vida cotidiana.

Atualmente leva em conta o nível de entendimento sobre a necessidade de acesso não só no meio físico, mas também no meio digital.

Quais os pilares que compõe o acesso  à saúde no Brasil?

São 4 dimensões que integram o meio físico e digital para compor os pilares de acesso saúde.

1- Disponibilidade

Diz respeito a posição geográfica entre o serviço de saúde e o paciente.

Veja alguns indicadores:

– Distância e opções de transporte;

– Tipo de serviço;

– Abrangência;

– Qualidade e quantidade dos serviços ofertados.

Neste quesito, a Telemedicina reduz distâncias sem perder a qualidade na oferta dos serviços.

A abrangência da Telessaúde é global e pode ser oferecido a maioria dos serviços que estão presentes nas grandes cidades, tudo assinado e reconhecido por especialistas de grandes hospitais.

2- Aceitabilidade

Se refere a natureza dos serviços prestados e da percepção de valor no que é oferecido, influenciado por valores culturais e educacionais.

Indicadores previstos:

– Crenças e atitudes em relação a saúde;

– Conhecimento e fontes de informação;

– Ansiedade e confiança no acesso saúde.

A constante evolução do meio digital mostra que a sociedade está preparada para o novo, para o atendimento virtual, sabendo que terá até um melhor atendimento prestado pelos especialistas em plataformas de telessaúde.

3- Capacidade de pagamento

Relação entre o custo do serviço e o poder de pagamento do paciente.

Depende de:

– Renda da família;

– Fontes de renda;

– Uso de plano de saúde;

– Regularidade no uso;

– Custos diretos e indiretos com a saúde.

Novamente a Telemedicina ganha uma vertente de adeptos, com redução em mais de 50% nos custos dos serviços prestados com laudo a distância para clínicas remotas que podem atender uma parcela maior da população de baixa renda.

4- Informação

Grau estabelecido entre o nível de conhecimento do paciente e do profissional de saúde.

Avaliado por:

– Escolaridade;

– Conhecimento e fontes buscadas.

Levar ensino a distância na área da saúde é uma constante na Telessaúde e todos os níveis da sociedade se beneficiam com cursos online para pacientes, paramédicos e médicos generalistas.

Essas dimensões utilizam os indicadores de processos descritos e resultados, que auxiliam na determinação da existência de equidade ou desigualdade no acesso à saúde.

A qualidade do acesso à saúde no Brasil

Um artigo publicado no “Lancet”  mostra que o acesso à saúde no Brasil está em 89º lugar num ranking de 195 Países estudados.

Levou-se em conta 32 doenças evitáveis, como AVC, Infarto, gastroenterite e viroses.

Num País continental, onde metade da população não tem rede de água e esgoto, não é difícil imaginar esse cenário.

A Telemedicina e a Telessaúde são ferramentas disponíveis para melhorar muito esses índices.

Quer saber como?

Como é possível ampliar o acesso à saúde com a Telemedicina?

Ao somar-se o meio digital no acesso saúde, podemos disponibilizar a Telemedicina através dos smartphones um completo empoderamento ao paciente que poderá ter acesso ao serviço de saúde através de aplicativos ou qualquer outro dispositivo com navegação na internet para melhoria dos indicadores.

O monitoramento remoto, os dispositivos médicos no mais amplo espectro (DMAs) com inteligência artificial e os exames médicos com laudo a distância fazem com que mais pessoas de baixa renda consigam ter acesso a uma medicina de qualidade.

Conclui-se que a busca por um maior acesso à saúde e a garantia de um maior equilíbrio dentro da sociedade não serão obtidas com ações cujo foco se limite aos sistemas de saúde físicos.

Somado a isso, são necessárias ações inter-setoriais, político-sociais e econômicas com inclusão digital que permitam amenizar as diferenças de renda e educação.

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Até a próxima!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin